Análise: Xenoblade Chronicles X – Amar ou odiar?

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Mundo aberto, sim, enormes e viciantes RPGs de mundo aberto, abarrotados de coisas para serem feitas por personagens quase sempre criados após o jogador gastar a sua primeira dezena de horas escolhendo qual cabelo é o mais legal. Atualmente temos Fallout e The Elders Scrolls como grandes exemplos contemporâneos deste gênero quase que totalmente ocidental, mas muitos outros títulos se enquadram nesta grandiosa categoria que, devido a uma infinidade de fatores, foi aos poucos conquistando a preferência dos jogadores de tal maneira que fez aparecer um J e um W antes da sigla RPG de modo deixar bem claro quais títulos eram ou não originários destas bandas ou da terra do Sol Nascente.

Não demorou para que alguns títulos orientais começassem a beber dessa fonte, e um dos melhores exemplos disso foi o menosprezado, porém magnífico, Xenoblade Chronicles, lançado em 2010 pela Monolith Software para o então quase defunto Nintendo Wii, um game que não deixa espaço para dúvidas: quem jogou, adora. Normal foi o nintendista de plantão se sentir extremamente entusiasmado com o anúncio de Xenoblade Chronicles X, a provável continuação das aventuras de Shulk e companhia lançada em 2015 para Wii U, que acabou não trazendo Shulk nenhum, e se mostrou na verdade um game totalmente independente do primeiro título, algo parecido com o que sempre aconteceu na franquia Final Fantasy, onde um título (quase) nunca tem nada a ver com o anterior.

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E cá estou eu para escrever sobre este jogo monumental (me refiro ao tamanho mesmo), um título que nasceu com a promessa de elevar a décima potência todas as qualidades de seu antecessor e ser O RPG de mundo aberto do Wii U, algo que soou bem até demais aos donos do console da Nintendo. Só tem um problema… Escrever sobre um título como este é complicado por que acabamos demorando demais! Um jogo de aventura normal quase sempre leva de 12 a 18 horas para ser terminado e isso pode ser facilmente alcançado em poucos dias de jogatina, mas e se forem necessárias umas 80 horas para se ver o final do jogo sem ter feito nem metade do que havia par se fazer? Quem jogou games como Skyrim, Oblivion ou Morrowind está plenamente familiarizado com o que estou dizendo… A aventura pode se tornar eterna!

Por isso a demora: Xenoblade Chronicles X é um game que não pode ser analisado com 20 horas de jogo como fazem a grande maioria dos sites especializados por aí. É preciso jogar muito para descobrir todos os seus nuances, características, qualidades e defeitos. Mas antes de falar efetivamente deste título, preciso falar um pouco do anterior, pois a comparação entre ambos é inevitável: o primeiro Xenoblade foi absurdamente bom. Sofreu em vendas por ter sido lançado no ocidente em uma época em que o Wii já estava virtualmente morto, mas trazendo excelentes personagens, uma história emocionante e envolvente, trilha sonora memorável, e um sistema de batalha pra lá de inovador, esse game possuía muito, mas MUITO mais qualidades que defeitos, tanto é que o novo Final Fantasy está bebendo muito da fonte dele. Muita gente da imprensa mundial tratava Xenoblade 1 como a salvação dos RPGs orientais, e isso é algo que eu concordo totalmente, pois o jogo possuía uma fórmula perfeita que mesclava o jeitão peculiar dos RPGs japas com os viciantes mundos abertos e gigantes dos RPGs americanos de maneira soberba.

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O que o dono de Wii U esperava então para Xenoblade Chronicles X era o que qualquer um esperaria: o que já era bom agora melhorado, ampliado, refinado e… HD! Só que no final das contas, muitos fatores melhoraram à mesma proporção em que outros pioraram, e o game acabou se tornando mais um “ame ou odeie” da plataforma da Nintendo, tudo “normal” para o atual momento da empresa em se tratando de consoles de mesa.

Imaginem que o mundo de Xenoblade Chronicles X, ou simplificando, Xenoblade 2, é grande. Mas grande MESMO, algo monumental, criado para convencer o jogador (e convence) de que ele está em um planeta hostil lotado de criaturas tão bizarras quanto complexas. E imagine que este mundo é lindo, uma verdadeira obra de arte poligonal, com algumas das localidades mais belas que já se viu em um mundo virtual. E por final, adicione a esse playground personagens muito bem construídos e com uma variação de roupas e armaduras enorme, tudo com texturas excelentes e design que vai do social nerd ao cyberpunk japonês que todo fã de RPG oriental adora. Este é o mundo de Xenoblade 2, e explorá-lo será sem sombra de dúvidas a melhor coisa que você vai fazer no jogo. Agora vem o “ame ou odeie”: se você é um jogador ávido por quests e combates, você vai amar Xenoblade 2, já se você é do tipo que só vai se aventurar por um mundo tão grande se houver uma história boa e bem contada para dar vida a aventura, então cá está o seu “odeie”.

