Análise | Dandara conta história de guerreira brasileira de forma não convencional

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Uma lenda brasileira invadiu os games com Dandara. Se até hoje temos poucos exemplos de bons games produzidos no Brasil, esse cenário vem mudando nos últimos anos com diversos jogos de grande qualidade. E não somente isso, nossos desenvolvedores estão caindo na graça do mundo. Dandara é mais um bom exemplo disso, um jogo totalmente brasileiro, até em suas inspirações, que chega ao PC, PS4, Xbox One, Switch e até smartphones Android e iOS.

O jogo se baseia numa lenda antiga nacional. Dandara, uma guerreira negra, escrava, que dominava a técnica da capoeira. Ela lutou ao lado de homens e mulheres no período colonial brasileiro. Seu fim foi trágico quando foi presa, se jogando de uma pedreira em um abismo sem fim. Porém, sua lenda perdurou por muito tempo, até chegar agora em Dandara (o game). O título se passa no mundo de Salt (sal) e tem como energia justamente o sal. A guerreira precisa acabar com ameaças que isolaram os cidadãos e tirar deste mundo a opressão exercida por eles por estes seres malignos.

Um Jeito Novo de se Jogar

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Produzido pela Long Hat House, o jogo é uma mistura do gênero Metroidvania, com um mapa gigante para ser percorrido. Porém, a diferença crucial aqui é a maneira de se jogar. Dandara desafia a gravidade e o jogador pode se movimentar para qualquer canto do cenário muito rapidamente. Porém, de uma forma muito única, isso é feito sem a movimentação habitual. Ao invés de irmos de um lado ou para o outro segurando o direcional, pulando, atacando, aqui tudo é na base da direção e salto. O jogador escolhe uma direção, o jogo indica se é possível saltar até lá, e então há o salto. E assim vamos nos movimentando, quase como teleportes. Acontece que Dandara é muito rápida e a movimentação se torna ligeira depois de um tempo. O jogo foi levado aos smartphones com controles por toque e no Switch há como escolher usando os Joy Cons ou a tela sensível do aparelho.

A mecânica de jogo é bem simples, apesar da movimentação atípica. Devemos explorar os cenários, abrir portas, enfrentar inimigos e chefes e avançar. Em sua jornada, Dandara encontra outras pessoas, que acabam lhe concedendo poderes, itens importantes e muito mais. Ela também pode encontrar seres místicos do bem, que foram oprimidos pelas forças do mal. Basicamente o jogo não provê uma história muito complexa, tendo apenas a lenda de Dandara como pano de fundo, mas funciona bem. Quem nos conta mais da história são os próprios personagens que encontramos na jornada.

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Combates Difíceis

De cara, o jogador acaba sentindo uma dificuldade enorme para entender como o jogo funciona. Mas após 10 minutos a movimentação passa a ser algo tranquilo de se acompanhar. Porém nos combates a coisa é mais complicada. Dandara inicialmente tem um tiro único, de curto alcance, que exige que nos aproximemos dos inimigos para desferir os ataques. Alguns deles param para atacar a guerreira, outros atacam de longe. Assim, o jogador precisa aprender a se esquivar rapidamente, atirar e sair de perto. Essa mecânica não fica nem um pouco fácil com o passar do tempo dentro do game. É preciso muita concentração e rapidez para se dar bem.

Quando vencemos os inimigos, eles deixam para trás partículas de sal. Com essa energia, Dandara pode melhorar suas habilidades em um sistema semelhante a Dark Souls, porém mais simplificado. Temos quatro tipo de habilidades para evoluir, entre vida, nível de recuperação de energia, magia e nível de recuperação da magia. Esta evolução só pode ser colocada em prática quando encontramos um acampamento. Nestes locais o jogador poderá salvar e evoluir Dandara. Caso a guerreira sucumba em sua missão, um espírito ficará guardando o sal que você conquistou, até que você consiga chegar ao local da última morte e recupere suas energias.

Cenários diversos

Como qualquer Metroidvania que se prese, Dandara tem muitos segredos espalhados em seu cenário. Podemos encontrar baús por todo lado e sempre com um bom item. O jogo apresenta uma boa quantidade de cenários, passando por prédios, grutas, florestas, uma espécie de local futurista e muito mais. graficamente Dandara não é nada estonteante, é um jogo decente. Os cenários são bem parecidos entre si, os inimigos são variados, mas é Dandara quem se destaca com uma movimentação muito bacana.

Uma coisa que incomoda é a mudança de cenários repentina. Estamos em um local meio esverdeado e do nada aparece um lugar futurista, sem nenhuma contextualização. Isso me trouxe questionamentos de o que estava rolando no jogo, mas também serviu para que eu questionasse o lado artístico do game. Felizmente isso é muito pequeno diante da diversão que a jogabilidade e a exploração nos traz.

Chefes encardidos!

Outro grande fator de diversão neste estilo de jogo são os chefes. Dandara traz boas batalhas contra chefes malucos, mas que são bem desafiadores. Geralmente eles abrem a possibilidade de avançarmos em algum ponto do cenário que antes era impossível. Mas o jogo vai exigir que você treine bastante, matando muitos inimigos para que evolua a personagem. Eu joguei no difícil, dificuldade que eu recomendo fortemente para quem jogar Dandara. Não é preciso treinar tanto assim para ficar no nível dos chefões, mas definitivamente você não pode ir até eles despreparado.

Todos eles seguem um padrão de ataque, ao melhor estilo Mega Man. Porém com particularidades que fazem uso da mecânica do jogo. A gravidade pode ser a sua aliada ou sua grande inimiga contra do chefes do jogo. Na maior parte das vezes ela é sua inimiga. Como o jogo exige que você vá e volte muitas vezes por cenários que já visitou, é interessante notar que de repente aparece um chefe em um local já conhecido.

Conclusão

Dandara é um dos jogos brasileiros mais interessantes que já joguei. A jogabilidade é definitivamente o grande motivo de você dar atenção à este game. É algo diferente demais, que pode acabar se tornando estranho no começo, mas quando pegamos o jeito, brilha. Os combates poderiam ter um formato um pouco diferente. Talvez fazer um uso maior do lado místico de Dandara, que quem sabe, possa ser explorado em uma provável sequência. A falta de movimentos mais livres vão de encontro com o gênero de jogo escolhido pela produção do game. No entanto, é um toque diferente em um gênero tão utilizado durante vários anos nesta indústria vital.

Fato é que Dandara faz muito bonito, além de eternizar uma das lendas brasileiras e levar nossa cultura para o mundo a fora.


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