Análise | Tekken 7: Fated Retribution aprimora a franquia e ainda traz Akuma pra festa!

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Quando foi anunciado para os Arcades japoneses e posteriormente recebeu uma versão melhorada com o subtítulo “Fated Retribution”, Tekken 7 deixou os jogadores de consoles chupando o dedo e com muita vontade de jogar o game, que ainda trazia Akuma em seu elenco. No entanto, o motivo do lutador de Street Fighter estar no meio dos personagens de Tekken quase que como um intruso não havia sido contado em sua totalidade, deixando para que as versões de consoles pudessem trazer como sua maior vantagem, um novíssimo modo história para a franquia da Bandai Namco.

Muito tempo depois de ser anunciado e após muitos vídeos com combos de Akuma lançados no Youtube, mostrando que o personagem estava ficando irado dentro do novo Tekken, finalmente a Bandai Namco lançou Tekken 7: Fated Retribution para consoles e PC. Antes de falarmos se o resultado é o que esperávamos, precisamos falar sobre a família Mishima.

Casos de família – Pai joga filho de penhasco e mãe da criança diz: “O Pai é um demônio!”

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Pela primeira vez e certamente influenciado pelos jogos da NetherRealm e pelo novo modo que Street Fighter V também nos traz, Tekken 7: Fated Retribution deixa de lado suas famosas cenas em CG que contavam os fatos através dos finais do modo Arcade para mostrar tudo de uma vez através de um modo história, que consegue ser empolgante, mas peca em deixar de lado diversos personagens importantíssimos para a saga até aqui para focar praticamente em sua totalidade na família Mishima. Não que a história seja ruim, ela é até que bem contada e as lutas que o jogador possui “direito” de jogar entre cada transição de cena empolgam bastante, além de serem bem desafiadoras – jogue no modo mais difícil e tenha uma diversão acima da média -, mas parece que falta alguma coisa.

O sistema de narrativa é o mesmo que já vimos em outros jogos de luta, com legendas em português que deixam tudo muito mais fácil de compreender. Um dos pontos interessantes é que Tekken possui personagens de diversas nacionalidades e todos conversam em seu idioma original, então em cenas em que Heihachi, Nina e Cláudio conversam, os diálogos são falados em japonês por Heihachi, inglês por Nina e italiano por Cláudio. O resultado é bem diferente e o mais interessante é que todo mundo se entende. Fora essa “diferença” para os demais jogos do gênero, o modo história tem o mesmo feeling que Mortal Kombat 9 iniciou, mas finamente com personagens de Tekken.

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Akuma é devidamente bem introduzido no meio do balaio todo e sua forma de jogar ficou muito bem adaptada, e como já vimos em um dos trailers de Tekken 7, Kazumi Mishima, mulher de Heyhachi Mishima é quem chama o guerreiro de Street Fighter para resolver uma pendência para ela. Apesar de possuir momentos muito bons dentro do enredo, Akuma ainda parece largado como uma fera sedenta por lutas que sem muita explicação, quer de todas as formas acabar com Heihachi e Kazuya, enquanto que Kazuya e seu pai (Heihachi) disputam para ver quem tem o soco mais forte. A maneira com a qual a Bandai Namco conseguiu trazer Heihachi de volta e colocar Akuma no meio da treta é satisfatória, mas o mais importante de tudo é que definitivamente a história de Tekken como um todo dá um passo gigantesco após o desfecho da história de Tekken 7, deixando qualquer fã maluco para saber o que virá a seguir. Levando em conta tudo que se vê, não me espantaria que a Bandai Namco viesse a lançar mais capítulos da história agora que o jogo já foi lançado.

Traz modo Arcade sim senhor!