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A Monolith não tem lá muita experiência no mercado de jogos de mundo aberto, tanto que Xenoblade 1 era um mestiço que funcionou muito bem por sinal. Em Xenoblade 2, a impressão que tenho é de que a Monolith tentou seguir a fórmula da Bethesda: um mundo aberto com personagem “genérico” que se torna importante ao protagonizar uma história “não tão profunda e cheia de detalhes mas que convence“, e que enquanto progride, pode ou não realizar centenas de missões paralelas, evoluir de diversas formas, e explorar um mundo gigantesco. Só que a falta de experiência pesou demais, e a empresa não soube criar uma trama convincente, muito menos encaixar o seu personagem nela. A história principal é fraca e muito superficial, os diálogos como um todo são cansativos demais, e falando francamente, a narrativa é tão ruim que parece até proposital. Pra piorar ainda mais este fator, nosso “personagem” não é protagonista: quem manda na história é Elma, a líder do grupo. É ela quem recebe e passa as ordens, quem decide as coisas, quem tem voz ativa, é ela quem… Bem, jogue e verás, ela é tipo o Shulk do game enquanto nosso personagem nada mais faz que escolher entre algumas opções de respostas em diálogos que podem ou não aumentar a afinidade com NPCs, mas que não afetam em absolutamente nada o decorrer da aventura, a história não sofre a mínima variação.

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Mas aceitando que uma história épica não é algo absolutamente essencial em um RPG de mundo aberto, temos que ressaltar o trabalhão que a Monolith teve para criar o mundo de Mira, o planeta onde a aventura acontece. Tudo bem que sem um plano de fundo adequado, um jogo deste segmento pode acabar se resumindo a um mundaréu de quests que quase sempre querem dizer apenas “mate tantos monstros” ou “traga tantos itens desse e daquele” salvo raras exceções, mas no caso de Xenoblade Chronicles X, a beleza complexa do mundo e os desafios propostos pelo excelente sistema de batalha podem fisgar o jogador de modo prendê-lo à frente da TV por centenas de horas ignorando completamente que existe alguma história no plano de fundo. E opções para isso existem aos montes: são centenas de missões secundárias (normais, de classe, de afinidade, de facção, a lista é enorme), um monte de profissões/classes para evoluir, uma infinidade de combinações de roupas e armas, upgrades, um convincente sistema mineração para gerenciar, muitos chefes e inimigos poderosos espalhados pelo mundo para serem desafiados, e quando a coisa estiver começando a ficar enjoativa, o jogador é apresentado aos Skells: armaduras de combate gigantes que abrem um novo e enorme leque de opções no sistema de batalha e revigoram o fator exploração, permitindo que o jogador chegue a locais antes impossíveis a pé.

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E falando nisso, como a gente anda nesse jogo! Antes de sermos apresentados às facilidades que os Skells proporcionam, como voar e cruzar longas distancias sem muito esforço, a exploração acontece na base da sola mesmo, e o jogador acaba atravessando continentes a pé enquanto abre novas áreas no mapa que é mostrado no gamepad do Wii U, que faz as vezes do computador pessoal que cada cidadão de New Los Angeles possui. Felizmente o jogo tem um sistema de teletransporte que torna a volta pra casa sempre mais fácil, e que vai se tornando mais abrangente à medida que vamos avançando na exploração de Mira. Vale citar que os Skells possuem um detalhamento gráfico exemplar, são realmente muito convincentes e bonitos!

Xenoblade Chronicles X acabou vendendo muito aquém das expectativas, não passando das 750 mil cópias vendidas no mundo. Muito se deve ao fato de que o público da Nintendo não está acostumado a este tipo de jogo, mas não posso deixar de frisar que ele poderia ser muito melhor do que é, fato que uma grande parcela dos donos de Wii U acabou percebendo e levando em consideração na hora da compra. Xenoblade 2 poderia ter no mínimo história e narrativa bem melhores, poderia ter um sistema online de jogo cooperativo ou para missões em grupo, quests menos repetitivas, e se assim fosse, detalhes como a insistência exagerada dos inimigos quando estão perseguindo nossos personagens que levam dano a quilômetros de distância, ou a falta de colisão na maioria esmagadora dos monstros (da pra passar por dentro de qualquer coisa que ande como se ela não existisse) seriam facilmente ignorados. Como não foi o caso, contente-se com a exploração, e se essa não for a sua praia, você corre o risco de se decepcionar e achar que seu investimento milionário não valeu a pena (pois é, jogo da Nintendo tá caro!!).

No final, temos a certeza de que mais problemas ainda estão por acontecer em Mira, e que a história está apenas começando. É um final tão cheio de interrogações que ficamos com a impressão de que vamos sair dali e continuar a história, mas não é o que acontece: o jogo realmente acaba, e quem quiser mais respostas, terá que aguardar a continuação mesmo, que não deve tardar muito para ser anunciada.

Xenoblade Chronicles X veio ao mundo para ser amado ou odiado, e após as minhas 140 horas de jogo, ainda estou tentando decidir de qual lado estou. Enquanto isso, vou dando um passeio descompromissado por Mira, pois afinal de contas, a vista é linda….

Galeria:

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2 respostas

  1. Boa análise. Fiquei do lado hater… sou muito fã do primeiro e com exceção da exploração esse jogo foi uma grande decepção.

  2. comecei a jogar e nao curti, ficou generico demais, nosso personagem mal tem paticipacao na historia. Seria melhor um personagem com voz ativa durante o jogo.

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