Análise: Chaves Kart

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Já começo essa análise com uma pergunta simples – Quem é louco pelo seriado Chaves? Respondendo por mim – EU! (tam tam tam tam tam tam tam tam tam taaaaaaaaam).

É difícil você falar de quaisquer produtos que levam esse nome sem fazer referência direta à obra prima produzida por Roberto Bolaños na década de 70. Para quem não conhece, o que acho difícil, o seriado tratava-se simplesmente de uma vila de moradores que  fazia absurdas loucuras de seu dia a dia. Confesso que sei todos os diálogos, mas dou risada até hoje, e acho que não estou sozinho!

Diante desse sucesso que Chaves fez na América Latina, muitos produtos foram criados. Bonecos dos personagens, desenho animado, óculos canudo, canecas, camisetas, filmes e inúmeras coisas que vocês puderem imaginar, mas faltava algo.

Pois bem, em maio de 2014, o Sr Barriga – Edgar Vivar – veio pessoalmente ao Brasil para divulgar o novo produto da franquia, um game baseado no desenho animado do Chaves. Produzido pela Efecto Studios, e publicado pela Slang, Chaves Kart busca conquistar uma fatia específica do mercado que parece carecer de jogos desse gênero, já que o que deveria concorrer diretamente, Mario Kart, é exclusivo para plataformas da Nintendo. Na ocasião os produtores anunciaram que o jogo custaria R$ 99,00, o que já é grande atrativo, porque os lançamentos costumam sair por R$199,00. Outro ponto importante a ser mencionado é a atenção especial que o Brasil teve nesse game. Capa personalizada com o Cristo Redentor, e duas pistas no Brasil – Uma no Maracanã e outra misturando algumas particularidades brasileiras chamada Céu do Brasil.

O jogo foi oficialmente lançado nas lojas de todo o Brasil para Playstation 3 e Xbox 360 no dia 17 , quando exatamente, sem nenhuma coincidência, aconteceu o jogo da Copa do Mundo entre Brasil e México.

O game conta com 12 pesronagens que incluem, Chaves, Quico, Seu Madruga, Dona Florinda, Professor Girafales, Pópis, Seu Barriga, Nhonho, Bruxa do 71, Paty, Godines, e Rufino Malfeitor. No total são 10 pistas das mais variadas, como Acapulco, Maracanã, Casa da Bruxa do 71, até mesmo a famosa Tangamandápio.

Com gráficos totalmente desenhados e traços bem simples, fazendo referências claras ao desenho, não temos muito do que esperar, nem muito do que reclamar. O que chama bastante atenção é a riqueza de referências dos cenários dentro do jogo, todos trazendo elementos que nos fazem recordar dos episódios mais hilários da vila. Os karts também são projetados de acordo com os episódios e com a personalidade dos personagens, como o barril do Chaves com rodinhas e as garrafas vazias, a lendária brasília amarela do Seu Barriga, a vassoura marcante de Dona Florinda, o humilde presente do professor Girafales, a foto do Satanás, gato da Bruxa do 71, estampado na frente de seu carro e por aí vai.

A jogabilidade traz uma bagagem muito parecida com Mario Kart, obviamente, e também lembra bastante o nostálgico Crash Team Racing (esse é das antigas). Os Power Ups são os itens mais divertidos do jogo, não só pelo fato de também lembrar da série, mas é interessante ver a maneira bem original com que são executados. Quem  não lembra do episódio clássico em que o seu Madruga fica com o jornal grudado na cara, ou a épica busca do Chaves por um sanduíche de presunto, ou a lendária bola do Quico, pois bem, todos esses elementos são colocados dentro do jogo sempre com muito humor.

Outro detalhe importante do gameplay é a interferência do cenário que é constante, podendo ajudar ou atrapalhar seu personagem como borrifadas de água no chão fazendo seu carrinho rodar feio, ou materializações de inimigos e objetos que surgem do nada pra te atrasar.E há também, o que na minha opinião, é o controle essencial do game – o Drift. Se você meu caro amigo, conseguir pegar a manha da derrapagem, terá grandes chances de vencer a corrida, pois cada derrapada, poderá conseguir um poderoso turbo, sendo carregado em até 3 níveis.

A parte sonora é um ponto bacana de comentar, porque o jogo está totalmente dublado e localizado. Os dubladores são os mesmos do desenho animado, e no elenco também está Nelson Machado, dublador original do Quico, que abrilhanta o game com sua voz única e nostálgica. Quanto as músicas, senti falta das originais da série como “Somos jovens ainda“, “Que bonita sua roupa“, ou “até que chegou a Aurora“, ao invés disso, foram feitas versões produzidas por uma banda que foi atrás dos produtores para participar do projeto – ficaram boas e encaixaram direitinho, porém as versões originais iam dar um Tcham a mais (Du du du du – Pá).

Agora o que mais enfraquece o jogo é o fator Replay. Hoje em dia, não basta você ter apenas uma campanha Single Player, porque a maioria dos jogos possuem o recurso de jogar online, elemento esse que passou de ser de Extrema Importância para Essencial. É divertido sim jogar o modo offline, principalmente nos torneios principais nos quais você desbloqueia os personages, e nos Desafios que você desbloqueia as pistas, mas é uma jornada muito curta, e com certeza o jogador busca por mais…mais desafios, mais competitividade, o que somente o online poderia proporcionar.

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Galeria de imagens: Chaves Kart