Shadow of The Tomb Raider é o terceiro jogo da série desde seu reboot, o qual ocorreu em 2013. Essa série conseguiu trazer o clássico jogo da aventureira, para as novas gerações de uma maneira espetacular. O game de 2013 mostra uma Lara mais aguerrida, mais forte e, claro, mais sofredora. Esse reboot tem como uma das principais características, trazer uma atmosfera de survival para a aventura da personagem.
Sua sequencia, Rise of the Tomb Raider, foi altamente evolutiva e trouxe um gameplay incrível. Por isso, Shadow of The Tomb Raider era um dos jogos mais aguardados do ano.
Shadow of The Tomb Raider joga safe
Em time que está ganhando não se mexe? Essa é a pergunta mais perigosa para a evolução de um jogo. Tanto Tomb Raider, quanto Rise seguiram uma linha interessante,mas sempre com ideias novas. Já o Shadow, traz sim, alguns conceitos diferentes, mas a mecânica ainda se concentra no que já conhecemos. O fato de não mudar, não faz com que seja ruim, pelo contrário, ainda é ótimo, mas trazer inovações deixaria os jogadores mais animados com a capacidade que a Crystal e a Eidos já demonstraram ter.
Lara continua nervosa em habilidades. Manuseia armas de baixo e alto calibre e seu melhor amigo, o arco e flecha. Tem a exploração como sua principal característica e aliada. Exatamente explorando e coletando materiais que consegues construir curas, flechas mais poderosas, melhoras seus equipamentos e outras coisas.
A inteligência artificial dos inimigos oscila entre bem legal e boba. Acontece que o game promove pouco combate, portanto, isso pode não ser notado tão facilmente.
A aventureira ainda continua com seu espírito forte para inúmeros obstáculos. Lara consegue escalar como ninguém, pular altas distâncias e se agarrar em lugares bem difíceis. Seu machado está ainda mais útil. Ele te proporciona escalar, abater inimigos, fazer rapel, alcançar lugares mais altos e abrir caminho. Pensando bem, talvez o machado de escalada é o melhor amigo de Lara.
A história segue uma linha nada surpreendente mas as tumbas são a grande estrela do game.
Tumba la ca tumba Tumba tá
Shadow of The Tomb Raider consegue manter um brilhantismo no que já era especial nos outros games, as tumbas. Esses são locais especiais, onde Lara deve enfrentar várias provações para ser digna de ganhar a recompensa. O que diferencia essas, das outras, é justamente a recompensa. Em Shadow, quando você completa uma dessas a´reas, é desbloqueada uma habilidade da personagem. Em certos casos, é extremamente importante que você tenha certo tipo de habilidade, portanto, isso vai te motivar a explorar mais essas tumbas escondidas. Não é a toa que está no nome do jogo. Talvez a maior criatividade e aposta do game estão nelas. Você encontra dos mais variados e inteligentes desafios, o que faz de Shadow ser um bom jogo.
Junto com elas vem as criptas. Tem mais ou menos a mesma ideia, porém com algumas diferenças. As criptas são um pouco menores, os puzzles um p normalmente são focadas na plataforma – escalar e, nadar ou coisas do gênero. Sua recompensa também tem um alto valor. Quando você completa uma cripta, Lara encontra equipamentos que fortalecem e trazem benefícios na jornada. Roupas, calçados, o que faz uma grande diferença numa exploração ou num tiroteio.
Shadow of The Tomb Raider prometeu uma Lara diferente
Talvez seja uma das críticas mais importantes do game. No trailer que vimos, mostrava uma Lara Croft um pouco diferente do que estamos acostumados. Uma garota sombria, talvez movida por algo externo que a levasse para a escuridão. Isso traria uma ideia de personagem maravilhosa. A heroína tendo que se controlar para não liberar seus piores instintos. E sendo assim. Shadow faria total sentido para ela, mas infelizmente, não foi bem assim.
Devo salientar que expectativa não não alcançada não é necessariamente uma falha. Porém, quando uma empresa vende algo que não entrega, mesmo que apenas metade do público espere, pode ser um grande problema. Aquilo que te fez aguardar por meses a fio, pode causar um ruído negativo na experiência.
Survival, Terror e muita enrolação
Já pegando o gancho, ou machado de Escalada, a história é um ponto que deveria ter entregado mais. Lara está buscando um artefato da mitologia maia. O início do game ocorre no México, porém logo a trama se volta para o Peru. Lá em sua grande maioria, os povos antigos eram Incas, mas Lara vai descobrindo coisas um pouco além. Toda essa temática e mitologia são muito fantásticas e poderiam ser mais exploradas.
Para ser justo, eles conseguem entregar cenas muito impactantes e dramáticas, mas oscila com momentos chatos e sem muio objetivo. Em suma, deveria ter sido mais ousados e criativos, porém, te trará vários momentos interessantes. Um deles, uma pequena parte do game, você se sentirá quase que em um survival horror. Méritos para o maestro que desenvolveu a trilha sonora e para o designer de som, que fizeram um trabalho formidável. A trilha consegue te imergir tão profundamente, que não tenho dúvidas que em certos momentos, você vai se pegar tomando um sustinho aqui ou acolá.
Vale destacar que a dublagem do game está excelente. Lara Croft tem uma interpretação ótima, assim como seu aliado Jona e toda o elenco. Não há ninguém que destoe da qualidade incrível empregada. Acredito que esse está em um dos grandes trabalhosque temos visto ultimamente. Também não podemos deixar de falar que o som as vezes falha, muito provavelmente da edição, mas provavelmente será corrigido no patch de Day One. Há também outros erros e bugs que encontramos durante a aventura, mas nada muito absurdo.
Conclusão
Shadow of The Tomb Raider tem vários pontos excelentes e outros deixaram a desejar. Ótimas tumbas, boa mecânica e focado na exploração, fazem desse jogo ser especial. Em contrapartida, uma história que tinha um potencial enorme não aproveitado, uma Lara que também podia ser mais corajosa (em conceito, não em coragem de combate) e outros elementos fazem desse jogo passar longe da qualidade de Rise. Jogo recomendado para aqueles que curtem explorar bastante e um bom puzzle.
Trailer
