Crítica | Bright não é uma tragédia, mas não é referência para bons filmes na Netflix

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A Netflix encontrou o seu caminho para se tornar algo relevante criando as suas próprias séries. O serviço de streaming conquistou o público que é mais caseiro. Podemos dizer que se tornou o “Bombril” de quem vai ficar em casa assistindo algo na TV. “Sextou! É dia de Netflix”“Bora maratonar Stranger Things”, “Mindhunter é ótimo”, “Dark é incrível”. Talvez o serviço seja hoje o melhor custo benefício para o público que adora a TV. No entanto, a Netflix quer mais e também visa conquistar o público que vai ao cinema. Para isso, vem criando diversos filmes próprios que inclusive contam com atores de grande renome, como Brad Pitt (War Machine, exclusivo da Netflix) e agora Will Smith, com Bright. Ah, tem o Adam Sandler também.

O filme é a maior aposta da empresa para finalmente chamar a atenção de um público diferente. Ao contrário do que ocorre hoje em dia, o público não precisa sair de casa, comprar pipoca, pagar estacionamento e esperar um horário definido para ver um filme que tenha lhe chamado a atenção. A ideia é entregar algo com a mesma qualidade, no sofá de nossas casas. Para se ter uma ideia, a Netflix investiu U$ 90 Milhões em Bright. Diversas ações de marketing e claro, a presença de Will Smith, foram o suficiente para criar uma expectativa. Na CCXP o ator foi a maior atração do evento. Só que tudo isso é o suficiente? Será que Bright tem a qualidade que a gente busca quando pensa em assistir algo com 2 horas de duração?

Atirando para todos os lados

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O que eu acho mais legal na Netflix é que eles não tem medo de arriscar. Me parece que não há melhor lugar para um diretor maluco, um roteirista corajoso ou alguém com ideias diferenciadas conseguir levar algo não tão habitual para a TV. Um bom exemplo é a já citada série Dark, que mexe com tanta coisa legal e é toda alemã. Quem imaginaria que veríamos uma série alemã um dia? O serviço de streaming é hoje capaz de popularizar algo com muita facilidade, vindo de qualquer lugar do mundo. Virou uma espécie de centralizador de boas ideias.

Mas no caso dos filmes Bright não é a primeira tentativa do serviço e muito menos servirá de exemplo no futuro. Entre tantos outros filmes, consigo lembrar de dois que são muito bons. OkjaThe Meyerowitz Stories, ambos deram um nó no conceito do que é cinema em Cannes. Como um filme que, jamais será visto em uma tela grande, poderia concorrer e, quem sabe, até mesmo vencer os filmes tradicionais em um evento tão importante e característico do cinema?

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Pois é, falo disso para lembrar que Bright não é um ponto de partida para a Netflix no mundo dos filmes tradicionais. A ideia do serviço talvez era gritar para o mundo e para os desatentos que ela também sabe fazer filmes. E nada melhor do que ter um nome tão importante quanto Will Smith. O ator vende fácil qualquer filme que participa.. Mas também faz um certo tempo que ele não acerta em cheio em nenhuma obra. A Netflix também foi atrás de um grande diretor e David Ayer (Esquadrão Suicida) foi o nome da vez.

Faltou a Netflix explicar direito o que é Bright?

Um dos grandes motivos de eu não ter ficado empolgado com Bright desde que ele foi anunciado, foi a falta de informações à respeito do que realmente seria o filme. Sabíamos que Will Smith seria um policial e que seu parceiro seria uma criatura diferente. Mas tudo parecia muito “Fada Bela” pra dar certo. Uma mistura de conceitos que mais pareciam água e óleo e que dificilmente se misturariam de forma homogênea. O filme se passa em Los Angeles em um mundo onde os seres humanos vivem ao lado de Orcs, Elfos, Fadas e criaturas fantásticas como se fosse algo bem normal. Os Orcs são meio que os ralés, a raça mais ignorada e odiada. Para variar, os humanos são meio racistas e gananciosos.

