Crítica | Rampage: Destruição Total é uma adaptação mais do que decente de um game no cinema

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As adaptações de videogame não são muito conhecidas por se darem bem no cinema. A história nos mostra que poucos filmes conseguiram sucesso. Silent Hill é um dos poucos que podemos lembrar como bons filmes. Recentemente vimos o exemplo de Tomb Raider, que dividiu muito a opinião do público e da crítica. Isso sem falar de Resident Evil, que é ó, um terror!

Mas nem por isso Hollywood deixa de apostar nos games. Embora sejam mídias diferentes, elas andam de mãos dadas. Conseguem criar histórias fantásticas, personagens marcantes e grandes marcas. Porém, em meio a tantas propriedades intelectuais, por qual motivo resolveram adaptar Rampage?

O jogo

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Rampage

A franquia Rampage nasceu em 1986. Mas foi somente em 1997, com Rampage World Tour, que apareceu de verdade para os jogadores. O game foi lançado para diversas plataformas. Entre elas o Sega Saturn, Playstation e o Nintendo 64. Na história, humanos passam por transformações após uma experiência. Destas transformações, surgem animais gigantes, descerebrados, que apenas querem destruir. O interessante é que o jogador é colocado na pele destes gigantes. Então, ao invés de salvar o dia, é preciso destruir e matar incansavelmente.

Rampage nunca foi uma franquia de games memorável. Era um jogo divertido, que sobreviveu por mais uma década e voltou a cair no limbo do esquecimento. Logo, nunca poderíamos imaginar que seria adaptado para o cinema. Mas aos poucos, com alguns comerciais aqui e ali, a Warner começou a chamar a atenção para seu filme. Com Dwayne Johnson The Rock como protagonista, já conquistava um público. Agora chegou a hora de vermos se realmente o filme vale a pena.

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Uma história diferente

Ao invés de pegar seres humanos e transformá-los em gigantes, o filme parte por outro caminho. Uma empresa faz experiências no espaço com um rato e tudo sai do controle. Na fuga, uma das pessoas da base leva consigo quatro exemplares de um soro usado nesta experiência. Obviamente que as coisas não dão certo e cada um destes soros cai numa parte diferente do mundo.

Animais chegam perto dessa substância e logo passam a sentir o efeito. Não demora muito para que comecem a ficar gigantes e aos poucos, o filme mostra o motivo deles causarem destruição. Assim como no game, os monstros são: um gorila, um lobo e um jacaré, que fica parecendo um dinossauro.

No meio de tudo isso está Davis Okoye, um primatologista que não gosta muito de humanos. Ele tem uma maneira de se comunicar com animais através de sinais. Isso logo de cara explica um dos grandes mistérios que os trailers do filme deixavam no ar: como ele poderia interagir com animais gigantes. A história não é lá tão importante no filme, mas tem bons momentos.

O melhor momento para um filme de Rampage

Assim como o jogo, Rampage exigiria um esforço enorme de produção se fosse feito com efeitos especiais a sei lá, 10 anos atrás. Hoje, a tecnologia evoluiu muito. Representar animais nas telonas é algo que vem ganhando muito espaço. Planeta dos Macacos, Mogli e tantos outros filmes conseguem captar esse sentimento. Os animais são praticamente fiéis a realidade em suas contrapartes digitais. Porém, muitas vezes, são bem mais expressivos. Rampage consegue fazer isso muito bem com Goerge. Ele é um Gorila albino que funciona como protagonista ao lado de The Rock.

Os efeitos especiais inseridos em George e nos outros animais e gigantes são ótimos. Por conta disso, não é difícil acreditar no que se vê na tela, apesar dos exageros das cenas. Porém é fato que a tecnologia ajuda Rampage a ser um filme viável nos dias de hoje.

Como adaptação, funciona?

Quase todos os demais games adaptados ao cinema, possuem em sua essência, uma história importante, que geralmente é o motivo pela adaptação acontecer. Ou talvez, algum personagem icônico, como é Lara Croft. Rampage não tem nada disso. A história do jogo é uma desculpa para ele existir dentro daquele contexto. Seus personagens são genéricos, chamativos por serem gigantes. Logo, como poderiam adaptar este game decentemente no cinema?

A resposta está na liberdade criativa. Rampage esbanja este tipo de criatividade. Porém, os cinéfilos mais puristas vão achar muitas coisas no filme um porre ou difícil de aceitar. Tanto que a crítica especializada não gostou muito de Rampage. Mas falando como alguém que cobre cinema há dois anos e games há mais de 6 anos, devo dizer que o resultado é muito satisfatório. A produção do filme conseguiu mesclar muito bem elementos do game com suas ideias para o filme. Em suma, Rampage pode ser considerado uma boa adaptação de games no cinema.

Destruição Total MESMO

Primeiramente, devemos falar dos personagens humanos. The Rock mostra mais uma vez que não é à toa que ele é o ator mais bem pago de Hollywood. Não que ele seja um exímio ator. Está longe disso. Mas ele consegue captar a atenção para si, fazer boas cenas com George, onde a gente sente que há uma ligação entre eles. E ainda entrega bons momentos de comédia. Ele é responsável por uma cena bem engraçada onde o filme se auto critica. É sensacional.

Por fim, o fato do jogo não ter uma história, abriu chances de o filme criar a sua própria. Os motivos dos animais serem animais gigantes. Suas motivações, a reviravolta. Tudo funciona bem. Mas não vá ao cinema pensando que Rampage é uma obra prima digna de Oscar. Nada disso. Este é um filme que se encaixa nos blobkbusters estilo Transformers, Godzilla, King Kong, com gigantes destruindo o que veem pela frente. Porém, faz quase tudo muito bem e de uma maneira bem divertida.

Rampage é um filme que deve ser assistido com a cabeça bem aberta. The Rock faz mais uma vez o papel dele mesmo. Embora pareça ruim, ele vai cada vez mais se firmando como um dos atores mais influentes da atualidade. Um tipo de ator brucutu que tem carisma de sobra. Só por ele o filme já se venderia, mas como um todo agrada bastante. Principalmente se você conhecer, ao menos, um pouco dos games que originaram o filme.


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