Análise | Parappa The Rapper Remastered perde a rima e o ritmo no PS4

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Vinte anos atrás os jogos de ritmo, aqueles musicais, não tinham muitos representantes e Parappa the Rapper foi uma espécie de progenitor deste gênero em um jogo memorável e altamente divertido, no momento que o PSOne fazia muito sucesso e o advento dos games em CD, com qualidade de áudio muito acima do que os cartuchos dos videogames anteriores conseguiam reproduzir. Foi um casamento extremamente perfeito entre boas músicas, sistema de jogo diferente e gráficos que contavam com modelos de personagens até simples, mas bem criativos como se fossem recortes de papel.

Vinte anos mais tarde, eis que a Sony resolve remasterizar este clássico, inserindo troféus e tudo mais. Porém, de forma inexplicável, Parappa the Rapper não é o mesmo e não é somente a idade que pesa aqui não, é a qualidade da remasterização como um todo.

Visual renovado, mas ainda é legal?

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Quando se pensa em remasterização, logo nos vem a cabeça a parte gráfica e técnica, e podemos dizer que Parappa The Rapper consegue agradar e decepcionar ao mesmo tempo. O visual como um todo se mantém muito fiel ao que vimos no PS1, sem serrilhados, borrados, com maior resolução, praticamente uma quantidade enorme de vetores se movendo pela tela, mantendo toda a fidelidade visual e artística que o jogo original tinha. Neste aspecto, Parappa the Rapper mostra que se a ideia da Sony é trazer a franquia de volta, alguns ajustes aqui e ali e algumas renovadas no visual podem dar conta do recado.

No entanto, apesar de não ser feio, o jogo parece desajeitado, com movimentos sem muito nexo que se caso Parappa tivesse nascido até mesmo na geração passada, seria motivo de crítica. O jogo definitivamente não envelheceu muito bem. Porém, embora saibamos que dependendo do jogo as cenas em computação gráfica não tenham como ser remasterizadas, a saída que encontraram para manter a historinha que antecede cada estágio é um tanto quanto feia. Vídeos em baixa resolução, ocupando 40% da tela enquanto todo o resto é preenchido por uma espécie de papel de parede gigante mostra um trabalho feito às pressas. As cenas poderiam ser refeitas ou passar por algum tipo de tratamento que pudesse trazer mais qualidade, para valer mais a pena aproveitar a remasterização.

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Perdendo o Ritmo, totalmente

Embora os primeiros estágios, que são mais fáceis não demonstrem tanto, o grande problema de Parappa the Rapper está justamente onde ele brilhava no passado: os controles. A mecânica é bem simples, apenas precisamos ouvir o que cada personagem está cantando e no momento que a carinha de Parappa passar sobre um dos botões, apertar no momento certo, como qualquer jogo de ritmo. Porém, há um atraso enorme no que Parappa canta, na forma que a música reconhece nossos comandos e no momento correto que os botões precisam ser pressionados e em um jogo de ritmo musical o tempo e o sincronismo são extremamente importantes.

É estranho perceber que o jogo tenha sido lançado com um problema tão grave. A grande graça de Parappa the Rapper é conseguir acompanhar a música como se você estivesse criando um Rap, seguindo o ritmo e curtindo a melodia. Se ao menos o game tivesse alguma forma de configurar este atraso, como em aparelhos de som, poderíamos de forma manual melhorar este aspecto. No final das contas você acaba precisando criar algum jeitinho de fazer o jogo entender que você tá fazendo certo, mesmo que pra isso você tenha que apertar antes, depois, atrasado, ou seja: de forma errada. E o pior é que a chance de você errar os comandos e perder pontos mesmo fazendo tudo corretamente é muito alta e a frustração que vem junto é difícil de lidar.

O Som e a Nostalgia é o melhor que o jogo tem a oferecer

Parappa the Rapper é memorável por suas músicas, assim como era Um Jammer Lammy (remasterize esse também Sony), um dos jogos da mesma franquia que deixava o rap de lado e colocava o Rock como protagonista. O Professor Cabeça de Cebela, a Galinha cozinheira e tantos outros personagens são memoráveis e possuem músicas divertidas de se acompanhar, cantar e jogar. Tudo isso se mantém e é um dos pontos mais altos do game.

Outros sons como efeitos sonoros da tela de game over ou de transição já não são tão atraentes e chegam a irritar. Podemos relevar dizendo que são os mesmos sons da edição original, mas sinceramente não lembro de serem tão chatinhos. A disposição dos menus parecem ter sido criadas para smartphones e não são tão fáceis de se navegar logo no começo, mas conseguem cumprir bem o seu papel.

Fique com o Original

É uma pena que um jogo tão querido e tão nostálgico não tenha recebido um tratamento melhor em aspectos tão importantes. Embora a parte nostálgica exista e seja bem forte em jogos como esse, sem um patch que corrija o atraso nos comandos, podemos dizer firmemente que Parappa The Rapper Remastered não é uma boa escolha na hora de comprar um jogo novo. Agora se a Sony perceber os problemas do game e ouvir a comunidade, lançando um patch que resolva a falta de sincronia, aí todos os outros problemas serão passáveis em prol da diversão que esse jogo é capaz de proporcionar e eu poderia até dar uma nota 8.

Até lá, fica difícil recomendar Parappa the Rapper Remastered. A diversão será curta e logo virará frustração. Mas se você é fã do jogo original e quer de todo jeito experimentar a versão remasterizada, vá com sua dose de paciência bem cheia.

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