Crítica: Bumblebee traz um respiro digno à franquia Transformers

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BumbleBee sempre foi o queridinho da galera, não?

Quem não se lembra dos anos 80/90, quando os Transformers viraram febre e conquistaram a molecada. Naquela ocasião, os robôs eram heróis muito interessantes, pois se transformavam em carrões e ainda lutavam pra valer com seus inimigos Decepticons.

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Muito tempo se passou e a Hasbro, junto com a Paramount, firmaram uma parceria para transformar aquela fantasia em Live Action. O primeiro longa, o qual foi lançado em 2007 foi Fantástico. Lutas frenéticas de robôs gigantes, uma história não muito complexa, mas concisa e personagens muito bem trabalhados. Shia La Beouf, protagonista do longa, trouxe um carisma especial e Liam Nesson na voz de Optimus Prime fechou o elenco com primor.

Os tempos foram passando e a franquia foi perdendo sua essência. O segundo filme ainda manteve qualidade, mas do terceiro em diante…ladeira abaixo. Filmes sem alma, com uma história confusa, misturando idade média, segredos bizarros e um monte de baboseira que o público até conseguiu se divertir, mas não como antes.

Autobots, Roll Out

Depois dessa ressaca surgiu a informação de que um filme do BumbleBee estava em produção. A princípio pareceria um caça níquel por parte dos produtores Michael Bay e sua tchurma, mas depois dos trailers, surgiu muito potencial. Sobretudo por esse agora [Bay] citado não estar mais no comando da direção, o que, na minha visão, já foi uma grande conquista para a franquia. Deixo claro que aprecio o trabalho do diretor, mas ele já não acertava mais a mão nos robôs e insistir nisso foi um erro, e continuaria sendo.

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Pois bem, o robô amarelo chegou às telonas e revigorou a franquia. Não há dúvidas que Bee é o transformer mais carismático da turma. Tem os golpes mais acrobáticos, é protagonista junto com La Beouf nos primeiros, e tem características que os fãs amam. Começar, ou recomeçar, por ele, e apenas ele, foi uma decisão super acertada.

Bumblebee volta às origens MESMO

Não é a primeira vez que vimos Cybertron, porém em Bumblebee temos uma ótica diferente. Mostra um pedaço muito importante da guerra e como toda a história começou. Em poucos minutos, nos importamos mais com Cybertron do que em vários momentos mostrados nos filmes anteriores.

Se o primeiro em 2007 foi perfeito em mostrar os tempos atuais, esse de agora acerta na mosca em trabalhar nos anos 80. Isso porque o longa busca voltar ao sentimento do início do desenho, quando tudo começou. Uma dessas novidades foi trazer mais infantilidade para o filme, porém de uma maneira positiva. Bee é um robô mais sentimental, mais inocente, por assim dizer. E isso é muito bem trabalhado junto com a atriz Hailee Steinfeld. Há também a estreia de John Cena, o gigante lutador de WWE. Esse é o estereótipo mais utilizado de guerreiros nos anos 80 – soldado grande e forte que só pensa em destruição e tática militar. Entretanto, consegue fazer bem o papel, apesar de não ser um ator excepcional.

Naquele tempo o mundo era completamente diferente e por mais que hoje a tecnologia esteja mais avançada, os anos 80 marcaram o planeta de várias maneiras. E isso fica muito claro, principalmente, na trilha sonora. Bandas consagradas e incríveis encaixaram perfeitamente dentro do longa.

Bumblebee é o novo gigante de ferro

Bumblebee filme

Quando temos uma relação entre humano e robô, sempre buscamos referência naquilo que já vimos e adoramos. Há muito material que trabalha esse tipo de relacionamento, principalmente pelos escritores de ficção científica. Mas o sentimento de Bumblebee é tranquilamente favorável a lembrar do gigante de ferro. O Robô, uma arma letal, tinha uma amizade inocente com um garotinho que o considerava seu melhor amigo. Então, caçado pelo exército, o gigante precisa se proteger e proteger o garotinho, bem como o menino faz de tudo para salvar seu amigo de lata. Está aí, basicamente, o que ocorre no filme.

