Análise: Agony traz uma boa ideia com uma péssima execução

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Agony começa com uma premissa interessante: te levar ao inferno. Sim, exatamente aquele inferno. O lugar onde os pecadores estão condenados a sofrer no fogo eterno. Desde o início a única coisa que podemos ver são cenas grotescas e demônios horrendos.

A princípio, o jogador começa com um objetivo, que é encontrar a Deusa Vermelha. O motivo, assim como quem é o personagem principal, não são explicados. Basta o jogador seguir em frente e começar sua jornada em busca de sua divindade infernal. E vamos descendo pelos círculos da danação eterna.

Agony é agonizante

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Se tem uma coisa que foi acertada nesse game é sua ambientação e o design dos demônios. Por se tratar de um círculo infernal de luxúria, vemos vários monstros que lembram de “partes da anatomia humana”. No início o jogador é fraco, deve procurar pelos ambientes com calma. Os labirintos são extensos e ajudam na mecânica de stealth do game. São oferecidos diversos atalhos pelos mapas, assim como vários lugares para se esconder de criaturas mais poderosas.

A ambientação é definitivamente grotesca. Vemos diversas pessoas empaladas em lanças pelo cenário, ainda conscientes e agonizando. Simultaneamente encontramos várias outras almas perdidas, algumas delas que se lembram de terem conhecido o protagonista em vida. Conforme Agony progride, vamos descobrindo um pouco mais sobre o personagem que controlamos e sua história com a Deusa Vermelha.

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Contamos com poucos recursos para nos defendermos, então tudo depende do quão bem conseguimos nos esgueirar. Muitos dos demônios que encontramos no início não possuem restos, logo, podemos praticar nosso stealth neste momentos. Após passarmos o que seria a primeira parte do jogo, os problemas de Agony passam a ser mais evidentes.

Um inferno cheio de problemas

O jogo tenta ter diversas temáticas diferentes ao mesmo tempo e perde muito o foco. Ele tenta ser um game de sobrevivência e, ao mesmo tempo, de terror, mas sem o charme de nenhum dos temas. Essa crise de identidade passa a deixar o título extremamente desfocado e monótono. Está aí algo que nunca pensei que fosse dizer de um título com um tema tão interessante: ele é chato.

Temos várias possibilidades que poderiam ter sido exploradas, mas que não foram. Como um leque maior de possibilidades para a abordagem de problemas. Muitas vezes o jogo te força a fazer uma ação específica para passar de determinadas partes, ao invés de permitir que a criatividade do player se manifeste.

O game passa a ser exaustivo até seu terceiro ato, em um plano de gelo. Nesse ponto, o game acaba ficando muito massante, quase se arrastando. A narrativa que antes intrigava começa a parecer vazia e sem sentido. O jogador passa a ficar desanimado após tantas repetições. Mesmo que nessa altura do campeonato já possamos dominar alguns demônios, ainda não é o suficiente para quebrar a monotonia. E esse sentimento se mantém até o final do jogo. O título falha em se manter relevante.

O círculo do tormento dos bugs

Falando em falhas, que tal falarmos sobre os bugs? Sim, eles estão presentes até mesmo no inferno. Não vai ser só uma vez que um bug no ambiente vai matar o jogador por fazer ele levantar involuntariamente. Ou demônios que se locomovem para a direita na velocidade da luz e o pegam do outro lado de uma sala. Um dos aspectos mais frustrantes é que, quando o personagem morre, ele se transforma em um espírito e pode possuir outros corpos.

Entretanto, às vezes, após se tornar uma alma, o controle para de responder e o jogador fica impedido de se mexer. Se não encontrar um corpo rápido é declarado um game over e você é transportado ao último checkpoint. A frustração vai crescendo cada vez mais, quando em alguns momentos, o jogo pode acabar apresentando um erro inesperado. Alguns patches já corrigiram diversos dos problemas, mas alguns mais persistentes acabam estragando a experiência.

Gráficos ultrapassados

O game possui designs criativos, mas eles ficam ofuscados com os péssimos gráficos apresentados. Primeiramente, é bom lembrar que jogo roda na Unreal Engine 4, a mesma de Street Fighter V e Kingdom Hearts III. O potencial da engine acabou sendo deixado de lado por motivos desconhecidos. Muitas das artes visuais acabam mostrando efeitos e cores que poderiam ter sido melhor aproveitados. Não dizendo que o inferno deveria ser bonito, longe disso. Mas se comparado ao que poderia ter sido, é difícil não se decepcionar com o resultado final.

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