Análise | Dishonored 2 – Muitas opções de gameplay em um dos melhores jogos do ano

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No final de 2012, lançado em meio a grandes títulos da época, nascia uma nova franquia pelas mãos da Bethesda e do competente estúdio chamado Arkane. Em um momento em quem os jogos em primeira pessoa careciam de novidades, Dishonored trouxe um novo herói, uma cidade e cenários incríveis, narrativa diferenciada e muitas opções de gameplay.

No primeiro jogo eramos Corvo Attano, um fiel guarda costas da Imperatriz de Dunwall, uma cidade com o charme britânico do século 19. Em um ato de traição, surge o assassino da coroa, que mata a imperatriz em frente a sua pequena filha Emily Kaldwin. Ao mesmo tempo, acontecia nas ruas de Dunwall a terrível praga dos ratos, que levava diversos tipos de doenças e transformações na vida dos habitantes do local. Corvo foi acusado injustamente de ser o assassino da coroa e então começou a correr contra o tempo para provar a sua inocência e salvar a vida de Emily, que seria por direito a próxima Imperatriz. O mais importante ainda para Corvo era seu parentesco com Emily, que na verdade, é sua filha.

15 Anos depois, em Dishonored 2

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Agora, 15 anos mais tarde após os acontecimentos de Dishonored, Emily assume a coroa como imperatriz, mas uma tia – irmã de sua mãe – a falecida imperatriz, surge do nada clamando sua posição no reino e expulsando Emily de seu local por direito. Neste exato momento logo no começo do jogo, nós escolhemos com quem iremos jogar, com Emily ou Corvo. Independente de quem você escolha, o jogo começa a lhe colocar dentro do roteiro de Dishonored 2, que traz novamente Dunwall com seus habitantes vivendo os traumas da Praga dos Ratos e de uma novo mal, as moscas de sangue que insistem em criar nos corpos espalhados pela cidade, seus ovos para continuarem se reproduzindo.

Na invasão ao reino que seria liderado por Emily, somos apresentados também a um novo tipo de inimigo, uma espécie de robô com inteligência super avançada e totalmente programado para batalhas, que usa duas armas em formato de espadas e que são duros na queda, mostrando que em algum momento Dishonored 2 pode entrar numa forma de se jogar totalmente diferente do seu antecessor, onde enfrentamos somente humanos. Além disso, Corvo é mais uma vez acusado de ser o Assassino da Coroa, após diversos novos assassinatos em Dunwall. Então, entramos num momento curioso que já mostra como Dishonored 2 é especial.

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Corvo ou Emily?

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Logo que a primeira cena do jogo é finalizada e somos obrigados a escolher entre Emily ou Corvo como protagonistas, Dishonored 2 chega num momento quem é de extrema importância para a sua experiência com o game. Apesar de se parecer muito com o primeiro jogo, o roteiro parte por caminhos mais seguros e muito interessantes. Temos novamente Dunwall como pano de fundo, uma praga que agora está na forma das moscas de sangue, capazes de forçar a Guarda Real a isolar prédios e ambientes que elas tomaram conta, além de pessoas mordidas por elas que começam a demonstrar comportamentos diferentes e violentos.

Ao escolher Corvo, ele é obrigado a mais uma vez usar sua conhecida máscara, já que ele é procurado por ser o suposto Assassino da Coroa. Assim, o jogo parte por um caminho extremamente parecido com o que vimos em Dishonored, mas não poderia ser diferente para que possamos ter Corvo e sua máscara, característica importantíssima do game. Porém, caso escolha Emily, deverá salvar Corvo e evitar ser reconhecida nas ruas de Dunwall, senão a guarda real a levará de volta para a nova Imperatriz, algo que com certeza levará a morte de Emily.

Muitos poderes, decisões e a velha premissa entre o bem e o mal

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Se há algo que diferencia Dishonored da grande maioria dos jogos que conhecemos é a sua jogabilidade e a quantidade de possibilidades que você tem de fazer a mesma coisa. Os desenvolvedores criaram muitos poderes para Corvo e Emily e construíram os cenários pensando nestes poderes, como se fosse um playground para um assassino ou um stealth de mão cheia. Assim, é possível escolher como você vai jogar Dishonored: se será totalmente stealth, um completo fantasma nas ruas de Dunwall e arredores, um soldado do bem, que passa por seus inimigos derrubando todos eles, mas sem causar nenhuma morte e com isso, criando pouco caos, ou se você irá assassinar todos que cruzarem o seu caminho, correndo o risco de gerar uma quantidade muito grande de cadáveres na cidade, o que certamente chamará a atenção das moscas de sangue. Suas decisões refletirão também no final do game, que poderá ser mais otimista ou mais pessimista.

