Análise | Steep é uma boa aposta da Ubisoft que carece de mais cuidados

Compartilhe

Eu costumo dizer que desde que a Ubisoft fez Assassin’s Creed em 2007, vem conseguindo ter grandes ideias para novas franquias, no entanto a execução nem sempre é a ideal. Nos últimos anos, seguindo o exemplo de Assassin’s Creed e essa linha de pensamento, a desenvolvedora francesa que é, sem dúvida nenhuma, uma das maiores e melhores do mundo dos games, nos trouxe jogos como The Division, The Crew, Watch Dogs e todos eles não são um exemplo de grandiosos jogos, mas cumprem ao menos metade do que foi prometido.

Então, como ocorreu com Assassin’s Creed 2 e Watch Dogs 2, a empresa pega aquelas ideias “treinadas” no primeiro jogo lançado de suas franquias e as expande de uma forma magnífica. Esperamos piamente que isso ocorra com The Division e The Crew, por exemplo. Lendo este texto até aqui você já pode imaginar onde Steep se encaixa como uma nova proposta da Ubisoft.

Lembrando o tempo dos 32 bits

- PUBLICIDADE -

Quem teve um Playstation (ou o PSOne), deve ter jogado ou ouvido falar de Cool Boarders, um jogo de Snowboarding que marcou a vida de muita gente. Depois, na era do PS3 e Xbox 360 a franquia SSX da EA também marcou, com um estilo de jogo frenético. Há anos que não temos nenhum título que pegue esse estilo e transforme-o em game e Steep vai ainda além, pois traz Snowboard e outras três categorias que mudam completamente a jogabilidade, sendo Esqui, Wingsuit e Paraquedas.

No Esqui e no Snowboard é que Steep consegue ser nostálgico, enquanto que no Wingsuit e Paraquedas ele traz algumas novidades. O jogo se passa nos alpes do Alaska e traz um mundo aberto montanhoso que permite ao jogador se locomover como bem entender. Como andar pelas montanhas pode ser algo demorado e trabalhoso, Steep permite que você se teleporte para determinados pontos do mapa e já entre em alguma competição, sem perder tempo. Mas há momentos que a subida a pé, a escalada de uma montanha ou uma longa caminhada possam fazer parte do contexto da missão, e aí não tem pra onde correr.

- PUBLICIDADE -

Jogabilidade bem variada

Com todos os estilos de jogo, Steep traz os tradicionais Time Attacks, que são sempre extremamente divertidos e também corridas, que podem ser disputadas online ou em modo cooperativo. Algumas missões exigem que você aprenda a fazer manobras para pontuar da maior forma possível, disputando medalhas de bronze, prata e ouro. É extremamente empolgante ir atrás das medalhas de ouro, a sensação de recompensa é muito boa.

No entanto, mesmo com todos esses atrativos, o grande chamativo de Steep está em seu vasto mundo e seu modo história, que conta histórias das montanhas que cercam os jogadores, com diversas narrações empolgantes, bem dubladas, emocionadas. Isso se dá pelo fato de que quem compete ou tem um estilo de vida como esse na neve, tem um respeito enorme pela natureza e vê as montanhas como uma espécie de entidades espirituais, então a Ubisoft pegou este tipo de conceito e criou uma história bem bacana dentro de um jogo que poderia ser totalmente Arcade. O resultado neste quesito é bem satisfatório.

Faltou cuidado

Então, mesmo com todos os elogios, a gente chega na parte que mencionei no começo do texto, onde dizia que os primeiros jogos lançados pela Ubisoft dentro de uma franquia tem o hábito de não serem excelentes por detalhes importantes, que custam a diversão dentro do jogo. Steep não foge desse paradigma e traz uma nevasca de pequenos bugs que literalmente derrubam o jogador em momentos cruciais para a jogabilidade e diversão, com problemas técnicos bem chatos. A jogabilidade tem momentos que vai de muito precisa a imprecisa, às vezes na mesma decida. A sorte é que no geral o jogo é legal e te incentiva a continuar, entrar no menu e dar um recomeçar.

Mesmo assim, a sensação que se tem é que faltou um pouco mais de tempo para o time de desenvolvimento pudesse melhorar diversos fatores, como a vida do personagem que desce de forma estranha quando passa em pedras, mesmo deslizando; cenários que o personagem atravessa; manobras que você jurava que seu personagem iria parar de um jeito e mesmo com um tempo de treinamento para de outro, e o pior: há momentos que você faz uma manobra incrível, sensacional e ganha 200 pontos. Do nada, você erra o salto, bate de lá, de cá, gira errado e quase de cabeça pra baixo consegue cair de pé e faz 1500 pontos. Vai entender.

Tá difícil ver com toda essa neve

Outra coisa que frustra um pouco é a quantidade de objetivos pra se realizar logo de cara, quando o game abre o mapa pra você navegar. São tantos pontos de interesse que você acaba indo em qualquer um, fácil ou difícil. Faltou uma progressão melhor trabalhada e uma clareza maior nos objetivos gerais pro jogador, pois afinal, o que estamos fazendo naquelas montanhas? Qual o objetivo? É um campeonato? O máximo que o jogo faz é te incentivar a jogar para conseguir mais fãs e pelo visto, esse será o novo método de medição da sua experiência em jogos com cunho social.

O mapa é bastante confuso, por ter apenas neve pra todos os lados e a maneira que navegamos para cada objetivo também não é dos melhores. Novamente, com mais tempo de desenvolvimento, talvez se Steep fosse lançado em fevereiro e não em dezembro, estivéssemos diante de um jogo memorável. Ao menos podemos nos contentar e imaginar que numa segunda investida, melhorando tudo que há de errado com o primeiro jogo, alguma sequência de Steep possa ser capaz de acentuar as coisas divertidas do jogo e do gênero, deixando os problemas de lado.

Steep foi lançado dia 2 de dezembro para PC, PS4 e Xbox One. Como uma nova aposta é válido, mas os problemas poderão te frustrar após algumas horas de jogatina.


Trailer

 

Compartilhe

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

LIVES

TODOS OS DIAS

O melhor conteúdo do mundos dos Games para você! São LIVES diárias com os melhores jogos de luta, Últimos Lançamentos, Notícias, Temporadas da “Guerra das Torres (Mortal Kombat)” e da “Guerra das Ruas (Street Fighter)” com os melhores players do momento e muito mais! É só colar e mandar aquele “Salve”