Após a Capcom tentar “inovar” ao não trazer um modo Arcade para Street Fighter V, A Bandai Namco não vacilou e mesmo com muito foco no modo multiplayer não deixou os jogadores que gostam de jogar contra a máquina na mão. Tekken 7 traz bons modos offline, sendo:

Batalha Arcade – O velho e bom modo arcade está presente, porém possui por volta de 5 batalhas com possibilidade de enfrentar Akuma em uma luta especial. Não é ruim, mas não possui as famosas cenas em CG da franquia, mostrando que Tekken 7 não chega a ser um torneio em si como os demais jogos da série. O chefe final é característico, mas também não chega a ser tão difícil quanto outros que já vimos no passado de Tekken. O verdadeiro chefe final do jogo está no modo história.

Batalha por Tesouro – Uma espécie de Survival mode, onde cada luta entrega ao jogador a possibilidade de ganhar baús com peças de roupas ou acessórios que podemos usar para alterar a aparência dos lutadores. Aqui as batalhas são praticamente infinitas até que você perca e entre cada uma delas existe a chance de ganhar itens especiais ao enfrentar personagens mais fortes, além de ser uma ótima oportunidade de elevar seu nível de jogador e do personagem. É o melhor modo offline – fora o modo – história que Tekken 7 traz aos jogadores.

O jogo ainda traz o modo versus e o treino, necessários para mantermos o combate entre os amigos de forma offline e também para treinarmos os combos tenebrosos que o jogo possui. Como mencionamos acima, Tekken 7 traz um modo de personalização que vai desde seu card de jogador para que você faça aquela pressão marota antes das lutas online e também possa mudar o visual dos personagens. Existem muitos itens diferentes para trocar a roupa ou dar uma brincada com seu lutador preferido e dá pra perder bastante tempo nesse modo.

Além disso, quem perdeu algum dos jogos anteriores ou até mesmo quer relembrar o que rolou na história de Tekken desde o primeiro jogo lançado em 1994 – rapaz, já são 23 anos! – há um modo de galeria com todos os finais e vídeos de absolutamente todos os jogos da franquia. É sensacional que a Bandai Namco tenha inserido todo esse conteúdo dentro jogo, quase que como um museu de Tekken.

Modo online com bom netcode, mas tenha paciência…

Um dos pontos cruciais para o sucesso de um jogo de luta nos dias de hoje, onde a concorrência é gigantesca e temos uma grande quantidade de jogos com qualidade, é o modo online. Street Fighter V começou com o pé esquerdo e foi melhorando até a chegada do update 2.5, enquanto que em Mortal Kombat sempre foi um porre achar boas partidas. A NetherRealm melhorou muito neste quesito com Injustice 2 e agora a Bandai Namco encontrou o meio termo nas versões de console. No PC tudo corre muito bem em todos os aspectos, mas no PS4 e Xbox One é extremamente difícil encontrar partidas mesmo com o lançamento de um novo patch que saiu essa semana. É provável que a desenvolvedora lance mais updates para deixar este problema de lado, mas ele é real até que finalmente seja sanado.

No entanto, Tekken 7 traz outros modos online que demonstram o quanto netcode do jogo é redondinho, ou seja, o problema está “somente” para encontrar partidas, mas quando elas funcionam quase não se vê lag ou problemas de desempenho e tudo roda de uma maneira surpreendentemente boa. Podemos jogar partidas por ranking, casuais e o novo modo “Torneio”, que deveria se tornar um padrão para qualquer jogo de luta. Aqui, 8 jogadores se encontram para formar chaves de um verdadeiro torneio valendo o dinheiro do jogo, com eliminações simples ou chave de loosers, possibilitando que os jogadores conversem entre si através de um chat de texto – caso não estejam numa party – e que os derrotados continuem acompanhando o torneio mesmo depois de eliminados. É realmente empolgante fazer parte dos campeonatos e sentir a adrenalina das competições profissionais que ocorrem pelo mundo.