As decisões vão muito além da moralidade ou da praticidade, já que a forma que você jogar Dishonored 2 vai moldar diretamente a sua experiência. Ao não assassinar ninguém, a tendência é que você acabe indo diretamente aos objetivos principais, explorando menos cada localidade e acredite, Dunwall possui muitos prédios que com qualquer janela aberta, te leva a locais bem grandes e cheios de itens e cômodos para explorar. Se jogar derrubando ou matando cada inimigo que você vê, seja na surdina ou no maior caos, poderá criar uma longevidade ainda maior ao jogo, além de te possibilitar encontrar as famosas Runas e Amuletos de Ossos que estão espalhados pelo cenário e que são responsáveis pela evolução dos personagens.

Além de tudo isso, o jogo ainda te leva para um novo e importante momento de decisão onde Corvo ou Emily, dependendo de sua escolha, são levados até o mundo do Profano (chamado originalmente de “The Outsider”), um misterioso homem que foi o responsável pelos poderes que Corvo adquiriu no primeiro jogo. Assim como na escolha de Emily ou Corvo, este é o segundo momento onde você vai determinar como será a sua experiência com Dishonored, já que se escolher usar novamente os poderes no Profano, saberá que está vendendo mais pouco de sua alma para essa misteriosa entidade, mas terá poderes mega blaster legais para usar durante a aventura. Se escolher não usar os poderes que ele te oferece, entrará em uma experiência totalmente diferente, mais “normal” e definitivamente mais desafiante.

Vamos falar da parte técnica

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Dishonored 2 é um dos jogos que traz suporte para o PS4 Pro, mas segundo o Digital Foundry não traz muitas diferenças da versão do PS4 normal. Lançado também para Xbox One e PC, Dishonored 2 tem ótimo desempenho nos consoles, com alguns glitches chatos de vez em quando, como paredes que mostram uma claridade maior do que deveria, como se as luzes atravessassem barreiras intransponíveis. No PC é onde a Bethesda repetiu seus erros e lançou Dishonored 2 com diversos problemas, que estão sendo resolvidos através de atualizações. Graficamente o jogo é belíssimo, com uma pegada mais caricata que o habitual onde o jogo não busca o fotorrealismo, mas sim uma cara própria dos demais jogos da atualidade.

O som é incrível e peça muito importante para a jogabilidade, já que você precisa ouvir muitas conversas por Dunwall para conseguir pistas do que fazer e como completar seus objetivos. Durante alguma invasão ou batalha, é preciso ouvir os passos dos inimigos para se dar bem. A trilha sonora é viciante, épica, monstruosa. Felizmente e surpreendentemente o jogo veio dublado em português do Brasil e começa com uma qualidade discutível e duvidosa, como se os dubladores não soubessem muito bem como interpretar aqueles personagens, mas aos poucos as coisas vão melhorando e as interpretações melhoram bastante, além de você também que passa a se acostumar com as novas vozes. Mas que fique bem claro que nós temos outros grandes exemplos de jogos dublados no mercado, como o recente lançamento que foi Watch Dogs 2, que dá um banho no trabalho executado em Dishonored 2, mas como o jogo não te dá opção de alterar o idioma das vozes (a não ser que você mude manualmente o idioma do seu console), você acaba aceitando a dublagem entregue com o game.

Repetindo o efeito positivo de Dishonored 1

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É muito gratificante passar horas e horas na frente da TV explorando Dunwall, Karnaca e todos os locais que Dishonored 2 nos apresenta. O mundo do game é extremamente vivo, ao mesmo tempo que cheira a morte. O roteiro continua empolgante, mas o que manda aqui é a quantidade incrível de opções de jogabilidade e como o ambiente se comporta com todos os poderes ou escolhas que o jogador possui dentro da campanha do game, com muitos itens e locais pra explorar.

Mais uma vez o Arkane Studios alcançou uma qualidade ímpar, com um jogo cheio de mistérios, personagens icônicos e jogabilidade praticamente perfeita. Dishonored 2 é extremamente viciante se você está jogando e altamente imersivo se você está assistindo, entregando uma experiência como poucos jogos neste ano, que mais uma vez vai ficar guardado na memória de quem decidir se aventurar na pele de Corvo ou de Emily. Sem dúvida alguma é uma obra que deve ocupar algum espaço na sua estante ou na sua coleção digital de jogos. Dishonored 2 não é somente recomendado, é obrigatório!


45 minutos iniciais de Dishonored 2

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