Análise | Uncharted: The Lost Legacy – É a hora de Chloe Frazer deixar seu legado

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Grandes franquias dos videogames acabam ficando presas a seus protagonistas e quando menos percebemos, eles se tornam algo maiores que seus próprios jogos. Uncharted caminhava para este fatídico fim com a história de Nathan Drake totalmente finalizada e muitos apostavam que o genial estúdio poderia abrir mão de suas afirmações e dar um jeito de trazer Nate de volta no futuro. Isso ainda pode acontecer, mas poderá demorar um longo tempo. Agora a hora é de Chloe Frazer.

Uma história que começou em Uncharted 2

https://youtu.be/IVnUKrojhAU

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Chloe é uma personagem do Universo de Uncharted que surgiu no segundo game da franquia como um interesse amoroso de Nathan Drake. Como muitos devem se lembrar, a primeira cena do game tem ela e Nathan se pegando, algo atípico para um game, que normalmente evita tocar nestes tipos de situações onde um corpo deve estar interagindo com o outro de tão…perto. Chloe entrou na vida de Nathan e desde então se tornou uma personagem querida, que mesmo com muito destaque em Uncharted 2, acabou ficando de lado nos demais games por conta da sua própria relação com Nathan, que ficou para trás com o amor do ladrão por Elena.

Mas agora a Naughty Dog em uma jogada de mestre, aposta que é a hora de continuar, mesmo sem Nathan, e Chloe deixar o seu legado, fazendo dela a protagonista do primeiro spinoff para consoles da franquia Uncharted. Podemos lembrar que Uncharted: Golden Abbys também era um spinoff, mas saiu somente para PS Vita e é um dos poucos games exclusivos que a Sony produziu para o portátil.

Bebendo da fonte de Uncharted 4

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Inicialmente houve uma grande confusão do que realmente seria Uncharted: The Lost Legacy. Apresentado na Playstation Experience 2016, a grande surpresa do anúncio foi realmente a falta de Nathan Drake e a presença de Chloe como protagonista, ao lado de Nadine. No entanto, a aceitação do público foi ótima. Apesar de ser considerado um DLC de Uncharted 4 por muito tempo, The Lost Legacy trata-se de um standalone, ou seja, não precisa de Uncharted 4 para funcionar e é vendido separadamente como um game completo. E por sua qualidade, deve ser tratado desta maneira, tanto que não ligaria nem um pouco se este jogo fosse um real Uncharted 5.

Tudo no jogo é praticamente igual ao que vimos em Uncharted 4 no que diz respeito às mecânicas e estilo artístico. Gráficos soberbos, interpretações e vozes que só vemos nos jogos da Naughty Dog, um primor técnico sem igual. De tiroteios, escaladas e cenas épicas, à tumbas e locais jamais visitados pelos homens, a fórmula da franquia Uncharted se mostra incansável. Talvez podemos dizer que temos uma novidade que são os baús que encontramos pelos cenários, onde Chloe pode usar um lock pick para abri-los, mostrando que ela pode ser mais ladra que o próprio Nate.

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Se já comparavam antes, agora então…

Com Chloe no protagonismo, é ainda mais difícil deixar de comparar Uncharted: The Lost Legacy com Tomb Raider. Além de Chloe ser fisicamente parecida com Lara Croft, o fato de estarmos controlando uma personagem feminina em cenários exóticos automaticamente nos remete à franquia da Square Enix e Crystal Dynamics. No entanto a Naughty Dog pode ter em mãos uma receita que vá aos poucos distanciando Chloe de sua provável inspiração, que é o toque de carisma e o tom mais alegre de Uncharted, enquanto Tomb Raider hoje é bem mais dramático.

É inacreditável como Chloe é carismática. Pegaram um pozinho de carisma que jogaram em Nathan Drake e derrubaram em Chloe antes de começarem a produzir The Lost Legacy. Cheia de caras e bocas, com a voz rouca da Australiana Claudia Black, ela não chega a ser tão engraçada quanto Nathan Drake, mas possui um imã de afeição que fará qualquer jogador se apaixonar por ela com poucos minutos de jogo. E ao invés de criarem comparações tolas, que os jogadores no mundo todo possam entender que o mundo é mais bonito com Lara Croft e Chloe Frazer nele.

