American Gods – Episódio 06: Entre a cruz e a espada, nem Jesus salva

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ATENÇÃO: Este texto está LOTADO DE SPOILER e é recomendado para quem viu o episódio 06 de American Gods.

Em determinado momento do episódio 06 de American Gods, Shadow Moon diz que “tudo é tão confuso” e ilustra perfeitamente a situação dos espectadores que acompanham a série baseada na história de Neil Gaiman. Para os mais desatentos, isso pode ser um grande problema que até mesmo incentive a pessoa a deixar de ver a salada de conceitos e cenas desconexas que a série possui, mas para quem insiste, o show está justamente na construção da história e na narrativa que garante muitos mistérios de uma só vez.

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Para começar, tivemos um início de episódio como os demais mostrando um novo Deus, desta vez o mais conhecido de todos, Jesus Cristo. A cena em que imigrantes mexicanos estão tentando atravessar um rio em que do outro lado o solo já é americano, ilustra totalmente a situação atual dos Estados Unidos com o vindouro muro que Trump quer construir entre os dois países e também demonstra que com fé, tudo pode acontecer, mesmo que naquela situação nem mesmo Jesus tenha salvado à todos. A cena é muito simbólica, com todos atravessando a fronteira enquanto que um deles não sabe nadar e começa a afundar, quando como quem está a espreita e sempre com eles, Jesus em forma de um jovem mexicano puxa o rapaz pelo braço e o dá uma nova chance de viver, andando sobre as águas logo em seguida. No entanto, assim como os mexicanos naquela cena acreditavam em Deus, eis que os guardas da fronteira que chegam atirando de repente, tem em suas armas dizerem bíblicos, assim como carregam um terço em suas mãos, as mesmas que atiram para matar.

Pode parecer uma cena qualquer, desconexa como falei lá em cima, mas além de cravar que realmente todos os deuses são possíveis de aparecer na série independente da religião, se torna emblemática e um exemplo de que os deuses não são nada imortais naquele mundo.

A Espada de Wednesday

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Tanto não são imortais que Wednesday em sua busca pelos velhos deuses da América vai até Vulcan, a cidade e o deus, para tentar uma aliança com o caçador. A frente de uma velha fábrica, Vulcan usa um defeito de segurança para sacrifícios humanos a partir de “acidentes” causados por um corrimão quebrado, que quando apoiado acaba deixando a pessoa a mercê da sorte enquanto cai em um caldeirão enorme com material derretido para a criação de balas. Balas que são usadas pelos seguidores de Vulcan e por ele mesmo como veículo da justiça naquele novo mundo.

Wednesday e o sempre perdido Shadow Moon performaram uma das melhores cenas até agora em que algo se alojou dentro do corpo do negão após ele ter sido atacado por uma árvore maluca no episódio anterior. Depois, já conversando com Vulcan, ficou nítido que o cara era um grande racista ao não dar de beber para Shadow e mais tarde, ao forjar uma espada animalesca para Wednesday, ele se mostra um traidor que não acredita mais nos antigos costumes dos deuses e que pendeu para o lado de Mr World e sua trupe, que são capazes de controlar até mesmo a tecnologia à seu favor.

O final da cena com Wednesday usando a espada como um exímio cavaleiro só mostra que ele pode ser extremamente velho e ter feito parte de grandes momentos históricos no passado. Apesar de ser uma cena que possui efeitos especiais questionáveis – assim como o momento em que uma quantidade enorme de pessoas se aglomera ao redor de Vulcan -, tudo ocorre tão rapidamente e com tamanha intensidade que se torna legal, mesmo que se pareça com filmes trash dos anos 80. Wednesday sai de lá com metade do que queria, ou seja, com a espada, mas sem a parceria com Vulcan – o traidor.

A Esposa Cadáver e seus dois amigos

Talvez o que de mais legal ocorreu no episódio tenha sido a inesperada aliança entre, Laura, a esposa de Shadow Moon com Mad Sweeney, que também encontram Salim, que ainda não entendi se é somente o cara que fez sexo com o outro homem que tinha uma espécie de fogo nos olhos ou se aquilo foi algo como uma troca de corpos entre eles. Cada um com um objetivo diferente, Sweeney quer levar Laura até alguém próximo de Jesus para que ela possa ressuscitar e assim não precise da moeda da sorte de Sweeney para continuar viva e lógico que ela aceita a oferta, já que mesmo com Shadow Moon sendo sua luz guia atualmente, ela não tem certeza de que ele vá aceitá-la de volta com sua língua seca e bafo de morta. Ela quer reviver e se tornar humana novamente, mas a que preço?

Mad Sweeney não é confiável e se torna um personagem cada vez melhor na série – e que atuação de Pablo Schreiber, que desde que fez o guarda de Orange is the New Black, vem numa ascensão incrível -. Ele quer a moeda de volta, mas parece estar disposto a fazer de tudo para isso e Laura pode se tornar uma vítima dessa ambição, ao mesmo tempo que o próprio Sweeney pode acabar se lascando com Laura, caso não entregue a ela o que ela quer. Eles são quase um Esquadrão Suicida da série, que não estão tão ligados na história principal, mas possuem seus próprios objetivos que podem se tornar pertinentes ao que ocorre com os deuses do passado e os de hoje. Sweeney ainda cita que Wednesday é o cão em pessoa e não sei ao certo até que ponto ele estava brincando.

Tivemos um episódio que foi mais uma vez muito bom e que conseguiu criar mais e mais teorias para uma história que parece diluída em grandes cenas sem sentido, mas que com certeza, assim como foi nos primeiros episódios, deve trazer explicações ainda melhores. American Gods é um negócio para se assistir de mente totalmente aberta, se tentar procurar sentido em tudo a diversão vai embora. Então se você está na mesma vibe que eu, com certeza deve ter gostado do que viu.

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