Análise: Uncharted Golden Abbys

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Quem tem um PS3 ou ao menos teve a oportunidade de jogar, em algum momento, um game da série Uncharted, sabe da importância que a franquia representa para a Sony e para os consoles dela. A Naughty Dog acertou em cheio em suas três versões do game, fazendo o mundo esquecer de Lara Croft quando o assunto era game de exploração, ação e tema arqueológico. Tudo se deve à mecânica do jogo, que não foge do que já vimos por aí, não inova, entretanto é competente e diverte bastante. O carisma dos protagonistas Drake e Sully, além dos personagens que vão surgindo durante a história, fazem da narrativa de todas as versões da série aquilo que Uncharted mais se destaca e tanto prende a atenção do jogador. Talvez o apelo carismático, claro que guardadas as devidas proporções, de Drake e Sully possam ser um paralelo da Sony para Mário e Luigi. Novamente, guardadas as devidas proporções, já que os mascotes da Nintendo estão muito a frente neste quesito.

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De todo modo, quando o VITA foi lançado, logo de cara já vinha acompanhado de um novo game da série Uncharted, chamado Golden Abbys (Abismo de Ouro), e isso por si só já valeria a compra do portátil. A grande questão para mim sempre se resumiu em: já que a Naughty Dog não está desenvolvendo o game, este será um título que fará jus a série Uncharted? E após finalmente ter a oportunidade de jogar, digo com total certeza que sim.

Estes gráficos demonstram ou não a qualidade do portátil da Sony?
Estes gráficos demonstram ou não a qualidade do portátil da Sony?

Uncharted Golden Abbys foi desenvolvido pela Bend Studios, uma subsidiária da própria Sony que desenvolve para os portáteis da empresa, transformando alguns dos grandes títulos do console caseiro em versões de bolso. O estúdio desenvolveu os dois Syphon Filters para PSP e posteriormente trouxe os dois títulos para o PS2, de tão bons que eles ficaram no portátil da Sony. Logo depois foi a vez da série Resistance passar pelas mãos da Bend, e o resultado foi o excelente Resistance: Retribution que, ao contrário dos seus irmãos maiores, é um game em terceira pessoa com visão estilo Gears of War, e que consegue manter um ritmo e jogabilidade numa escala muito alta no PSP. Para mim foi um dos três melhores games que joguei no portátil. Portanto quando a Sony decidiu que o lançamento do VITA deveria ser acompanhado de uma nova versão de Uncharted, e a Naughty Dog estava ocupada com outros projetos (The Last of US?), a Bend Studios foi a melhor opção. Então, sabendo do que o estúdio era capaz, já fui confiante para Uncharted Golden Abbys, mas ainda com aquele pé atrás, afinal é um portátil estrelando um dos melhores jogos de PS3.

Ao se iniciar Uncharted Golden Abbys, o que se vê é um autêntico Uncharted. Os gráficos estão muito bons, e é incrível ver o poder que o VITA tem. Isso talvez não seja mais novidade para ninguém, mas já joguei muitos games para Mobile que possuem gráficos de console, mas sempre com alguns probleminhas, principalmente os famosos glitches, mas não é este o caso. Os gráficos estão muito vivos, no mesmo nível dos games da Sony, e isso já me deixou bastante contente.

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Esta é Chase, a "Drake Girl" desta versão de Uncharted. Rola até piadinha com o jeans apertado dela xD
Esta é Chase, a “Drake Girl” desta versão de Uncharted. Rola até piadinha com o jeans apertado dela xD

Uncharted não é nada sem as músicas da série. Logo no menu inicial o tema da franquia toca, já te deixando no clima perfeito para iniciar uma nova aventura na pele de Drake. Aos poucos o som vai se destacando cada vez mais, com trilhas cantadas, orquestradas, cada uma delas aparecendo no momento certo, dando mais ação ainda para as passagens do game. A dublagem, que sempre foi um dos destaques da série, está impecável, principalmente nos diálogos entre Drake e Chase. Chase é a “Drake Girl” desta versão, já que em todos os games Nate é acompanhado por alguma bela “rapariga” como descreve as legendas em português de Portugal. Ela, como todos os personagens, é muito carismática, e poderia tranquilamente ser uma versão feminina de Drake em algum spin-off de Uncharted, pois ela faz tudo que ele faz como saltos, escaladas, pesquisas etc. Ela surge como uma parceira de Dante, amigo de Drake que logo no começo do jogo fica claro que em algum momento esta amizade acabará. Os motivos de cada um deles na história são pontos importantíssimos na narrativa, e conforme são desvendados ou revelados, o jogo ganha um fôlego novo.

