Análise | Call of Duty WWII resgata a franquia de tiro da Activision com louvor

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Para os fãs mais ferrenhos, Call of Duty, ou para os mais chegados “COD“, não deixou de ter qualidade. Para muitos, o jogo vinha se moldando à realidade atual onde os jogos de FPS futuristas viraram moda. Desde Titanfall que os jogos de tiro com mecânicas diferentes, com jettpack e robôs, tomaram conta do mercado. Com COD não foi diferente e vimos diversas facetas destas ideias colocadas em prática pela Activision dentro dos três estúdios que trabalham com a franquia. Absolutamente todos eles fizeram um jogo futurista nos últimos anos. Afinal, ter três estúdios trabalhando numa mesma franquia, faz ficar difícil criar algo novo, ou diferente. Né?

A verdade é que COD vinha cansando os jogadores, ano a ano. Mas a franquia ainda é um ponto fora da curva, carregada pelos fãs. A qualidade do passado fez com que a falta de melhores jogos atualmente fosse perdoada, desde que um novo game levasse a franquia diretamente ao ponto onde ela fez seu nome um dia.

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Pois bem, chegou a hora de COD, que um dia influenciou o mercado no passado, ser influenciado por outro título? Talvez a existência de Battlefield 1 tenha cravado a necessidade de criar um Call of Duty de raiz, voltando às origens. Mas sinceramente, após jogar a campanha de Call of Duty WWII dá pra dizer facilmente que a Sledgehammer e a Activision já tinham essa visão de retornar ao passado. E essa escolha, quase uma necessidade, foi totalmente acertada.

A 2ª Guerra Mundial nua e crua

Call of Duty WWII

Voltamos à década de 40, em meio a maior guerra de todas. A Alemanha mais uma vez bota o terror no mundo, enquanto os países aliados, como Estados Unidos, Império Britânico e França tentam tomar seus territórios de volta. Jogamos com Daniels e ficamos conhecendo diversos outros personagens que não tentam ser heróis. Eles tentam sobreviver em meio aquele caos. É nítido em seus olhares que eles estão assustados. A morte mora em qualquer esquina, qualquer troca de tiros, na próxima missão. Ou daqui mais umas três. Ninguém sabe.

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O novo Call of Duty definitivamente deixa de lado o heroísmo dos Soaps, Ghosts e Prices pra trazer a humanidade de Daniels, Zussman, Pierson, Turner e muitos outros. A 2ª Guerra Mundial – até mesmo a 1ª – são tratadas com todo o horror que elas merecem, mas também possuem muita poesia envolvida. Como a humanidade unida para combater um mal em comum, que eram os Alemães. No entanto, COD WWII mescla muito bem estes elementos, mas mostra principalmente que a Guerra não é nada bonita. Não é fácil estar na pele daqueles soldados. São muitos traumas e incertezas, munidas de muita pólvora e morte. E nisso a Sledgehammer acertou em cheio, criando um novo universo em Call of Duty que pode render bons frutos pra franquia.

Voltando às origens até na forma de jogar

Call of Duty foi sempre conhecido por sua jogabilidade gostosa e até mesmo fácil. Com o passar dos anos, a recuperação automática da energia do personagem também passou a facilitar as coisas. Antes precisávamos utilizar os antigos medkits, mas nos diversos jogos que vieram desde Modern Warfare, podemos apenas esperar tranquilamente em um canto que nosso personagem se recuperava de boa. Morrer em COD era algo até anormal, a não ser que o jogador escolha uma dificuldade maior, onde existem mais inimigos. Porém, em COD WWII voltamos à época dos medkits e isso é muito bom pra dinâmica do jogo. Podemos encontrar estes itens de recuperação espalhados pelo cenário. No entanto, como aqui alguns soldados possuem itens específicos consigo, Zussman pode te ajudar com mais medkits. Basta pedir para ele, desde que esta habilidade tenha sido carregada. E somente Zussman pode fazer isso, enquanto outros companheiros possuem munição, granadas e afins. Caso Zussman não esteja na missão, ninguém vai te ajudar, sendo necessário encontrar os medkists pelo caminho.

Jogando nos consoles é possível perceber que a mira possui um nível de assistência parecido com o de Destiny. Ao apertar para mirar mais próximo com L2/LT, o inimigo já deve estar na altura de tomar uns tiros. A assistência facilita um pouco a vida do jogador, mas não ao ponto de se tornar algo desleal ou incoerente. Neste quesito, COD WWII mantém a tradição de um jogo divertidíssimo de se jogar.

