Análise: Tearaway – A arte feita de papel

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Existem jogos que fazem jus àquela velha frase: “este jogo vale a compra deste console”. São casos raros, compostos por jogos exclusivos, que em muitas vezes não saem em outras plataformas por questão de direitos autorais, acordos entre em empresas, por puro marketing ou estratégia. Ou seja, normalmente não existe nada nos jogos exclusivos, em questão técnica, que os impeçam de rodar em outras plataformas.

No entanto, Tearaway é um caso a parte, um caso novo, e talvez a grande jogada da Sony para mostrar o porquê da existência do Vita, além do fato dele servir como segunda tela para o PS4. Desenvolvido pela Media Molecule, a mesma que nos trouxe Little Big Planet, Tearaway é um jogo único, uma obra de arte digital, que cria enormes laços entre o jogador, o portátil e o mundo visto pela pequena tela, e que de todas as maneiras possíveis, apenas poderia ser construído no PS Vita. E em épocas onde a criatividade está em falta, a Media Molecule dá um show à parte e nos entrega um game que transborda de novas ideias, em um jogo de plataforma por definição, mas que poderia muito bem se adequar a nova categoria.

Tearaway conta a história de Atoi (caso você escolha a personagem feminina) ou Iota (no caso, o masculino). Ambos, assim como todo o cenário e o mundo de Tearaway, são feitos de papel, porém com uma particularidade. A cabeça deles é um envelope, que contém uma mensagem importante a ser entregue para um indivíduo que surgiu de repente no mundo do game, através de um buraco criado no sol. Adivinhe quem é este indivíduo? Você!

Sim, Você! E com “V” maiúsculo, pois pela primeira vez na história dos games, você – como pessoa –  é um personagem dentro da narrativa do jogo, e todos falarão sobre sua existência, o chamando de Você. O jogador é captado pela câmera frontal do Vita enquanto joga, com a imagem reproduzida dentro deste sol (exatamente igual ao que existe no Teletubbies), e através deste buraco no sol, é como se Atoi ou Iota, pudessem ver nosso mundo, além do deles. Algo como se o PS Vita fosse um intermediador entre nosso mundo e o mundo game. Então, sabendo que a entrega da mensagem deve ser feita para a pessoa que está no buraco do sol, no caso Você, Atoi e Iota partem em uma jornada cheia de perigos, em um ambiente único, com cenários totalmente feitos de papel, detalhados de maneiras tão incríveis, que mesmo sendo de papel, torna-se altamente realista. Alguns locais no chão amassam conforme o personagem pisa, enquanto outros objetos não possuem cor, apenas o recorte, e através de uma câmera que Atoi ou Iota carregam, é possível fotografar o objeto, devolvendo a sua cor original ou até mesmo a cor e a textura de algo na sua sala ou sua casa. A interação é tão grande, que em meu jogo, um dos alces possui a cor do meu tapete. Em outro caso, um livro possui como capa, objetos que estavam em minha mesa ou até mesmo em alguns cenários, minha foto estava lá, como uma espécie de deus dentro do jogo.

E este deus, no caso, Você, é respeitado por todos os habitantes do jogo. Afinal, você pode interagir e modificar o mundo utilizando as funcionalidades do Vita, e é esta a grande proposta de Tearaway, mostrar que o jogador pode e deve fazer uso de tudo que o Vita oferece. Imagine que o portátil realmente é uma janela para o mundo de Tearaway e cada função dele é necessária na jornada para a entrega da mensagem. Porém, por essa janela ou por este buraco no sol do Teletubbie, também é por onde os inimigos do jogo invadiram o universo do game. Inimigos chamados de “Retalhos”.

Galeria de imagens: Tearaway

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