Análise | Titanfall 2: O herói em meio a guerra de Battlefield 1 e Infinite Warfare

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Começou a gigantesca leva de games que são lançados a cada final de ano e dentre tantos jogos de alta qualidade ou que geram uma grandiosa espera na cabeça dos jogadores, ainda existem aqueles jogos que competem por um gênero em específico e um destes gêneros é o FPS. Na maior parte das vezes temos duas franquias se pegando: de um lado Battlefield da EA e do outro Call of Duty da Activision.

Neste ano, Battlefield 1 é a jogada da EA Games, desenvolvido pela DICE, e Infinite Warfare é a tentativa da Activision de manter a hegemonia que carrega há anos. No entanto, correndo por fora, temos a Respawn, estúdio formado por ex-integrantes da Infinity Ward, a desenvolvedora de Call of Duty Infinite Warfare. Responsável pelo desenvolvimento de Titanfall, um grande sucesso nas plataformas Xbox no começo da geração, a Respawn tem mais uma vez o apoio da EA para a aguardada sequência, Titanfall 2, que além de manter as características únicas de seu multiplayer, agora também traz o modo campanha, que fez uma falta danada no primeiro jogo.

Uma história de amizade

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Titanfall (2014) trouxe o conceito da guerra futurística com humanos pulando e correndo em paredes enquanto miram nas cabeças de seus adversários. Se isso já não bastasse, a Respawn ainda trouxe Titans, que multiplicam o conceito dos veículos tão adorados por jogadores de FPS desde que Halo empurrou a industria pra frente. No meio da ação, você simplesmente chamava um Titan que colocava a segurança de seus adversários em risco, podendo até pisotear os inimigos, um negócio divertido e único demais. Mas o jogo sempre foi questionado por não possuir um modo história, o famoso single player. Não mais.

Titanfall 2 não somente traz um excelente modo história, como também bebe da fonte de diversas obras, como Modern Warfare, Star Wars e muitos outros. Jogamos na pele do soldado Jack Cooper, que almeja um dia se tornar um piloto capaz de possuir uma ligação neural com um Titan. Ele é enviado para uma operação para o planeta Typhon junto com o capitão e exímio piloto Tai Lastimosa. Após terríveis eventos onde Jack, Lastimosa e seu Titan B.T. são jogados em meio ao exército inimigo da IMC, a grande oportunidade da vida de Jack surge e cabe a ele, sem experiência alguma como piloto, mostrar que pode ser o herói do dia.

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Chefes a la Metal Gear

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A campanha de Titanfall 2 é realmente empolgante, com muitos momentos de ação sem igual e que vão marcar a sua vida gamer, não tenha dúvidas. Tudo funciona muito bem, mesclando os momentos que você anda a pé e tem que usar as habilidades de piloto, até os momentos que precisa estar no Titan e demonstrar que Jack Cooper pode sim fazer história. O design do ambiente é altamente propício para o quebra quebra, tanto dentro quanto fora do Titan, a Respawn teve uma preocupação enorme em não fazer tudo muito linear, deixando colecionáveis em locais que você olha e pensa: “como vou chegar ali?”. Uma pena que nem todos os lugares são possíveis de se chegar, deixando uma sensação de que a exploração poderia ser maior se aproveitássemos a habilidade de piloto que Cooper possui.

Pra completar a experiência, um bom jogo precisa de bons chefes e temos uma equipe de vilões que não são memoráveis, mas tentam de todas as formas atrapalhar a sua vida. Cada um dos vilões a IMC possuem Titans específicos de combate a distância ou de perto, exigindo que você encontre a melhor forma de combate-los, com a arma que tirar mais danos deles, onde cada um possui uma fraqueza diferente (referência a Megaman?). Eles são apresentados em diálogos bem interessantes que contextualizam o motivo deles tentarem parar Cooper e BT, e a partir daí você deve fazer de tudo pra sobreviver e destruir o Titan inimigo.

Titans modelo 2017 e armas a perder de vista

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O legal do modo campanha é que a gente fica conhecendo todos os tipos de Titans, inimigos e armas que poderemos usar durante o modo multiplayer, que falaremos mais adiante. Em Titanfall tínhamos titans que se pareciam uns com os outros, alternando o formato e a força, mas na essências eram praticamente os mesmos modelos. Desta vez temos Titans que usam até espada, com um menor número de energia, mas com um dano descomunal.

As armas são excelentes, tanto dos pilotos quanto dos Titans e cada momento que você pega uma nova arma é uma surpresa. Algumas explodem os inimigos no melhor estilo Unreal Tournament, o que deixa tudo ainda mais divertido. São armas que vão desde o tecnológico, se aproximando até mesmo de Halo, até armas que lembram as mais clássicas, mas todas com um tom futurista. E acredite, apesar de muita gente estar descontente com jogos com temática futurista, o estilo ainda funciona muito bem, desde que seja criado com criatividade e saia da mesmice. E se tem algo que Titanfall 2 faz muito bem é isso.

