Análise: Remember Me

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Nossa memória é o que nos define, é o que forma nosso caráter. A partir de coisas que você viveu, você aprende o que é bom, o que é ruim e principalmente o que deve fazer para que no futuro coisas boas possam acontecer. Mas aprende também a estar preparado para as dores. Tudo isto um dia, serão lembranças e memórias, e novamente o ciclo se repete.

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Imagine um mundo onde todas as suas dores pudessem ser removidas de sua memória, onde somente a alegria pudesse ser lembrada, vivida e revivida. Imagine que a vida que você construiu até seus 30 anos não foi nada do que você gostaria e ali na esquina em uma máquina de “lembranças”, você pudesse reescrever sua história e “lembrar” apenas do que você gostaria de lembrar, mesmo que nunca tenha vivido nada daquilo e sua mente passa a acreditar que é verdade. Mas e se o governo pudesse controlar o que você lembra e assim ter total controle sobre a população, e você nunca pudesse lembrar disto?

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Imagem conceitual do game, mas que demonstra muito do que encontramos em Remember Me.

Em meio a todo este cenário, Nilim, uma espécie de terrorista (chamada aqui de errorista) teve suas memórias apagadas pelo governo, mas algo sai errado e ela consegue lembrar de seu nome, o que já seria um fato extraordinário para quem passou por tal procedimento. Ela então parte em busca da verdade de seu passado e tentará a todo custo recuperar suas memórias a fim de saber quem ela realmente é e qual o propósito de tudo que ela viveu até ali. Mas enfrentará uma organização ligada ao governo, chamada Memorize, que conseguiu convencer toda a população que seu produto chamado Sensen, algo como um implante colocado no cérebro da pessoa, seria o futuro das redes sociais. Através do Sensen em qualquer momento e em qualquer lugar, a pessoa pode compartilhar suas lembranças, ou até mesmo captar as lembranças de outras pessoas. Tudo isto cria um embate político interessantíssimo e bastante original além de atual, já que a exposição que as pessoas sofrem nas redes sociais hoje em dia é muito semelhante ao referido no game, mas se torna um problema na história, pois o governo passa a manipular as informações que cada um compartilha. Isto é o que lhe espera em Remember Me.

Remember Me foi anunciado na Gamescom do ano passado (2012) e logo foi lançado, em maio deste ano, para Xbox 360 e PS3, desenvolvido pela empresa Dontnod e distribuído pela Capcom. Mas acredite ou não, o game que ainda não tinha o nome de Remember Me, ficou em desenvolvimento por 5 anos com exclusividade para PS3, mas não alcançou a qualidade esperada pela Sony, e por consequência foi para a gaveta. Então há dois anos atrás, o projeto foi parar nas mãos da Capcom que abraçou a ideia de Jean Maxime Moris, a cabeça criativa por trás do game, e finalmente o nome Remember Me foi escolhido e o projeto tornou-se realidade.

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E agora que o game foi lançado, podemos ver que a ideia por trás deste universo criado pela Dontnod é realmente impressionante, mas infelizmente sofre de alguns problemas, mas vamos por partes.

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Apaga a luz aeee amizade!

Graficamente o game é muito bonito e artisticamente também, com um clima bem Cyber Punk numa Paris futurista de 2084, que apesar de contar com cenários limitados, que travam um pouco a exploração, acaba trabalhando a favor do visual. Isto resulta em belíssimos cenários com um tom artístico muito forte, além de modelos de personagens bem detalhados, que geralmente são complicados de alcançar com locais abertos. O som é impecável, com músicas fantásticas que conseguem se encaixar em momentos cruciais do game, fora a belíssima dublagem, que acaba sofrendo com a falta de sincronismo labial em alguns momentos, e em outros, com personagens menos importante, até mesmo não existe.

Agora a jogabilidade é um ponto a ser discutido, já que ela é do tipo ame ou odeie. O combate, claramente inspirado pela franquia Batman Arkham, tinha tudo pra ser um dos brilhos do game, já que possibilita ao jogador criar seus próprios combos, e isto traz diversas possibilidades. Mas o combate não passa de raso e travado, além de  ficar muito longe da qualidade de sua inspiração. As batalhas não são divertidas e exigem que o jogador aperte uma sequência de combos muito lentamente, a fim de linkar um golpe a outro.

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Veja que belo gráfico. Ei, eu falei o gráfico, tira o olho da moça rapá!

Esta sequência de golpes que lhe dá a liberdade de criação, é o ponto alto da jogabilidade, pois você escolhe que tipo de efeito cada botão terá inclusive a recuperação de energia é realizada durante os combos (além de alguns poucos locais espalhados pelo cenário). Isto resulta em algumas estratégias muito bacanas e muitos momentos marcantes, já que simplesmente apertar qualquer botão, como acontece em games do gênero, não surte efeito aqui, contudo novamente não alcança a qualidade que os produtores diziam que o game teria.

Ainda na jogabilidade, todo o resto se resume a pular em algumas plataformas, alcançar um lugar aqui e ali e enfrentar inimigos que são bastante variados e exigem uma estratégia única para cada tipo deles. Ao final de cada fase Nilim enfrenta um chefe, muito parecido com o que acontecia com os beat’n ups da época de ouro dos Arcades. Na verdade, podemos definir a jogabilidade de Remember Me como um beat’n up moderno.

Mesmo com estes problemas relacionados ao gameplay, a diversão do game é boa, principalmente devido à história que faz você querer jogar mais pra descobrir o que realmente aconteceu com a protagonista e com todo aquele universo, e principalmente pelo sistema de Memory Remix, que possibilita que Nilim entre na memória das pessoas. Com esta habilidade de manipular as memórias, Nilim se difere dos demais erroristas do game, o que a torna especial ou “a escolhida”. Apesar de simples, pois se trata praticamente de um vídeo não jogável onde é possível rebobinar ou avançar a imagem e mudar determinados pontos, o efeito de cada mudança é muito recompensador.

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Nilim não tem dó de ninguém e arranca toda a memória do malfeitor se for necessário!

Apesar de Remember Me não ter multiplayer, já que os produtores quiseram focar na história do mesmo, existem muitas coisas para se encontrar durante a aventura, portanto os mais entusiastas podem continuar jogando mesmo após o final do game. Boa parte do que se encontra é relacionado à história, rendendo boas leituras para o jogador.

Remember Me definitivamente não consegue alcançar aquilo que todos esperavam, principalmente pela jogabilidade complicada e frustrante em alguns momentos, mas todos os outros elementos carregam o título nas costas. É um game que vale muito a pena, principalmente por se tratar de algo original e contar com uma boa história, e nós com certeza recomendamos!

http://www.youtube.com/watch?v=e6T2RZLynt0

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