Análise – Valiant Hearts: The Great War

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Não há nada mais prazeroso do que começar um jogo, esquecer-se de qualquer coisa e viver uma experiência diferente. Normalmente, os games servem de passa tempo ou diversão explodindo coisas por aí, atirando a rodo em soldados com cara de mal, pilotando carros em alta velocidade. A experiência no geral é o que conta. Porém, poucos jogos possuem o poder de lhe fisgar o coração como acontece com Valiant Hearts.

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A tradução direta do nome do jogo é “Corações Valentes” e isso é o que mais se vê durante toda a jornada do game. Baseado na Primeira Guerra Mundial – ao invés da segunda como boa parte dos jogos fazem, Valiant Hearts é produzido pela Ubisoft Montpellier e roda na incrível engine UbiArt, a mesma que nos presentou com Rayman Oringins, Rayman Legends e Child of Light.

A escolha pela Primeira Guerra Mundial não poderia ter sido diferente, já que a Ubisoft é Francesa e a França teve papel muito importante neste capítulo triste e ensanguentado da humanidade. Porém, por mais trágico que possa ter sido este período de quatro anos – de 1914 até 1918, sempre é bom procurar entender o que leva o homem para a guerra, quais sentimentos passam na cabeça de alguém enquanto está no campo de batalha e que tipos de decisões rápidas deve-se tomar, seja para não morrer, seja para salvar alguém. E é exatamente isso que Valiant Hearts consegue nos transmitir, sendo ao mesmo tempo um jogo e uma espécie de história narrada, com personagens fortíssimos, um enredo muito bem ligada e acima de tudo, muito bem contado.

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Tudo no jogo começa da mesma forma que aconteceu no mundo real: “O assassinato do arquiduque Francisco Fernando da Áustria, o herdeiro do trono da Áustria-Hungria, pelo nacionalista iugoslavo Gavrilo Princip, em Sarajevo, na Bósnia, foi o gatilho imediato da guerra, o que resultou em um ultimato Habsburgo contra o Reino da Sérvia. Diversas alianças formadas ao longo das décadas anteriores foram invocadas, assim, dentro de algumas semanas, as grandes potências estavam em guerra; através de suas colônias, o conflito logo se espalhou ao redor do planeta.” (Wikipedia)

Em meio a tudo isso está Emile, um Francês que da noite pro dia passa de fazendeiro para soldado; Karl, alemão genro de Emile, que vive na França e é convocado para lutar ao lado dos Alemães contra os Aliados (que entre eles está a França); Fredie, um americano casca grossa que passa boa parte do seu tempo na guerra em meio a combates e Anna, belga que em meio ao conflito onde soldados tiram vidas uns dos outros, ela tenta salvar através de suas habilidades médicas.

Assim, é possível jogarmos com os quatro personagens durante fatos históricos, como a batalha de Marne e a de Somme, por exemplo, mas sempre demonstrando que tipo de influência cada capítulo da guerra tinha sob a vida dos personagens que controlamos. É possível ver que Valiant Hearts trata das pessoas, como diversas obras ultimamente tentam fazer, mas poucos conseguem com maestria como neste jogo.

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Mais uma vez, como já disse no review de Child of Light, a UbiArt faz seu papel de forma esplendorosa, nos entregando um jogo lindo de se ver, ao mesmo tempo em que não é primoroso em nenhum tipo de questão técnica que tanto se discute hoje em dia com a chegada da nova geração. Apesar dos terrores da Guerra estarem presentes, tudo é feito de uma maneira muito sutil, criando um retrato artístico do pesadelo que aquela situação representava para os homens comuns que se protegiam detrás das trincheiras.

Outro ponto de grande destaque e cria uma imersão acima do normal é o som do jogo. Desde as músicas, geralmente com um tom de piano triste, até as poucas falas dos personagens. Ao invés de realmente ter diálogo, o jogo trabalha com alguns balões que remetem aos quadrinhos, mas existem momentos como leitura de cartas em que há a dublagem dos dizerem e sempre as falas possuem um tom carregado de drama.

