Análise | Mesmo com problemas, State of Decay 2 é imersivo e divertido

State of Decay 2

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Em um ano onde a Microsoft ainda não apresentou grandes exclusivos, os jogadores da plataforma se apegam naqueles que estão confirmados. State of Decay 2 é um deles. Após o primeiro jogo, lançado em 2013, agora é hora de expandir as coisas. Embora não tente reinventar o jogo ou seu universo, a Undead Labs, responsável pelo título, consegue fazer neste segundo game o que, na minha visão, eles passaram um pouco longe de conquistar com o primeiro.

Eu reconheço que talvez eu seja uma exceção, uma vez que a grande maioria gostou de State of Decay 1. Entretanto, mesmo que tivesse uma apresentação interessante, o game pecava em muitos aspectos. Era mal-acabado, tinha movimentação dura, combates travados. O visual não era o forte e o mundo era vazio. Em State of Decay 2 tudo melhorou muito e vejo neste game aquilo que esperava encontrar no primeiro.

State of Decay 2 é quase um The Walking Dead

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É claro que duas obras com temáticas semelhantes podem se confundir. No entanto, são tantos aspectos em State of Decay 2 que lembram The Walking Dead, que é completamente difícil de ignorar. E não é algo ruim. Começamos o jogo com dois personagens, podendo alternar entre eles. Com 5 minutos de gameplay, encontramos uma comunidade, com uma médica e um soldado. Somos levados pela narrativa para outro local e assim nossa comunidade começa. Como em uma espécie de Alexandria ou Hilltop, temos que manter tudo em ordem. A comunidade passa a ser a sua maior preocupação.

Assim, é necessário manter o local de pé. Tudo que você faz, conquista ou leva para o acampamento, conta na moral de todos. Uma comunidade sem moral gera brigas, descontentamentos e até deserções. Aos poucos o jogador se vê preocupado com todos que fazem parte da comunidade. Entretanto, não pense que é fácil manter tudo em ordem.

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Apesar de ter os zumbis como peça fundamental de sua narrativa, State of Decay, tanto o 1 quanto o 2, não é um game de zumbi em si. É um jogo onde o gerenciamento de pessoas, recursos e estratégia contam muito mais do que matar zumbis. Novamente, como na série da TV, os zumbis são segundo plano de um mundo perdido.

A Praga Sanguinária

Logo também descobrimos um dos grandes elementos do game: A Praga Sanguinária. Caso sejamos mordidos muitas vezes pelos zumbis, corremos o risco de pegar esta doença. Ou seja, apenas ser mordido não te condena. Entretanto, se deixar a doença se alastrar no corpo do personagem, já era. Para isso, é melhor deixa-lo repousando e levar outros guerreiros para a batalha. Porém, nosso grupo é o único no mundo de State of Decay que sabe como se curar dessa praga. Assim, é preciso ter uma ala médica em dia e alguém que entenda de medicina para criar o antídoto.

Essa dinâmica cria boas situações dentro da narrativa do game. Mesmo que não seja um jogo voltado para a história, o novo game da Undead Labs surpreende com boas “historinhas”. Todas elas são possíveis de serem jogadas no mapa, atendendo ao chamado de outras comunidades. Muitas vezes eles precisam mesmo de ajuda. Outras vezes, eles querem tudo que você tem.

Assim, é sempre uma incógnita o que você vai encontrar em cada pedido de ajuda. Sem dúvida alguma é uma das coisas que mais vai prender o jogador. Será que podemos confiar nos personagens? Se algum deles pede ajuda, devemos leva-lo até nossa comunidade? Ou é melhor negar ajuda? Somos toda hora testados com decisões morais pelo jogo.