Momentos Épicos

Um dos grandes pontos diferenciais de Call of Duty durante os anos foram os momentos épicos da campanha principal. Por isso todo mundo pedia para que a Acitvision fizesse direito, adicionando personagens relevantes e situações boas o suficiente para empolgar o jogador a continuar a aventura. Apesar de os últimos jogos como Black Ops 3 e Infinite Warfare possuírem bons momentos, havia ainda uma forçação de barra. Em COD WWII tudo é natural e feito com mais afinco, criando momentos bem épicos e quase memoráveis. Talvez pelo fato de a fórmula ser muito utilizada hoje em dia por diversos FPS, então não é mais uma novidade. No entanto, empolga bastante e o roteiro ajuda a criar momentos de tensão.

Há uma missão em específico que será lembrada por muito tempo. Usando um estilo mais stealth, devemos retomar Paris das mãos dos Alemães. Jogamos com Rousseou, uma mulher combatente da resistência francesa. Ela possui um histórico muito interessante e um ótimo background pra missão. Tudo isso deixa os eventos deste momento do jogo bem dramáticos.

O que auxilia também a criar tantos bons momentos na campanha são os gráficos do jogo. Temos facilmente o game mais bonito da franquia Call of Duty. Em alguns cenários parece chegar próximo do que vimos em Battlefield 1. Porém, mesmo que todo o esforço da Sledgehammer tenha sido enorme e o resultado seja incrível, a Frostibite da EA ainda consegue melhores resultados. Mesmo assim, COD WWII é soberbo, com efeitos de fumaça e luz que chegam a impressionar. Quando bem utilizados, criam oportunidades de pararmos um pouco a ação para admirar o visual do jogo. Mesmo nos consoles mais “normais”, como o PS4 e o Xbox One comuns.

Multiplayer mais clássico faz bem pra COD WWII

Infinite Warfare trouxe uma boa campanha singleplayer, apesar de COD WWII estar bem a frente neste aspecto. Porém o multiplayer do último jogo foi pífio na minha opinião. Era sem graça, sem carisma e não deu vontade alguma de me dedicar ao jogo. Isto é diferente em COD WWII. Desde a fase beta, era possível ver um bom potencial no multiplayer e o mais importante, era divertido. A versão final do jogo traz boas melhorias, muitas delas indicadas pela própria comunidade do game.

Agora escolhemos classes de personagens, algo que leva COD no caminho de Overwatch (guardadas as comparações) e BF1. Cada classe pode ter habilidades e armas próprias. É possível evoluir cada uma delas e também suas armas e equipamentos. Quanto mais jogamos, maiores são as recompensas. Podemos “tunar” as armas para terem mira mais apurada, mais dano, maior alcance, e por aí vai. O ritmo do jogo neste modo é bem dinâmico. Quando morremos, podemos ver a câmera de morte ou apertar um botão e pular tudo, voltando para a guerra rapidamente. O Respawn é realizado perto dos seus companheiros, não havendo um local específico no mapa para as duas equipes.

Existem muitos modos de jogo no multiplayer de COD WWII. O modo que mais jogamos é o clássico, onde duas equipes se enfrentam e quem fizer 75 pontos primeiro ganha. Com carisma e uma jogabilidade divertida, o jogo traz uma curva de aprendizado que empolga.

Zumbis Nazistas!

Além do single e multiplayer, COD ficou conhecido, desde World at War, como um jogo que tem um bom modo zumbi. A Sledgehammer fez um excelente trabalho neste modo extra de COD WWII. Jogamos com um grupo de 4 jogadores e devemos sobreviver a uma onda de ataques zumbis. Os cenários podem ser abertos com mais energia, que conseguimos dos mortos vivos. O visual dos inimigos é ótimo e a direção de arte voltada para zumbis nazistas está perfeita.

Aparecem monstros lentos, rápidos, com armaduras, mais parrudos com armas gigantes e muito mais. Este modo sozinho garante muito tempo de diversão e dedicação, uma vez que quando você encontra um bom time, as partidas podem durar mais de uma hora.

Seja bem vindo de volta COD

É a primeira vez em muitos anos que jogo um Call of Duty com gosto. Não somente na campanha, mas no multiplayer também. A Sledgehammer e a Activision tiveram uma boa atenção aos detalhes. Aproveitaram muito bem o tempo que tiveram desde Advanced Warfare. O segredo do jogo está no carisma dos personagens e nos bons momentos da história. Mas é fato que encontraram o caminho para um bom multiplayer sem inventar demais e entregando algo mais cru, pé no chão e nostálgico.

Houve uma evolução nítida, que precisa ser seguida pelos demais estúdios da Activision para que COD volte a ser tão bom quanto no passado. COD WWII faz muito bem o seu papel e é um jogo que pode marcar o início de uma boa fase para a franquia.


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3 respostas

  1. Se arrumarem os BUG´s de SALA e RESPAWN totalmente bugado do MULTIPLAYER ai eu daria 9.5 pois o GRÁFICO ainda não é igual ao do BATTLEFIELD 1.

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