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A jogabilidade de Valiant Hearts foi o que mais surpreendeu, pois ao ver as screens e vídeos antes do lançamento e por se tratar da UbiArt, uma engine usada em um jogo de plataforma e outro de RPG com pitadas de plataforma, eu imaginava que teríamos uma forma de jogar como um game de ação 2D. Que nada, aqui a Ubisoft traz a essência dos jogos de aponte e clique, onde resolver problemas e puzzles é algo mais do que normal. Neste ponto, é onde o game insere mais um personagem chamado Walt, um fiel cão que serve de mascote – inicialmente para Emile – e aos poucos torna-se parte fundamental na resolução dos enigmas. Segurando L1/LB é possível dar ordens para Walt, como mover uma alavanca, pegar algum objeto no chão e trazer para você e muito mais. É tão bem feito e dinâmico que parece que você está jogando em Co-op com o pequeno cão.

Assim como nos últimos jogos lançados pela Ubi no Brasil, Valiant Hearts é localizado para nosso país, com legendas e textos traduzidos para o português. Mas o mais bacana é que a produção foi além, mostrando fatos que ocorriam no país durante a época da Guerra, situações onde o Brasil se envolveu no conflit e outros detalhes. Mesmo o país dizendo que era neutro na situação de Guerra, a economia abalada do Brasil e o afundamento de um navio carregado de café pelos alemães, principal produto de exportação e o forte da economia brasileira na época, fez com que em 1917 o Brasil apoiasse os aliados. Este e outros fatos são contados através de documentos que vamos encontrando durante o jogo, que obviamente trazem mais detalhes do conflito em geral mas é muito bem vinda esse tipo de adaptação para nosso território, mostrando o cuidado e respeito que a Ubi possui conosco.

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Apesar de ser um game altamente cativante, a história se fecha muito bem, apesar de manter abertura para uma sequência, mas nada é tão empolgante ao fato de começarmos novamente uma campanha. Existem muitos colecionáveis espalhados pelos cenários e para os mais dedicados esta é a única motivação para recomeçar a aventura ou ir direto para algum cenário em que falta completar algum colecionável.

Valiant Hearts é uma experiência única, como já estamos acostumados a receber com a poderosa engine da Ubisoft. É nítido o amor e cuidado que os desenvolvedores tiveram ao criar este jogo, todo o estudo necessário para trazer fatos históricos e sanguinolentos para dentro de um game colorido e desenhado a mão. Mais uma vez a Ubisoft acerta no alvo, criando uma nova franquia – a terceira só este ano se eu não estou enganado, sendo Watch Dogs, Child of Light e Valiant Hearts – reforçando sua posição como uma das grandes desenvolvedoras da atualidade. Recomendadíssimo!

Galeria de imagens e trailer de Valiant Hearts: The Great War
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7 respostas

  1. Comprei na psn ontem…joguei só o começo mas ja deu pra ver que é animal. É uma aula de historia misturado com game….

    1. Exatamente Fernando. Claro que tem a parte fictícia, porém muito do que se vê no jogo foi baseado em cartas escritas durante a guerra. Posta tua nota e suas impressões aqui depois de terminar!

  2. Ariel,

    Esse é um dos jogos que causa excitação. A Ubisoft me lembra a época áurea da Capcom, nas gerações 3 e 4 dos consoles. Hoje, a empresa francesa mais acerta do que erra.

    Quando Valiant Hearts foi anunciado, fiquei muito empolgado por motivos bem claros. Primeiro, seria mais um jogo feito usando o framework UbiArt que eu acho incrível, fantástico, desde que remodelaram a franquia Rayman (queria que a Nintendo aprendesse isso para aplicar em algumas de suas franquias). Segundo, a Ubisoft está com muita experiência em contar fatos da história dentro de jogos e esse certamente não seria diferente.

    Muito obrigado pela análise. Me causou mais ansiedade em comprar o jogo.

    Um abraço.

  3. um ótimo jogo .,tinha baixado a demo na live para o 360 e comprei a versão full, esse game teve a proeza de me fazer encostar o badalado Destiny .

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