Análise: Child of Light – O RPG em sua forma mais pura

Child of Light

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Há alguns meses, um anúncio de um jogo me chamou muito atenção. Um game que usava nitidamente de forma exemplar a UbiArt, um framework criado pela Ubisoft para ganhar tempo com tarefas repetidas e acima de tudo, criar um poder enorme de animação em meio aos projetos da companhia que viessem a usar a nova ferramenta. Praticamente qualquer tipo de desenho pode ser utilizado para animações. Rayman Origins foi o pioneiro no uso deste framework e os resultados foram surpreendentes. Porém, Child of Light consegue ir ainda mais longe.

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Concebido por Patrick Plourde, diretor criativo de Far Cry 3, Child of Light foi buscar na época do PSOne toda a sua inspiração. Plourde categoriza seu novo jogo como “um game de conto de fadas que captura o espírito dos RPGs da Squaresoft, como Final Fantasy VII e Vagrant Story”, mesmo que pra mim ele acerte diretamente na parte artística de Chrono Cross. Desde o visual até as músicas, o único sentimento que me vinha à cabeça era de nostalgia, por poder jogar algo novo e sentir uma experiência muito semelhante de quando eu jogava este clássico da Square em meu PSone.

child-of-light-auroraEm Child of Light você acompanha a história de Aurora, uma pequena princesa que vê sua família ruir após a morte da Rainha de Lemuria, sua mãe – Lemuria que por sua vez faz parte de um grande mito, que afirma que existe um continente no Oceano Indico ou Pacífico com este nome, mas ninguém nunca viu realmente. Por motivos nebulosos, Aurora atravessa um espelho que dá em outro mundo, encontra um vaga-lume chamado Igniculus e a partir daí o jogo vira uma viagem em meio a cenários incríveis e muito bem planejados, em busca de uma estrela, do sol e da lua, roubados pela Black Queen. Para evitar que a pequena heroína acabe com seus planos, a Black Queen quer de todas as maneiras acabar de uma vez por todas com a vida de Aurora. Esse é apenas o prelúdio do jogo, mas a história realmente não é lá grande coisa. Mesmo assim, cativa ao ponto do jogador dar continuidade na aventura, mesmo que em muitos momentos os acontecimentos sejam bobinhos ou muito infantis. Porém, essa parece ser a ideia central do jogo, ser algo muito próximo dos contos da Disney em uma temática de RPG.

Entretanto, a história aqui influencia pouco no resultado final. A grande sacada da Ubisoft em usar a UbiArt neste game é entregar cenários em 2D incríveis e em Child of Light a qualidade chega a um nível quase perfeito. São inúmeros ambientes muito bem desenhados, animados, com level design excelente e um visual matador, altamente colorido, oferecendo um nível de exploração muito semelhante a Sonic, onde para encontrar todos os segredos você deve procurar nos caminhos mais altos e mais baixos do cenário. Felizmente após alguns minutos de jogo Aurora aprende a voar, e a jogabilidade ganha um dinamismo ótimo, principalmente para àqueles cenários que você já visitou e gostaria de procurar por mais segredos.

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child-of-light-igniculusOutro ponto de destaque é o uso de Igniculus no cenário. Enquanto que com o analógico esquerdo você controla Aurora, com o direito você pode voar livremente com o vaga-lume (no PS4 é possível controla-lo com o painel tátil do controle e funciona muito bem). Igniculus, que, além de possuir a habilidade de abrir baús que muitas vezes Aurora não é capaz de alcançar, ele também possui seus próprios recipientes de itens, que só se abrem caso ele faça uma forte luz (que neste caso você faz com o L2/LT). É possível também fazer uso do vagalume para cegar os inimigos, criando emboscadas antes de realmente entrar em combate, já que em Child of Light os inimigos estão andando pelo cenário e não surgem do nada. E caso você esteja com aquele amigo gente boa em casa, vocês podem jogar juntos, sendo um deles Aurora e o outro Igniculus.

Junto com a exploração, o combate é o elemento principal de Child of Light. Quando você se aproxima de um inimigo o jogo sai do cenário habitual e vai para uma tela diferenciada, com os heróis à esquerda e os inimigos à direita, e de um game de plataforma 2D Child of Light se transforma de maneira muito natural em um jogo de RPG por turnos, altamente viciante. Para atacar é necessário que o indicador de seu personagem alcance o final da barra de velocidade, onde todos os aliados e inimigos aparecem. Após chegar a sua vez é possível escolher atacar, defender, usar itens, magias, e tudo mais que é possível em um RPG. Apesar de não ser muito profundo, o sistema de batalha oferece grandes oportunidades de estratégias, principalmente quando se aprende que apenas atacar não é o caminho, mas sim saber defender na hora certa, até porque ao receber um dano, são grandes as chances de seu marcador de tempo regredir, e com isso seu turno pode se perder. Ao defender os riscos são muito menores e sua velocidade de ataque aumenta naquele turno aumenta. Outra estratégia bastante interessante é saber qual personagem usar naquele turno, pois apesar de apenas 2 personagens estarem realmente em combate, os “reservas” podem entrar na batalha sempre que chegar a sua vez no turno. Cada um tem suas próprias habilidades, magias, ataques, fraquezas e vantagens. Cabe ao jogador escolher bem o time ou os companheiros que Aurora terá em determinada batalha.