Gerenciando sua comunidade

State of Decay 2

Um dos elementos mais importantes do game é a sua comunidade. Você deve construir, manter e impulsionar o lugar. Se ficar pequeno, é hora de mudar de endereço, partindo para um local maior. Entretanto, para que isso ocorra, é preciso ter muita influência. Através de missões principais e paralelas, é possível acumular influência e tomar novos lugares. E assim, a comunidade vai se expandindo, até que novos mapas são abertos. State of Decay 2 tem três mapas grandes. Mesmo que não se compare a GTA, são locais bem interessantes e cheios de atividades e casas para explorar. É possível entrar em todos os lugares do mapa.

Cada lugar explorado pode ter escondido mantimentos, remédios e muito mais. Para procurar basta não fazer barulho. Se fizer, terá que enfrentar os zumbis que ouvirem os ruídos. Essa parte de procurar por novos mantimentos também é interessante, mas as vezes cansa um pouco. A busca é demorada e quando fazemos barulho, os zumbis surgem do nada.

A noite é perigosa, mas o dia também é

Os produtores prometeram e cumpriram. As noites em State of Decay 2 são perigosas. Sempre que estamos explorando de noite, encontramos mais zumbis, mais manadas e outros tipos de criaturas. Além dos zumbis “comuns”, temos outros mais avermelhados, que possuem uma pele mais condenada. É deles que tiramos ingredientes (pele) para fazer o antídoto. Junto deles, encontramos os Ferals e os Colossais. O primeiro é bem rápido e difícil de matar com armas de fogo. O negócio é derrubar e acabar com ele no chão. O segundo é enorme, não pode ser atropelado e tem golpes bem poderosos.

Temos também que tomar cuidado com os Gritadores. Eles não possuem braços, apenas uma corda vocal muito afiada. Quando os encontramos, precisamos mata-los rapidamente, ou eles vão gritar muito e chamar a atenção de outras criaturas. Não há nada verdadeiramente novo aqui. Porém, o jogo consegue fazer um bom uso desses diferentes tipos de zumbis.

Coop moderado

State of Decay 2

Sempre é mais legal explorar mapas gigantes com os amigos. E é possível fazer isso no segundo game. Você pode entrar no mapa de alguém ou pedir ajuda para que um amigo esteja ao seu lado no seu mapa. Quem estiver visitando o mapa do amigo, ficará um pouco limitado, uma vez que ele se torna um acompanhante. Ou seja, não é possível sair de perto deste jogador. Você está lá para ajudar e não para competir com ele. Então é quase que um siga o mestre na Zumblândia.

Ao ajudar seus amigos, você pode acabar levando para sua comunidade algum item bacana. Mas o que vale mesmo aqui são os pontos de influência. Sem eles, você não constrói nada e não conquista novos lugares. Então, jogar cooperativamente serve para o famoso “farmar”.

Bugs e um pouco repetitivo

Mesmo que eu tenha sido bem positivo até agora sobre o game, State of Decay 2 não deixa de ter problemas. E são graves. Porém, acabam sendo abafados pela imersão e jogabilidade do jogo. Entretanto, é impossível ficar alheio aos bugs, como zumbis que caem do céu, travamento dos personagens em estruturas do cenário, teleportes repentinos de ambiente. Tudo isso pode ser resolvido com um patch. No entanto, é feio ver o jogo chegando ao mercado com todos esses problemas.

Outra coisa é que, com o tempo, as tarefas que fazemos no game se tornam repetitivas. Mas em um jogo de mundo aberto, isso acaba se tornando um mal, que resulta em mais tempo de jogo.

Enfim, State of Decay 2 é um jogo que, mesmo com alguns problemas chatos, agrada muito. A imersão que o gerenciamento de comunidade nos traz, aliado a exploração, é o grande chamariz do título. Como um “bichinho virtual em meio aos zumbis”, você se verá preocupado com sua comunidade. O jogador acaba se importando com os personagens.

Assim, mesmo que não seja aquele exclusivo de peso que o Xbox One precisa, o novo game da Undead Labs mostra que vale a pena dar uma chance para ele. Uma vez dentro do mundo de State of Decay 2, pode ter certeza que serão muitas horas de combates e correria atrás de comida, remédios e tudo mais. Sobreviver é a palavra chave.

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