Uma dupla inesperada

Uncharted: The Lost Legacy traz a união totalmente inesperada de Chloe e Nadine, que para quem não se recorda, era uma das principais antagonistas de Uncharted 4. Nadine não possui o mesmo carisma de Chloe, mas muito vem de sua personalidade durona, difícil de lidar. No entanto, Nadine também tem uma árdua missão: Substituir Sully, outro grande personagem de Uncharted e no final das contas, ela faz isso muito bem.

Além de aos poucos sabermos mais da história de Chloe, a amizade das duas vai se desenrolando entre desafetos, confiança e piadinhas. Mas não pense que para aí, Uncharted: The Lost Legacy traz mais surpresas relacionadas aos personagens e fãs da franquia ficarão bem contentes com o que a história do game nos traz. O que não convence tanto é o vilão Asav, que fica longe de marcar presença como os demais vilões que a franquia já nos apresentou.

Tecnicamente impecável

A Naughty Dog conseguiu mais uma vez me deixar boquiaberto com cenários tão belos e cenas tão bem produzidas que tudo parece reluzir cuidado e esmero em Uncharted: The Lost Legacy. Com a mesma engine de Uncharted 4, todos os cenários são muito detalhados e como prometido, o estúdio nos entrega o ambiente mais aberto que já criou para a franquia. Muito parecido com os momentos que andamos de jipe com Nathan, Sully e Sam em Uncharted 4, agora Chloe e Nadine podem explorar um gigantesco cenário em busca de segredos que possam levar ao encontro de uma antiga relíquia, mas é o próprio jogador quem decide pra onde e o que vai fazer primeiro. Quando saímos deste cenário mais aberto, aí tudo volta a ser como era antes, com cenários mais limitados, mas também bastante impressionantes quanto ao visual e toda a parte artística.

Nadine e Chloe se sujam, suam, se molham e detalhes como o cabelo de Chloe grudando em seu rosto, pescoço e pele dão uma naturalidade imensa à personagem. É uma demonstração técnica do que a Naughty Dog pode fazer com as ferramentas que possui no PS4, o que me deixa deveras ansioso para o que estão fazendo com The Last of Us 2.

Vida pós Nathan Drake

Mesmo curto, com por volta de 7 horas de duração, Uncharted: The Lost Legacy é um legítimo game da franquia, mesmo sem Nathan Drake. Chloe Frazer pode facilmente pegar o bastão para si e ter sua própria história, buscar seus próprios artefatos e nos levar para locais que jamais imaginamos. Uncharted parecia não ser nada sem Nathan Drake, mas agora é sabido que é sim possível continuar este riquíssimo universo sem a presença do personagem. Com este ótimo chute inicial, definitivamente Uncharted não ficará na gaveta da Naughty Dog.

Uncharted; The Lost Legacy será lançado no dia 22 de agosto de 2017 e é literalmente um jogo obrigatório para quem possui um PS4. São jogos como esse que fazem jus a qualquer motivo de alguém comprar um console, então seja feliz e aproveite que o valor do game será mais baixo que o habitual.

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3 respostas

  1. Que DLC incrível! Eu fiquei de boca aberta e com um sorriso no rosto por diversas vezes: que gráficos foda!!!! Isro é PS4 e Naught Dog é mestra como ninguém em dominar a tecnologia da Sony. A última sequência de ação lembrou-me o indefectível Uncharted 2. Grande homenagem. Tudo nessa expansão é maravilhoso, menos a duração…rsrs. Queríamos mais né, mas é uma DLC. Nota 10!!!!

  2. acabei de jogar.. apesar de achar o jogo bom, não para engolir mulher Badass batendo muito.. não dá para dizer que é um Uncharted 5 como muitos sites vem falando. Se a Sony quiser continuar com a franquia vai ter que colocar outro protagonista..

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