Multiplayer – O Grande Forte de Titanfall 2

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A campanha é uma maravilha, mas uma hora ou outra ela acaba, até porque o único problema dela é ser curta, porém intensa. Mas Titanfall é conhecido pelo seu multiplayer frenético e as novidades do segundo jogo são suficientes pra colocá-lo acima do primeiro. O grande modo da vez é o Recompensa, onde duas equipes se enfrentam com a possibilidade de chamar Titans, como era no primeiro jogo, e alguns objetivos surgem nos mapas com inimigos controlados pela inteligência artificial do jogo. As duas equipes competem para cumprir os objetivos, ao mesmo tempo que atacam e se defendem entre si. Após os objetivos serem concluídos, os bancos espalhados pelo mapa se abrem e cada piloto deve levar suas recompensas para depósito, que será somado entre todos da mesma equipe e irá definir, durante a partida, qual delas sairá vencedora. A dinâmica é ótima e não é a toa que este é o modo mais jogado até agora em Titanfall 2.

Além de precisar de muita estratégia pra não perder seu rico dinheirinho, já que cada morte resulta em perda de 50% do seu saldo, você também pode aproveitar pra ficar escondido perto de um dos bancos e eliminar os inimigos enquanto estão na boca do caixa. Quanto menos morrer, maiores as chances de levar a equipe nas costas e sair como o herói do dia. Temos ainda outros modos de jogo que mesclam todos os conceitos de Titanfall 2 e que torço pra que não fiquem jogados as traças como foi em Titanfall. Antes, apenas o modo Exaustão, também presente em Titanfall 2, era bem populado pelos jogadores no modo multiplayer, e desta vez parece que a mesma coisa pode acontecer com o modo Recompensa. No entanto, como jogamos bastante o jogo logo que ele foi lançado, a falta de jogadores pode ser uma das questões que tenham pesado pra que não encontrássemos partidas em outros modos além do Recompensa.

Uma coisa que não agrada depois de alguns dias jogando Titanfall 2 é a quantidade de mapas, que apesar de grandes, são poucos. A Respawn pretende lançar mais cenários, como fez com Titanfall, mas até lá vamos precisar jogar repetidamente os que existem atualmente.

Alternando realidades

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Titanfall 2 pega inspiração de muita gente , não inova em muita coisa como foi em Titanfall de 2014, mas há um elemento incrível que adicionaram ao modo campanha e que poderia, de alguma forma, ser pensado pro modo multiplayer. Há um determinado momento que na história nós adquirimos um equipamento diferente, capaz de fazer Cooper viajar entre realidades temporais distintas. Em cada uma destas realidades existem perigos e inimigos diferentes, em um cenário devastado e outro, no mesmo lugar, totalmente limpo. Ao apertar um botão você desaparece de uma realidade e aparece em outra, podendo atacar inimigos pelas costas ou se safar da morte.

Esse foi um dos pontos mais altos da campanha de Titanfall 2 que precisa estar no modo multiplayer no futuro e mostra que a atenção aos detalhes por parte da Respawn é digno de aplausos.

DLCs gratuitas sim senhor!

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Se há algo que atrapalhou o primeiro Titanfall a se manter por mais tempo em evidência, foi a quantidade de mapas lançados por DLC, que acabou dividindo a comunidade enter aqueles que tinham e os que não tinham determinados mapas. O pior é que a grande maioria dos novos cenários eram muito bons e bonitos, adicionando um grande valor ao jogo. No entanto, a Respawn percebeu que no final das contas a divisão gerada pelos mapas não foi positiva e tomou uma atitude diferente e que deveria ser seguida por todos no mercado: DLCs gratuitas.

O primeiro DLC que teremos acesso chegará em dezembro, com o cenário Angel City, um dos mais conhecidos e jogados do primeiro Titanfall e que será remasterizado para Titanfall 2. A Respawn diz ter aprendido com tudo que fez em Titanfall e com DLCs gratuitos pretende deixar o jogo em evidência por mais tempo a fim de não dividir a comunidade. A atitude é louvável e faz o preço do jogo ser ainda mais válido no lançamento, com um pacote que já é ótimo de começo e que vai ficar ainda melhor nos anos que Titanfall 2 estiver vivo.

Um jogo obrigatório

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Seja você fã de Battlefield ou de Call of Duty e não teve a chance de jogar Titanfall, ou porque tinha um Playstation e o jogo não foi lançado pra ele ou porque não se cativou em comprar o game, faça isso agora com Titanfall 2. A Respawn conseguiu encontrar uma ótima fórmula e entregar um jogo cativante em todos os sentidos, com uma campanha incrível, soberba e um multiplayer capaz de te prender por muito tempo. As DLCs gratuitas farão todo mundo retornar ao jogo com frequência, o que vai fazer valer ainda mais o investimento no jogo.

O único problema de Titanfall 2 é sua data de lançamento, no meio do sanduíche do samba de Battlefield 1, lançado uma semana antes de Titanfall 2 e Call of Duty Infinite Warfare, que será lançado uma semana depois do jogo da Respawn. As vendas podem contar bastante pro futuro de Titanfall 2, mas imagino que o planejamento a longo prazo da Respawn e da EA venham manter o interesse dos novos e dos velhos jogadores. Fã ou não de FPS, você tem uma experiência magnífica pela frente ao jogar Titanfall 2, que consegue superar em todos os aspectos o primeiro jogo da franquia.

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