Em outros momentos o filme tornava-se, praticamente, Et – O Extraterrestre, obra consagrada do produtor do longa, Spielberg. Não apenas por haver alienígenas e “crianças” envolvidas, mas a atmosfera, como encarar o novo e o desconhecido. Não podemos deixar de reparar que “Se Meu Fusca Falasse” deixa sua marca também.

Bumblebee tem um estilo Sessão da Tarde bem forte em si. Encaro isso de uma maneira positiva, pois por mais que tenham vários clichês, são muito bem executados.

Deus Ex Machina, apareça!

Claro que não podia sair ileso. Como todo bom filme do transformers, precisa haver algo que destoe um pouco e tire a imersão. Entretanto, vale destacar que por mais que as pessoas estejam sempre nos lugares certos nas horas certas, e as coisas são muito fáceis de acontecer, porque só assim o roteiro vai pra frente, não é de todo ruim. Venhamos e convenhamos, soluções bobas e baratas para uma situação complexa não é novidade na franquia.

Quem tem um olhar mais crítico para os acontecimentos, verá que aquelas pessoas estarem ali não faz o menor sentido, porém é feito de uma maneira fluida. Atrapalha um pouco algumas ideias do longa, mas não é impossível de aceitar, como acontecia no passado de Transformers.

Pela segunda vez, a profundidade

No primeiro longa, vimos uma relação entre humano e robô super interessante. Um garoto totalmente deslocado, sem perspectiva e buscando sempre ganhar terreno entre os populares, descobre um universo que o faz ser o centro do mundo. Juntando com a ação que ocorre, funciona muito bem.

Dessa vez, vemos a garota, Charlie, que perdeu o pai recentemente e está presa num vórtex obscuro de rebeldia. A única coisa que importa para a menina é conseguir consertar o carro em que ela e seu pai trabalhavam. Ao encontrar Bee, sua vida mudou drasticamente, mas sempre que possível, ela tira um tempinho para lembrar que nem tudo está como deveria estar. Amizades, família, relacionamento e todos esses temas não ficam apenas em segundo plano, ou como algum tipo de cota, pelo contrário, eles fazem sentido e giram em torno.

Também mostra como o robô amarelo perde seu poder de fala e como isso influencia dentro da trama é muito interessante. Outro ponto interessante a ser citado é como um robê de código B-127 torna-se Bumblebee, o que traz ainda mais carisma para o filme.

Claro que não é aqui que você encontrará um dramalhão e crises existenciais, porém não há uma superficialidade que incomodava tanto nos outros filmes da série.

Agora eu consigo entender

Não apenas a história era confusa, mas as batalhas entre os robôs eram impossíveis de acompanhar. Michael Bay propôs um estilo que funcionou muito bem no início. Um combate porradeiro, lata voando, muita velocidade, tiros, bombas, mas as coisas se perdiam no meio desse frenesi.

Agora, em Bumblebee, as coisas estão muito mais pneu no chão, se é que você me entende. As batalhas entre os robôs continuam violentas, até mais, diga-se de passagem. Entretanto conseguimos entender tudo o que acontece em tela, pois os movimentos são humanamente fáceis de acompanhar e não perdeu a beleza de um combate robótico bonito que tanto gostamos de apreciar.

Qual é o futuro da franquia Transformers que está sendo proposto em Bumblebee?

Uns sugerem reboot, outros sugerem continuação, mas que fim levará a franquia? Infelizmente essa pergunta só poderá ser respondida pela Hasbro e envolvidos, mas podemos trazer, sem spoiler, o que sugere.

O filme não foge do que foi feito a partir de 2007. Claro que, por se passar muitos anos antes, não tem como contar histórias sobre os filmes anteriores, porém, há claras referências dentro do longa. Portanto, tanto um reboot, quanto o preenchimento de lacunas até chegar em 2007, funcionariam perfeitamente para a franquia.

Concluindo, acredito que Bumblebee é o segundo melhor filme da franquia. O primeiro, de 2007, pela novidade e grande ousadia ainda brilha mais, porém esse trouxe características muito interessantes. Trabalhou com a nostalgia, o relacionamento entre humano e robô, apostou em clichês fortes e os executou bem e por fim, deu uma característica nova aos robôs e o que eles representam para nós.

 

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