Análise: Capitão América 3: Guerra Civil

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Quando você pega um filme que é baseado em algum tipo de obra como um livro, quadrinho ou game, existe um ponto importante que pode afetar diretamente na qualidade final do produto, que é o roteiro, principalmente pra quem é fã de determinado universo e espera ver algo no mínimo, próximo daquilo que tanto esperou ver adaptado para o cinema. No caso específico de Capitão América 3: Guerra Civil, temos no subtítulo do filme a sua maior inspiração, o quadrinho de mesmo nome que agitou o universo Marvel em 2006, fazendo com que as histórias dos super heróis da casa das ideias a partir dali mudassem completamente. E é justamente o roteiro que chamava a atenção na HQ, além das batalhas entre os super heróis que deveriam se ajudar e não se digladiar.

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Apesar de ser um bom filme, Guerra Civil peca em pontos chaves e cruciais que fariam dele o melhor longa do ano, o melhor filme de super herói e a melhor adaptação dos quadrinhos para as telonas. Afinal, temos uma altamente aguardada batalha entre dois grupos de heróis da Marvel, que mesmo não sendo tão grandes quanto na HQ, é a maior batalha já vista no cinema neste gênero. Temos também pela primeira vez o Homem Aranha no meio dessa galera toda, que mesmo ainda tendo seus direitos atrelados a Sony, agora pode atuar junto com tantos heróis da Marvel no cinema em batalhas épicas, cheias de efeitos, muito bem executadas e que se o expectador piscar uma única vez, poderá perder algum detalhe importante.

Uma pena que as batalhas aconteçam pelo motivo errado e os quadrinhos tenham servido apenas de inspiração para onde vai a história do filme.

A Guerra Civil

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Assim como nos quadrinhos, após alguns eventos que acabam demonstrando para o governo americano que os super heróis precisam ser registrados, deixando de ser uma organização privada para ser controlada pelo governo através de um acordo, que precisa ser assinado por todos os supers, o grupo dos heróis se divide entre aqueles que são favoráveis a essa ideia, liderados por Tony Stark – o Homem de Ferro e aqueles que acham que a ideia não é boa e que os heróis precisam de liberdade pra continuar defendendo a população, liderados pelo Capitão América.

As coisas se complicam ainda mais quando o Soldado Invernal aparece. A presença dele no filme se dá muito pelo fato de Buck ter sido o vilão de Capitão América 2 e apesar de servir como um elo entre tudo que vimos até aqui no universo Marvel do cinema, a relação do personagem com Steve Rogers já deu uma cansada, mas pelo visto os roteiristas não acabaram a história dele ainda. Os trailers exploraram muito o personagem, sempre descontrolado, violento e infelizmente ele tem um papel importante na trama, o que era o medo de muita gente. Falaremos disso mais adiante.

A Fórmula Mágica da Marvel

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Todos os filmes da Marvel seguem uma receita que vem dando muito certo, começando pelas escolhas dos atores, que se encaixam perfeitamente no UCM (Universo Cinematográfico Marvel). Os figurinhas carimbadas como Robert Downey Jr (Homem de Ferro) e Chris Evans (Capitão América) se mostram cada vez mais a vontade em seus papéis. Os estreantes Tom Holland (Homem Aranha) e Chadwick Boseman (Pantera Negra) arrebentam, mostrando que os filmes solos destes personagens prometem muito! E o que dizer do Homem Formiga de Paul Rudd, que simplesmente rouba a cena a cada momento que aparece em Guerra Civil? O cara pegou o papel pra ele e vem fazendo como Downey Jr fez com o Homem de Ferro, popularizando um personagem que somente os aficionados por quadrinhos conheciam, e agora todos amam.

