Análise: Dead Rising 4 traz zumbis e comédia na medida certa

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Dead Rising 3 foi uma bela evolução para a franquia de zumbis da Capcom, que vinha de dois bons jogos e um stand alone de qualidade também, porém a série nunca teve a pretensão de ser um jogo triplo A. No entanto, muita gente vê os games da franquia da Capcom dessa forma, principalmente após Dead Rising 3 ter sido um dos títulos de lançamento do Xbox One em uma apresentação muito convincente por parte da Capcom na E3 de três anos atrás, começando uma parceria de sucesso com a Microsoft.

No entanto, Dead Rising 3 era um jogo com cara de mal acabado, que mesmo trazendo novidades pra franquia, como o novo protagonista chamado Nick Ramos, não convencia totalmente. Apesar de ser uma nova geração, os gráficos eram meio lavados e mereciam um pouco mais de cuidado, ainda que o mundo do game fosse o maior até então e a quantidade insana de zumbis na tela ser um grande chamativo. Era um jogo divertido, mas tinha tanta coisa repetida e falhava na parte cômica, marca registrada da série.

Mudanças Necessárias

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A Capcom declarou que Dead Rising 4 traria mudanças necessárias para que Dead Rising 5 e 6 pudessem existir, e a desenvolvedora cumpriu com o que disse, mesmo que o novo jogo tenha tanta coisa parecida com os games anteriores. Pra começar, voltamos a pele de Frank West, que é de longe o protagonista mais divertido da franquia. Jornalista que sempre está no meio da notícia, nunca foi reconhecido em seu trabalho, até que um dia se viu em meio ao apocalipse zumbi em Dead Rising (2006). Mesmo saindo como herói e sendo lembrado como o cara que levou a paz para Willamete, Frank nunca recebeu nada em troca. Obrigado não é o suficiente pra ele, ele quer viver melhor, já que ele é um herói.

Em Dead Rising 4 ele está mais velho, na casa dos 50 anos, e não queria mais se envolver em confusão. Porém, a sua reputação é tanta que pessoas ligadas ao governo o buscam para investigar novos acontecimentos em Willamete em uma Black Friday, mesmo anos depois do surto de zumbis que lá aconteceu. Pouco antes, Frank e sua pupila Vick conseguiram entrar em uma instalação secreta e viram que uma nova onda de zumbis estava prestes a acontecer, mas de uma forma diferente. Frank percebe uma grande oportunidade de um furo de reportagem, enquanto que Vick entendendo que ele faria qualquer coisa pela notícia, tenta ser um pouco mais humana e vai de encontro com os conceitos de Frank. Os dois se separam e o jogo começa a dar a entender que você terá que enfrentar hordas e hordas de zumbis, enquanto Vick está a sua frente, colhendo todos os detalhes da história maluca que ali começou.

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Jogabilidade refinada e humor de primeira

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A grande sacada de Dead Rising foi nunca se levar a sério, sempre com jogos cheios de bom humor e diversas possibilidades de jogabilidade, como a criação de novas armas, veículos, colecionáveis espalhados pelo mapa e muito mais. O jogo é quase um Zumbilândia dos games, deixando de lado todo o clima dark de outros jogos de zumbi, como Resident Evil, também da Capcom. No entanto, Dead Rising 4 tenta ficar no meio termo com um clima mais pesado ao mesmo tempo que é o jogo mais cômico da franquia, com um Frank West reformulado, extremamente bem dublado na versão brasileira e com uma nova voz na versão americana, algo que até incomodou os fãs do personagem lá fora, mas foi necessário para dar essa nova roupagem.

Tudo que conhecemos em termos de combate na série está aqui com uma qualidade nunca vista dentro do universo de Dead Rising, como armas de curto alcance, armas de fogo e objetos que podem ser jogados nos inimigos e tudo muito bem polido, diferente de DR3 que tinha alguns problemas aqui e ali que faziam dele um jogo mediano. A variedade é tremenda e a cada passo que você dá existe alguma coisa que você pode usar como arma. A liberdade é a maior aliada do jogador e do próprio jogo, algo que define a qualidade de Dead Rising 4, já que não há nenhum jogo deste gênero que se aproxime das mecânicas que a Capcom conseguiu criar com essa franquia. A cada novo projeto de arma ou carro é uma surpresa e acredite, existem muitas novas combinações que vão tomar muito do seu tempo até que você encontre todas.