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Fadas são tratadas como pragas, Elfos são os ricaços do pedaço. Dentro deste conceito, existe uma lenda antiga, onde algo extremamente poderoso e raro poderia retornar para a Terra e no meio disso, varinhas mágicas surgiriam de repente e somente um Bright pode manusear tal artefato. O roteiro do filme é bem interessante e me surpreendeu no início, uma vez que eu esperava uma verdadeira bomba. Os trailers me fizeram pensar coisas completamente diferentes e não fizeram o papel que deveriam de me fazer esperar por Bright. Assim, quem talvez tenha passado pelo mesmo que eu, vai entrar no mundo do filme de paraquedas, assim como Ward (Will Smith) e Jakoby (Joel Edgerton). Dois caras que se veem tão perdidos como nós dentro de uma história tão maluca em um mundo muito normal para um conto de fadas.

Bright não é o brilho que a Netflix está buscando

Quando você começa a se interessar por Bright, consegue perceber o motivo de tantas críticas para cima do filme. Esta não é uma obra que segue fielmente tudo que a crítica especializada adora em um longa metragem. Existem muitas cenas bobinhas, fantasiosas demais, que novamente, dentro do mundo muito normal de Bright, acabam não se misturando muito bem. Porém, a história é legal, os personagens são bons (apesar de Will Smith parecer estar fazendo o papel dele mesmo). Tudo isso chama muito a atenção do público em geral.

Parece faltar carisma para o filme, que não sabe se é um Máquina Mortífera ou um Senhor dos Anéis com varinhas, a lá Harry Potter. Tentar entender como Bright se encaixa no meio de tudo isso se torna uma tarefa extra para o expectador. Apesar que isso não pareça ser uma preocupação da produção do longa. Eles pegam um humano, um orc e jogam no meio de uma conspiração mágica. Cabe a você decidir se tudo aquilo faz sentido. No final das contas, Bright poderá ser um filme do tipo ame ou odeie. Mas vejo que a crítica em geral vai odiar, enquanto que o público, em sua massa, vai gostar bastante. Mesmo assim, talvez este não seja o efeito que a Netflix buscava. Afinal, ninguém gasta 90 milhões à toa.

Conclusão

Bright está muito longe de algo espetacular. A Netflix não conseguiu criar algo grandioso. Definitivamente não vamos ficar esperando uma sequência, uma trilogia, buscando informações sobre o universo do filme. Tudo é muito superficial, com cara de filme de “Sessão da Tarde“, mesmo com tantos efeitos e dinheiro envolvido. Porém, é uma boa oferta do serviço que podemos assistir sem pagar mais nenhum real, além do mensal habitual. E ainda podemos ver em casa, sem precisar se preocupar com nada mais.

Olhando o custo benefício, já que a comparação precisa ser feita com o cinema, é uma boa escolha para matar um tempo. Só não dá pra ser visto com tanta seriedade. Infelizmente, imagino que a ideia da Netflix não era essa e queriam fazer algo épico. O resultado é muito distante disso, o que não faz de Bright algo descartável. No entanto, não pode ser usado como referência para os futuros filmes da Netflix. Se a empresa quer dominar este ramo, o que será bem difícil, precisará fazer bem mais que isso.

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9 respostas

  1. Bright não gostei da ideia de compara o criatura com seres humano eles pensa a mesma coisa do que um ser humano fuma anda igual um marginal e outra besteria que o presidio faz

  2. kkkkkk Podem falar oque for do filme, a ideia foi boa! mas faltou um pouco mais de contexto, tipo de onde surgiu a trama para chegar no preconceito contra os Orks ! e contra as fadas kkkkk sacanearam as fadas kkkkkk ( tipo baratas ). Bom, gostei da ideia mas o filme deixa a desejar kkk mas se sair a 2º parte Netflix conta comigo para assistir kkkk

  3. Bright foi muito bom em comparar o preconceito racial e jogar contra Orcs e Elfos como existe na nossa “Grande civilização avançada e moderna” dos dias de hoje. Essa abordagem foi excelente. O problema foi realmente explicar o que é o tal de Bright, se são como “Os escolhidos” que vivem naquele mundo alternativo, pois para mim deixou essa impressão, de serem escolhidos que podem utilizar a magia num outro patamar. Eu só não achei ruim pois espero que tenha uma continuação para acabar com as pontas soltas que este deixou.

    1. concordo, achei um filme muito bom, mas deixou muitas pontas soltas que seria bom ver um aprofundamento, mas acredito que tenha deixado um gancho para uma sequencia

  4. filme com uma critica social perfeita jogando pro lado mistico e fantasioso como um mundo D&D. filme muito bom… alem de otimos atores que deixam o filme melhor ainda

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