Crítica: A Grande Muralha te leva para uma época de batalhas Fantásticas

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A Grande Muralha é um daqueles filmes que nos transportam para uma época onde não apenas muitos eventos históricos construíram o mundo, como se formaram inúmeras lendas, uma mais interessante do que a outra.

O diretor, Yimou Zhang (O Clã das Adagas Voadoras), se propôs a contar uma dessas grandes lendas que percorrem a existência e a importância de uma das 7 Maravilhas, a Muralha da China.

A Muralha

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No século XV, muitos viajantes, guerreiros e comerciantes exploravam o mundo em busca de batalhas, culturas diferentes e principalmente, para adquirir novas maneiras de guerrear, bem como novas armas. A história que conta A Grande Muralha, trata-se de uma lenda em que a cada 60 anos, monstros saíam de suas cavernas e assolavam o que encontravam pela frente, e a única defesa do país era a muralha. Em busca de poder e de pólvora, dois guerreiros ocidentais chegam até aqueles altos muros e se deparam com coisas que ninguém nunca poderia sequer imaginar em seus mais férteis sonhos.

Um exército Chinês, que não apenas se defende dos monstros, como de ladrões e guerreiros mongóis, possuem uma tecnologia invejada por muitos e o jeito que isso é mostrado no filme nos faz crer que a criatividade nesse elemento foi super bem aplicada. Na muralha, 3 exércitos principais se organizavam para deter as criaturas – a Infantaria, os Arqueiros e, a parte mais incrível das batalhas, as Garças, que são mulheres habilidosas com as lanças que mergulham, numa espécie de bungee jump, para impedir que as feras escalem o muro.

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A Batalha

Se tem uma coisa que o cinema chinês sabe fazer é uma cena de batalha harmoniosa. Esse é, sem dúvida, um dos grandes destaques do filme, pois vemos os 3 Exércitos agindo de uma maneira absurdamente organizada, coreografada e habilidosa, aliada a sua tecnologia bélica, que permite que as coisas fiquem muito mais plásticas e belas.

William e Tovar (Matt Damon e Pedro Pascal) estavam em busca do famigerado pó negro, conhecido como pólvora, invenção que só existia por aquelas bandas do mundo. Quando integrados ao exército, não tinham outra escolha senão lutar para manter o muro e sobreviver. William logo se conecta com o povo de lá e, com sua habilidade extrema no arco, busca nas batalhas mais sangrentas encontrar o real motivo de sua existência.

É interessante vermos como muitas coisas – principalmente armas – foram, inteligentemente, inventadas para esse filme, mas que, de certa maneira, fazem total sentido, aliás, se tudo aquilo existisse, seria muito, mas muito interessante.

A Poesia

Eu costumo dizer que o cinema chinês, com todas as suas peculiaridades, costuma trabalhar muito bem o lado poético de uma história. Sabemos como a identidade oriental é muito forte e não são todas as pessoas que aceitam as famigeradas acrobacias desafiando as leis da gravidade, mas em A Grande Muralha, isso encaixa de uma maneira crível e mostra ao espectador, que está imerso naquele universo, que isso é verossímil.

Em certos momentos, as batalhas se assemelham fortemente a uma dança muito bem coreografada, ao som retumbante de tambores que te fazem entrar no clima bélico muito rápido. Isso nos leva a outro elemento que faz toda a diferença, a trilha sonora. Muitas das vezes, a trilha não foi produzida para ser ouvida, mas sim para ser sentida, esse é o verdadeiro objetivo, mas na Grande Muralha, a música te coloca no universo de uma maneira tão natural e quando você menos percebe está cantarolando e prestando mais atenção na evolução do ritmo junto com o que acontece na tela.

Outro destaque positivo, foram os figurinos. Há muito tempo eu não via um filme épico com um figurino tão espetacular. As armaduras eram simplesmente lindas, dignas de guerreiros poderosos. A fotografia do filme é deslumbrante, fazendo jus ao belo universo criado pelo diretor.

Confiança

Interessante como vemos grandes diferenças entre um cinema Hollywoodiano e um cinema oriental. Por mais que essas duas escolas estejam juntas em a Grande Muralha, a influência do diretor prevalece e nos mostra mensagens bem interessantes como honra, lealdade, amizade e, principalmente, Confiança. Essa última é o cerne do filme, o ponto crucial em que as duas culturas se chocam. Podemos entender ambas as visões, mas a grande lição se baseia nos seus objetivos, mudanças internas e na confiança daqueles que estão ao seu redor.

O filme também não é só acertos. Alguns conceitos ficaram um pouco a desejar como por exemplo, o design dos monstros. A cultura oriental sempre teve muita criatividade para trabalhar esse elemento, e lendas e folclores sempre nos enriqueceram com tantas criaturas bestiais, mas dessa vez, os monstros criados pareciam bem genéricos e pouco carismáticos. Outro destaque que ficou abaixo foi a presença de William Dafoe. O ator entrou e saiu sem muita relevância, o que acredito ser um erro, pois o cara é muito talentoso e podia ser muito melhor aproveitado.

Concluindo, A Grande Muralha é um ótimo filme que trabalha muito bem a ideia do choque cultural, os significados de amizade, honra, confiança e outras mensagens super importantes e atemporais.Ele tem uma pegada forte do cinema chinês, mas não é exagerado como os que estamos acostumados a ver. Atuações bacanas, cenas de batalha sensacionais, fotografia impecável e um ritmo muito bom, fazem de A Grande Muralha um filme que merece ser visto no cinema.

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