Child-of-Light-23-1280x720As batalhas ganham um ar bacana a cada cenário visitado, onde os inimigos mudam constantemente e são muitos, muitos inimigos diferentes. Alguns são realmente chatos de se matar, outros possuem uma velocidade incrível de ataque. Os mais irritantes são os que quando recebem um ataque físico, possuem contra ataque, o que faz com que você dê um turno para o inimigo sem saber. Outros possuem o mesmo tipo de reação quando utilizamos magias. O negócio aqui é entender como cada inimigo se comporta e usar a estratégia mais inteligente para cada situação. Apesar de poucos, os chefes usam da mesma filosofia porém numa escala maior. Os gráficos aqui também é um grande destaque, já que os inimigos ficam maiores na tela dando a sensação de perigo.

Ao final de cada batalha, como em qualquer RPG, os aliados ganham experiências que a cada level obtido transformam-se em pontos de habilidades. Cada ponto permite que o jogador escolha uma nova habilidade que por sua vez é ligada em outra, mas cada uma exigirá de um à dois pontos de habilidades para ser conquistada. Fechar o ciclo de habilidades de cada personagem não é tarefa fácil, já que será necessário lutar muitas vezes para conseguir tanta experiência, mas é aí que está o espírito de um bom RPG, onde apenas lutando em demasia que se ganha experiência.

child-of-light-habilidadesOutro grande destaque na jogabilidade é o uso de esmeraldas chamadas chamadas “Oculis” que são encontradas no cenário, em baús ou ao final de cada luta. Cada uma delas possui uma cor e cada cor representa alguma habilidade. Ao invés de usar novos equipamentos, em Child of Light você melhora os que você tem com as Oculis. Usando uma Oculis azul no poder de ataque por exemplo, o personagem atrela à sua espada um ataque aquático, ótimo contra inimigos de elemento fogo, e assim vai. Você pode misturar os Oculis para formar novas cores ou esmeraldas maiores, sempre usando de 2 à 3 de uma vez. A cada chefe enfrentado, o uso inteligente das Oculis fará com que a batalha fique mais tranquila ou simplesmente ainda mais difícil.

Um elemento de grande destaque em Child of Light é a parte sonora e a localização do jogo. Apesar de contar com poucas falas, todas que surgem durante o game são dubladas e quando não, possuem uma legenda muito bem adaptada, já que todas as falas são rimadas, como um poema. Child of Light talvez seja realmente uma poesia jogável se você olhar por este lado. Aliado a este clima de magia, as músicas são marcantes, com melodias fantásticas que novamente, me levaram à época de Chrono Cross. Aurora ainda possui uma flauta, que de vez em quando ela tira do bolso para tocar uma bela canção, e uma referência clara a Ocarina of Time.

Galeria de imagens

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10 respostas

  1. Jogo excelente! A título de curiosidade, no PC você controla Aurora pelas teclas W A S D e Igniculus pelo mouse! Nesse quesito me lembrou Brothers: a Tale of Two Sons! A versão PS4 teve legendas e dublagem em português?

    1. Tem sim Dori, totalmente localizado! Muito boa a adição sobre os controles no PC. Esse Brothers: a Tale of Two Sons eu preciso jogar, deve ser muito bom!

      1. Jogue sim Ariel, aliás, nem sei como você não jogou ainda! Excelente game, inova pelo fato de você controlar 2 personagens ao mesmo tempo (cada um com um lado do seu controle), a história é boa e muito tocante! O único problema do game é ser curto! Mas recomendo muito!

        1. Poxa cara, jogo curto pra mim talvez não seja um grande problema viu hahaha, o tempo é o que há de mais curto ultimamente =D

          1. A versão de PC também tem tradução, só não sei se tem dublagem!!! Quando eu jogar eu me alastro sobre isso XD Não o fiz ainda pq é um rpg de turno, gênero que ainda me causa traumas kkk

          2. A versão PC está dublada e legendada! Eu tenho o jogo no PC desde o lançamento 🙂 Mas como o Ariel jogou no PS4 e utilizou imagens do jogo em inglês, fiquei com esta curiosidade acerca do jogo no PS4!

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