Em meio à rivalidade que vai se formando entre Dante e Chase, a história do game nos leva a conhecer mais sobre os segredos de um massacre em uma expedição espanhola que aconteceu há 400 anos atrás, enquanto procuravam por uma cidade perdida que muitos diziam ser os portões para o céu, e poderia conter uma quantidade enorme de ouro. Mas claro que muita confusão acontece, traições, vilões vão aparecendo pelo caminho e muito tiroteio. Estes eventos acontecem antes do primeiro game da franquia para o PS3, portanto Uncharted Golden Abbys é uma prequel, mas você nem percebe isso durante o jogo.

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Dante, personagem importantíssimo no arco da história do game. amigo ou inimigo?

Entretanto, apesar de as tentativas de fazer um legítimo Uncharted misturado com as funcionalidades do VITA, o game traz alguns momentos de frustração. Você pode escolher entre jogar com os controles normais ou com o touch screen do console, mas em alguns momentos apenas o touch é a opção. Nessas situações, que são idênticos aos famosos quick time events, existem algumas falhas que fazem você perder e ter que voltar novamente. Geralmente são sequências grandes e de luta, que acabam ficando chatas de se fazer. Mas nada disso acaba com a jogabilidade já conhecida da série, com um ótimo sistema de tiro, fazendo jus ao segundo analógico do VITA que passa uma experiência idêntica à do PS3 e a toda a exploração que Uncharted entrega. Por falar nisso, existem muitos segredos, muitas coisas perdidas no cenário. Uma das formas de se achar segredos é usando um decalque de carvão em uma folha de papel, e isso você faz deslizando o dedo sobre o papel representando na tela do portátil. Os puzzles que surgem utilizando a tela de toque são muito bons, como quebra cabeças onde você pode girar as peças e encontrar o melhor local de encaixe combinando perfeitamente com o tipo de jogabilidade do game. A Sony inclusive poderia encontrar uma forma de levar isso para os próximos games da série no PS4 (ou você acha que não teremos Uncharted no PS4?).

Agora uma coisa me incomodou bastante: Os saltos são em sua maioria aceitáveis, mas existem alguns que você olha e não acredita que fizeram daquela forma. Exagerados, sobre-humanos, impossíveis, mas não impediu que eles existissem, e isso tira um pouco da diversão, pois você se sente ajudado pelo jogo. Alguns problemas de colisão também atrapalham em alguns momentos, mas à medida que você avança acaba se acostumando com eles. O game na dificuldade “difícil” só é realmente difícil nos tiroteios, pois os saltos são muito difíceis de se errar.

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Aqui você abre o portão conforme desliza o dedo na tela do portátil. Nesta parte é legal, mas durante as lutas pode se tornar maçante.

Como um game para portátil, a adaptação de Uncharted é bastante aceitável, com capítulos curtos, com uma fórmula onde acontece um diálogo, um tiroteio, exploração, tiroteio e diálogo. Torna-se um pouco repetitivo às vezes, mas como os cenários são muito bem feitos e variados, acabam fazendo o papel de entregar algo novo a cada avanço. Todo o frenesi encontrado na série está aqui, mas de uma maneira menos exagerada e mais condensada.

Não digo que Uncharted Golden Abbys entregue o ouro em termos de qualidade que a série Uncharted está acostumada, mas faz um ótimo trabalho e principalmente entrega para o VITA uma experiência bastante agradável, que se não é memorável, ao menos é competente, e poderia servir de base para os futuros títulos do portátil, o que infelizmente não está acontecendo ainda. A proposta, ao meu ver, era entregar um jogo a altura da série, que acaba se limitando por ter que servir de demonstração das funcionalidades do VITA, o que não é ruim, mas se o desenvolvimento tivesse sido focado no game em si, poderia ser um jogo perfeito. A história, personagens e vilões, jogabilidade e principalmente a ambientação levam o game nas costas, e a narrativa e humor característicos da série estão aqui, intocáveis.

Faltaram apenas alguns detalhes, mas para um fã da série eles passam despercebidos, e só de novamente estar em numa aventura com Sully e Drake isso já basta. E sim, Golden Abbys é um Uncharted que faz jus a série, mesmo que não seja nem de perto melhor do que os já lançados.

Trailer de lançamento

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