O filme segue a mesma pegada dos demais do estúdio, com muita ação, tiradas cômicas muito bem encaixadas no filme, uso coeso dos personagens, fazendo com que todos eles tenham um tempo de exibição em tela suficiente para se desenvolverem. Wanda ganha ainda mais destaque e por diversos momentos é o foco do longa, mostrando uma grande evolução Elizabeth Olsen e de sua personagem, a Feiticeira Escarlate. Se você gostou dos dois filmes dos Vingadores, principalmente da Era de Ultron, vai adorar Guerra Civil. Agora, se você gosta de quadrinhos e espera por uma adaptação mais fiel ou ao menos com mais referências ao clássico da Marvel, poderá se decepcionar.

Capitão América 3: O Retorno de Buck. Ah, tem a Guerra Civil também

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Se há algo que foi muito vendido durante os trailers do filme é o subtítulo dele: “Guerra Civil”. Quem leu os quadrinhos da Marvel e vê os filmes sendo adaptados para o cinema, imagina algo pelo menos próximo do que se vê nas obras originais e no caso da Guerra Civil, batalhas que tenham relação com o tema em questão, como a proibição dos heróis agindo por conta própria e toda a trama do registro deles como soldados. Porém, Guerra Civil se foca tanto no relacionamento de Steve Rogers e Buck (Capitão América e Soldado Invernal) que em determinado momento você pensa: “ué, a guerra civil acabou? Era só isso? Mas porque eles estavam lutando mesmo?”. Seria natural esse foco todo nos dois se o filme se chamasse apenas Capitão América 3.

A grande falha do filme se dá no momento que faltou coragem para o estúdio seguir, ao menos, algum dos pontos importantes que o quadrinho possui no que diz respeito ao roteiro. É compreensível quando uma obra cinematográfica pega uma ideia de outra mídia e a adapta, mas neste caso o motivo principal da Guerra acontecer nos quadrinhos serve apenas de plano de fundo para uma trama mais simples de se criar e de se entender, e por conta disso, não poderíamos ter o nome “Guerra Civil” no título do filme. A história e os acontecimentos não fazem jus a importância que o quadrinho teve para a Marvel no passado. A questão é que o roteiro não ficou bom. O filme se torna algo bom pela união dos fatores citados desde o início da crítica, mas tinha muito mais potencial em jogo e foi desperdiçado. 

Apesar da batalha incrível no aeroporto existir e ser muito chamativa pra quem lê ou não os quadrinhos, mesmo que mudanças do roteiro sejam bem vindas para a adaptação, os motivos da guerra civil do filme são pífios e a resolução é muito mal trabalhada. Algumas escolhas do roteiro levam o longa para um caminho tortuoso. No entanto, em alguns momentos temos resquícios do que realmente a Guerra Civil representa, com personagens cheios de potencial se perdendo em seus próprios fantasmas. Ver os Vingadores brigando entre si é algo que abala as estruturas dos heróis e o que eles representam, porém a forma com a qual as coisas se acertam parece apressado, pra não dizer sem sentido.

Ainda assim, é divertido e melhor que a Era de Ultron

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Estamos falando aqui de um filme do Capitão América, mas como todo bom líder, é normal vermos tantos personagens da Marvel envolvidos em seu terceiro filme, justamente pela influência que Rogers exerce sobre todos eles. Capitão América 3: Guerra Civil peca pelas promessas, mesmo entregando cumprindo diversas delas, como as belíssimas estreias do Homem Aranha e do Pantera Negra. O roteiro poderia ser muito melhor, mas podemos aceitar algumas coisas vistas no filme por se tratar de uma adaptação, e sabemos muito bem que nem todas são perfeitas.

A qualidade ímpar no quesito técnico, cenas de humor, alívio cômico na medida e ótimas batalhas, com super heróis cooperando como nos quadrinhos valem o ingresso, definitivamente. Não espere muito da história, muito menos que siga os quadrinhos. Fora isso, é mais um bom filme da Marvel, que une alguns pontos importantes de todos os filmes que vimos até aqui e que expande ainda mais o universo rico que a empresa vem criando no cinema e que vai muito além ainda este ano, até culminar em Vingadores 3: Guerra Infinita Parte 1 e 2. Espero que a Guerra esteja também no filme e não somente no nome.

Trailer

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