Crítica | Quando as Luzes se Apagam é terror pra quem tem medo do escuro!

Se há um Diretor que está em evidência hoje em dia é James Wan. Com um trabalho sólido em franquias de filmes de terror, principalmente Invocação do Mal, que teve sua sequência lançada este ano e conseguiu manter a qualidade muito alta, Wan vai mudar de ares ao dirigir o filme do Aquaman e já dirigiu também um filme da saga Velozes e Furiosos. Porém, antes de partir pra outro estilo e gênero, o diretor deu uma força para o estreante David Sandberg, que apesar de não ter experiência com longas, já mostrou o que pode fazer com curtas. Lights Out, de 2013, foi apenas o começo e o conceito para o agora Quando as Luzes se Apagam, que estreia dia 18 de Agosto de 2016 nos cinemas brasileiros, e eu tenho certeza que você já viu o trabalho do cara, mas não se lembra.

Lights Out, o curta, foi um grande viral no Facebook e Youtube e tem como estrela Lotta Losten, que também faz sua estreia no cinema em Quando as Luzes se Apagam, repetindo a mesma cena que fez no curta, apagando e ascendendo a luz de um corredor enquanto vê uma criatura bizarra surgir somente quando a luz está apagada. Se você não viu o curta na época, pode ver logo abaixo.

https://www.youtube.com/watch?v=kNbJE0y29_c

Pois bem, como um curta, Lights Out funciona muito bem e a ideia é muito boa, tanto que virou filme. Quando as Luzes se Apagam leva exatamente o mesmo conceito, e cria um roteiro mais elaborado, trazendo uma família destruída por um grande mal, que possui ligação direta com Sophie (Maria Bello), e faz seus filhos Rebecca (Teresa Palmer) e Martin (Gabriel Bateman) sofrerem absurdos. Não há um local seguro, não há um mal instalado em uma casa ou em uma pessoa. A criatura surge simplesmente em qualquer lugar que não tenha luz.

Influencias de James Wan

É nítida a influência de James Wan e de Invocação do Mal em Quando as Luzes se Apagam. Temos cenas memoráveis fazendo uso da luz e da escuridão de formas muito criativas, além de sustos que passam longe de ser bobocas. No entanto, diferente de Invocação do Mal, Quando as Luzes se Apagam parte mais para um clima de mistério e suspense, sempre fazendo o espectador se questionar se há alguma peça faltando no quebra cabeça. Isso é um grande mérito da parceria de Wan e Sandberg, mas também se vê que há uma certa originalidade que é muito bem vinda para o gênero. Não é nada que vá mudar o terror no cinema, mas ajuda a se diferenciar de tantos outros filmes que temos por aí.

A história é boa, o roteiro segue uma linha legal, mas escorrega em alguns diálogos que ficam jogados ou forçados, que por sorte são poucos, além de algumas resoluções que não são convincentes. Algumas situações pode lhe fazer pensar que já sabe o que vai acontecer e quando menos você percebe, é pego de surpresa por alguma reviravolta na história. Nos momentos mais previsíveis, o filme acaba tirando um pouco da imersão e você lança um “eu já sabia” ou “vai acontecer isso ó, ó, ó, não disse!?”. Porém, o final pega qualquer um de calça curta e se torna o ponto alto do filme.

Um filme curto

Talvez possa ser um problema pra alguns, um alívio pra outros, mas Quando as Luzes se Apagam tem apenas 1h21min, um tempo bem curto para um filme. Apesar de passar muito rápido, o tempo reduzido torna o ritmo do longa excelente. Os atores envolvidos também ajudam bastante na imersão, Teresa Palmer, Gabriel Bateman e Maria Bello arrebentam em todas as cenas e Alexander DiPersia, que tinha tudo pra ser um personagem dispensável como Bret, acaba virando um coringa, mas não pela sua atuação, que apesar de tudo é boa, mas pela importância que o personagem acaba ganhando.

No fim, Quando as Luzes se Apagam deixa um sentimento de espanto no espectador, que não sai totalmente impressionado como em Invocação do Mal, por imaginar que tudo aquilo possa ser real, mas garanto pra você que sempre que estiver em um local com pouca luz, irá se lembrar da criatura do filme. A junção de todos os elementos que Wan e Sandberg levaram para a película diverte bastante, traz uma experiência diferente pro terror, misturando suspense e cenas muitos boas, ao mesmo tempo que a história, roteiro e diálogos acabam tirando a imersão em alguns momentos. Sem dúvida alguma é um bom filme pra quem gosta do gênero e talvez uma grande porta de entrada pra quem odeia filmes de terror, mas estava curioso pra experimentar algo novo neste estilo. Recomendado!