Crítica | Beleza Oculta traz elenco de responsa em filme que emociona com Will Smith

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A dor da perda é imensurável. Ver alguém querido partir despedaça nossos corações e muitas vezes os danos são irreversíveis. Há quem diga que a partida de quem amamos é natural e compreensível, visto que faz parte do ciclo natural da vida. Mas não há dor maior do que perder um filho e Beleza Oculta, novo filme do diretor David Frankel, que traz Will Smith no papel de Howard Inlet, um pai que não consegue dar continuidade em sua vida após perder a filha de 6 anos.

Amor, Tempo e Morte

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Howard começa a sua decadência em vida um ano após os primeiros minutos do filme, onde ele se mostra uma pessoa alto astral, daquelas que pensa positivo em todos os momentos da vida e que dá importância pra tudo que realmente importa, ao mesmo tempo que possui uma empresa de propaganda que vai muito bem das pernas, em sociedade com Whit Yardsham (Edward Norton). Eles possuem suas crenças e ideais em torno de três coisas: o amor, o tempo e a morte. Cada um com um sentido diferente e importância essencial em momentos chave da vida de Howard, que ele tenta passar pras pessoas que trabalham com ele.

Porém a vida dele cai aos pedaços ao perder sua filha. Irreconhecível mentalmente falando, ele se afasta dos amigos, de sua empresa e de seus ideais, mesmo comparecendo todos os dias ao trabalho em um ciclo sem fim de improdutividade. Não pense que tudo isso é spoiler, já que faz parte dos cinco primeiros minutos de Beleza Oculta, que consegue em tão pouco tempo nos colocar aflitos diante da tela do cinema, pensativos sobre o que realmente está acontecendo com a mente de Howard e como todas as decisões e indecisões dele poderão influenciar a vida de seus amigos, já que além de Whit, Clare (Kate Winslet) e Simon (Michael Peña) também começam a ser afetados profissionalmente pela falta de proatividade de Howard.

Muita gente, pouco tempo

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Beleza Oculta então parte em busca de mostrar ao espectador o quanto o Amor, o Tempo e a Morte são importantes para as nossas vidas, com situações que se encaixam muito bem com cada personagem, às vezes soando até mesmo forçado para que o roteiro, que é bastante inteligente, colabore para a imersão do filme. Nos primeiros minutos, Howard é muito calado e abatido, então a interpretação de Will Smith se resume a olhares sofridos e decisões impetuosas. Então o filme começa a querer mostrar que na verdade, a estrela aqui não é Will Smith, mas sim Edward Norton, muito bem em seu papel como Whit e uma espécie de alívio cômico até necessário para o mar de lamentos que é Beleza Oculta. Mesmo com seus próprios problemas, Whit tenta encontrar saídas para jogar com as cartas que a vida lhe dá e ele se sente responsável por manter a empresa, na falta da mente brilhante de Howard.

Porém, após uns vinte minutos como foco total do longa, Whit vai aos poucos dando espaço para os demais personagens e ao final temos, no mínimo, 6 ou 7 personagens diferentes que Beleza Oculta deve retratar, tirando qualquer possibilidade de partirmos ao encontro de nos aprofundar mais na vida de qualquer um deles. Então, apesar de bem construído, o filme acaba criando situações de forma muito apressadas para encaixar os conceitos levantados no início da história, tentando dar espaço suficiente para cada um dos personagens. A gente acaba se importando com eles, mas essa construção poderia ser melhor, ou talvez, Beleza Oculta poderia ter mais uns vinte minutos de filmagens que poderia contextualizar melhor tudo que vimos na história.

Leve um lenço

Apesar de ter alguns problemas, como mencionado acima, é impossível não se emocionar com Beleza Oculta, mesmo que algumas cenas pareçam até apelativas pro lado da emoção. Muitas partes do filme são bem construídas e até memoráveis, graças ao talento de Will Smith, que passa muito tempo perambulando na frente da tela sem realmente dizer a que veio, mas quando chega o derradeiro momento que seu personagem precisa avançar, ele dá um show. É nítido que seu personagem está sentindo demais a perda da filha, e a medida que o filme vai liberando as informações dos motivos da morte dela, realmente emociona.

A ideia do diretor era, com certeza, emocionar também nos momentos que envolvia os três conceitos ditos lá em cima (Amor, Tempo e Morte), mas algumas cenas vão muito bem, outras nem tanto. Há também a necessidade de se fazer valer o nome do filme, lá fora Colateral Bealty, aqui no Brasil é Beleza Oculta. Os personagens tentam mostrar que é possível ver a Beleza Oculta na tragédia, mas fica a pergunta no final: qual beleza há na perda de alguém? O conceito do Amor, Tempo e Morte vale muito mais do que o próprio nome do filme.

Beleza Oculta estreia nesta quinta, 26 de janeiro de 2017 nos cinemas brasileiros.

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