Uma Porrada de Zumbis

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Aquilo que mais agradava em Dead Rising 3 está ainda melhor em Dead Rising 4, que é a quantidade de zumbis. A cada esquina há manadas de andarilhos prontos para serem atropelados, chutados, cortados e abatidos. É muito divertido entrar no meio dos zumbis e começar a bater em todos eles. Quando se alcança uma quantidade de mortos vivos derrubados, o jogo permite que você realize algum golpe especial onde alguns deles são quase fatalities, coisa linda de ver. E mesmo com o jogo cheio de zumbis na tela, tudo flui muito bem e com pouquíssimos slowdowns. O gráfico é decente, apesar de não ser o melhor que existe no mercado, possuindo poucos problemas de iluminação e de personagens que entram dentro de objetos. Mas na verdade, isso pouco importa enquanto você joga, tamanha a diversão que você vai encontrar aqui.

Além dos zumbis que já conhecemos, existem novas formas que são mais resistentes e mais perigosos, que geralmente aparecem no mapa em locais protegidos ou em lugares que você não deveria entrar, mas que como bom repórter você fará questão de entrar. Derrubando uma quantidade bonita de zumbis, você pode sacar a sua câmera e tirar foto dos corpos no chão, mostrando o quanto você foi forte para sobreviver aquela situação, podendo até tirar selfies em que Frank faz as mais variadas caretas. Quanto maior a quantidade de sangue e corpos na tela, maior a sua pontuação.

Menus e sistema de evolução

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Dead Rising 4 tem um clima de tiração de sarro pra todos os lados que você olha e a música gera um efeito de riso a cada novo pause que você dá. Como o jogo se passa numa época próxima ao Natal, existem músicas natalinas com novos arranjos e que se misturam com o tema de zumbis que ficaram sensacionais. Como você vai acabar passando bastante tempo olhando e navegando pelos menus, seja de evolução quanto de construção de armas ou veículos, é ótimo ter um cuidado como esse nessas músicas, que muitas vezes passaria despercebidas pelo jogador.

Além disso, a cada nível que você sobe, ganhará um ponto para gastar em habilidades de combate, na saúde de Frank, na habilidade dele com armas e em sua resistência. A maneira que você evolui o personagem define exatamente como você passará a jogar o game. O melhor é aumentar suas habilidades com armas de curto alcance, porque a grande maioria delas são bem poderosas e acaba valendo a pena. Os menus são bem intuitivos e fáceis de se mexer, bem melhores do que os que vimos em Dead Rising 3.

Exploração sem limite de tempo

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Diferente de todos os jogos da série até agora, Dead Rising 4 não possui nenhum evento que fique te avisando que seu tempo está acabando. Aqui, Frank tem o tempo que quiser para explorar o que bem entender, o que é ótimo pra quem gosta de ficar andando à toa por aí ou coletando tudo que o jogo tem pra oferecer, o que novamente, não é pouco. O mapa segue o mesmo estilo de Dead Rising 3, praticamente com a mesma estrutura e um pouco mais de liberdade.

Ao encontrar abrigos que estão sendo atacados por zumbis, você pode fazer a limpa eliminando todas as criaturas e receber o afeto daqueles que estavam por lá, em pânico. Essas pessoas podem te vender roupas, assessórios, armas, veículos e mapas, que mostrarão onde existem esses colecionáveis. Se você curte jogos cheios de coisas pra encontrar ou até mesmo de buscar todos as conquistas, Dead Rising 4 é o seu jogo. Além disso, o jogo possui um modo multiplayer cooperativo com 4 capítulos que pode te deixar bastante tempo ocupado.

O melhor jogo da franquia

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Sem dúvida alguma Dead Rising 4 é o melhor jogo da franquia da Capcom, com tudo que há de melhor nos jogos anteriores e sem os problemas que eles tinham. Ainda há um pouco de repetição nos eventos secundários, mas as missões principais são divertidas e variadas, com uma ótima dose de humor ao mesmo tempo que tenta se levar um pouco mais a sério. Frank West é o melhor protagonista e que não deve sair nunca mais da série tamanho o seu carisma, mas imagino que a Capcom ainda esteja guardando segredos para os próximos jogos.

Mais polido, bonito e divertido, Dead Rising 4 é um ótimo jogo pra começar dezembro em clima de natal, mesmo que existam miolos espalhados por perto da árvore e dos presentes. Você não vai se arrepender de entrar no mundo maluco de Frank West, até porque muitas risadas o aguardam. Recomendado!

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