O mais fino e elegante jogo de luta em 3D

Pare pra pensar que destes jogos de luta que fazem sucesso hoje em dia, quais deles possuem essa temática em 3D com movimentos mais realistas e poucas magias, voltado quase que em toda a sua totalidade para as artes marciais? Pensou? Talvez você tenha imaginado Dead or Alive, Virtua Fighter, mas a verdade é que nenhum destes jogos possui o mesmo nível de adoração e qualidade que Tekken possui. A Bandai Namco vem trabalhando há anos através de Katsuhiro Harada para otimizar a jogabilidade de seu jogo e do gênero de jogos em 3D e chegaram em um ponto em que não era mais possível ver ninguém no retrovisor. Então, influenciados também pelo sucesso dos jogos da NetherRealm e por Street Fighter com seus especiais cheios de mudanças de câmera, a Bandai Namco também adicionou estes movimentos à Tekken e chegaram em boa hora.

Cada um dos personagens possuem um Rage Art que pode ser desferido sempre que a energia está próxima do final e o lutador fica com uma aura vermelha ao redor do corpo. Existem comandos para cada um dos guerreiros executarem a ação, mas seguindo a onda de Mortal Kombat e Injustice é possível desferir os poderosos golpes apenas apertando R1/RB. Não é ruim ter este atalho para a execução dos golpes, mas acaba criando um balanceamento entre quem manja muito do jogo e quem não entende tanto, apesar de ser um movimento de fácil defesa.

No mais Tekken 7 traz os velhos e conhecidos combos e movimentos que são extremamente bem reproduzidos e divertidos de executar, com um sistema de luta onde é preciso saber defender, se esquivar, usar o espaço do cenário e desferir golpes certeiros na hora certa. Quem consegue dominar mais da arte milenar de Tekken vai reconhecer e conseguir executar combos que vem fazendo há anos durante a franquia, mas cada um dos personagens possuem novos movimentos que são muito bem vindos. As respostas dos controles são boas, jogar no Dual Shock ou no controle do One é totalmente possível, já que o jogo possui 4 botões básicos de ataque, deixando a critério do jogador se um Arcade Stick se faz necessário.

Se pararmos para pensar Tekken é a franquia que menos mudou sua forma de se jogar durante tantos anos. Mortal Kombat passou por muitas fusões (os do PS2 por exemplo eram até parecidos com Tekken) e hoje conseguiu estabelecer uma cara própria. Street Fighter ainda se parece bastante com o que víamos no passado, mas sua estrutura geral avançou demais. Tekken foi avançando gradualmente de uma maneira que as mudanças foram sutis e totalmente importantes para levar o gênero cada vez mais para frente, embora Tekken 7 seja de fácil adaptação para quem jogou somente Tekken 3, talvez o mais querido de toda a franquia e que foi lançado para PsOne. Assim, a jogabilidade de Tekken 7 é talvez a melhor de toda a saga e empolga de diversas maneiras.

Valeu a espera

Me lembro de ter jogado Tekken 7 na BGS do ano passado e o jogo já parecia totalmente bem acabado, então a Bandai Namco usou muito do seu tempo para desenvolver o melhor game possível. Se não fossem pelas falhas do modo online, que mesmo com patchs sendo lançados no futuro, atrapalha quem comprou o jogo agora no lançamento e um modo Arcade com cara de incompleto, sem dúvida nenhuma que teríamos um game quase perfeito. No entanto, os problemas são extremamente pequenos diante da qualidade geral do jogo, que consegue entregar um dos melhores netcodes em um game de luta aliado ao novíssimo modo história, que poderia ser melhor, mas é um ótimo começo para uma saga que possui tantos momentos icônicos em sua história.

Não há como não recomendar Tekken 7. O jogo possui muitos personagens, com diversos tipos de jogabilidade que vão desde os mais fáceis aos mais complexos de se jogar, músicas muito boas e bons modos no geral. Não é um game que você compra e fica pensando se valeu a pena, é um jogo totalmente obrigatório aos fãs do gênero. A espera realmente vale a pena!


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