Crítica | The End of the F***ing World surpreende com história maluca e ótimas atuações

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Imagine que as melhores séries da Netflix se encontrem com Tarantino e disso saia alguma coisa. Automaticamente, teremos The End of The F***ing World. A série estreou no dia 5 de janeiro na Netflix e traz uma dupla de atores não muito conhecidos, mas que surpreendem pela qualidade de suas atuações. A história é totalmente maluca, mas reflete a loucura que se passa na mente de adolescentes que não sabem muito bem o que querem da vida. A diferença é que os protagonistas não somente pensam em loucuras, eles fazem. No entanto, tanto James quanto Alyssa possuem seus próprios traumas. O garoto matava animais quando criança e agora quer subir de nível e matar um ser humano. Alyssa sente uma saudade maluca do pai e tem um padastro que não é lá um bom exemplo.

Assim, a vida se encarrega de apresentar um para o outro. The End of the F***ing World é um romance com humor negro muito afiado baseada em uma história em quadrinhos com o mesmo nome, de Charles S. Forsman. São inúmeras situações absurdas e tudo isso em 8 episódios de apenas 20 minutos cada. Se juntarmos tudo se transforma em um filme de quase 3 horas intensas.

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Não é como se The End of the F***ing World seja uma série perfeita. Está longe disso. No entanto vemos a ascensão de James e a paixão de Alyssa se transformarem em uma história muito diferente do habitual. Então, para você que não viu a série ainda, este é o limite que você deve chegar neste texto. Daqui pra baixo, tudo será falado com muito spoiler. Caso não ligue para isso, continue lendo, mas aconselho fortemente que abra a Netflix e veja a série. Vale muito a pena.

Então, como já estão avisados, entramos em nossa área de spoilers. Vamos relembrar os fatos de The End of the F***ing World e teorizar o que veremos na 2ª temporada. Se é que ela vai existir. Falaremos disso mais para frente.

Uma história de amor que começa com morte

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O mais impactante e divertido do começo da série é a maneira que os personagens falam com a gente. Mas na verdade, tudo se trata dos pensamentos que eles possuem em determinado momento. Porém, esta estrutura cria uma narrativa diferenciada que combina muito bem com a estranheza de James e Alyssa. James logo de cara vê em Alyssa a presa perfeita e todas as formas que ele se imagina matando a garota são hilárias. Mas é aquele negócio engraçado que não deveria ser engraçado. A gente ri das caras de psicopata que ele faz, por mostrar num pensamento rápido ele andando com uma faca ensanguentada ou até mesmo Alyssa lotada de sangue. A série brinca muito com este fato e torna a convivência dos dois algo surreal.

 

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Alyssa se apaixona pela forma seca e gelada de James, algo pra lá de estranho e mórbido. Ela não possui bons exemplos de homem em sua vida, uma vez que seu pai a abandonou. Seu padastro é ainda pior, dando menção que a vê com outros olhos, levando pro lado sexual. Ela por sua vez, é “semi-ninfomaníaca” e mesmo que a gente fique sabendo depois que ela é virgem, me fez pensar em diversas coisas ainda mais bizarras que falaremos no próximo parágrafo. Fato é que James e Alyssa se apaixonam pelos motivos errados e disso não poderia sair nada bom. Principalmente quando alguém morre na história.

As razões de James e Alyssa

Eu poderia assistir The End of the F***cking World com meu cérebro desligado e curtir as loucuras de James e Alyssa. Mas não deu. Algumas coisas que fiquei imaginando são legais, mas outras são perturbadoras. Porém, imagino que seja esta a reação que os autores queriam criar no publico. Mas vamos por partes.

James é um cara muito danificado, principalmente por ter visto sua mãe morrer na sua frente quando criança. A propósito, aquela cena foi desesperadora. A gente via nos olhos azuis do pequeno James que ele não entendia o que estava rolando. Fora a impossibilidade de tentar fazer alguma coisa para salvar sua mãe. Mas por algum motivo, ela resolveu dar fim a sua vida. Então, quando ele escolhe Alyssa como sua próxima vítima, ele não esperava ver naquela garota estranha alguém que pudesse o contagiar. Alyssa foi responsável por quebrar o gelo no coração de James. Isso gerou algo dentro dele que ele simplesmente não conseguia entender. Seu objetivo então muda completamente. Ao invés de querer matar a garota, ele começa a querer protegê-la. Até que ele se toca que ela o protegia dele mesmo. De sua sede por sangue. James é um psicopata “a lá” Dexter.

Alyssa já é um caso mais perturbador na minha visão. Sem a figura do pai, com o padastro que fatalmente um dia iria se aproveitar dela sexualmente, ela encontra em James uma figura de alguém que poderia ser o homem da sua vida. Mesmo que ele seja tão diferente dos humanos normais. Ela vê em James a figura do pai e na busca por aprovação ela começa a querer fazer de tudo pra ele. A insaciável vontade dela de fazer sexo é uma dessas demonstrações. Ela não queria fazer por ela, mas por ele. Na cabeça dela, sexo é o que move o homem e ela queria agradar James para ter seu coração. Um pensamento maluco, estranho, mas que ela deixa de lado ao perceber que o negócio do garoto ainda não é sexo. O que ela não poderia fazer é deixar ele sozinho. Ainda mais depois dele matar alguém.

Para onde vamos agora? Se é que tem para onde ir…

 

Quando ocorre o assassinato que os transforma em foragidos da lei, James e Alyssa quebram a barreira do que é certo ou errado. Roubam mais vezes, entram em locais que são proibidos até que chegassem aos seu objetivo, que era encontrar o pai de Alyssa. Quando ela percebe que seu pai não é lá grande coisa, o foco muda novamente. Eles precisam fugir, deixar aquele lugar e tentar uma vida juntos. Mas nada dá certo e as policiais lésbicas chegam para encerrar o show. Mas elas chegam junto com uma cavalaria e por mais que James seja astuto, nem correr em zig-zag poderá salvá-lo. Vale lembrar que os quadrinhos acabam exatamente naquele momento em que se ouve o tiro e as cortinas se fecham. Então, será possível que The End of the F***ing World tenha uma continuação?

 

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Eu acho que temos dois cenários. O primeiro é pelo sucesso que a série vem fazendo e ótimas notas que vem arrecadando. Isso poderia gerar uma 2ª temporada. Mas sem os quadrinhos como fonte, há grandes chances do roteiro se perder. Mas se continuar, vejo que o tiro disparado enquanto James corria venha a acertar sua perna, resultando em uma fuga mal sucedida e ele vá para a cadeia. E ele iria sem nenhum tipo de proteção, já que naquele dia ele faria 18 anos. Alyssa não deve ir presa, ela não matou ninguém. Tudo isso ficaria nas costas de James. Talvez ele saia logo da cadeia e ambos decidam fugir novamente, ainda é difícil de tentar identificar o que poderá ocorrer.

O 2º cenário seria a série realmente não continuar e seguir os rumos dos quadrinhos. Já que a história ficou tão fechadinha, ficaríamos imaginando para sempre o que aconteceu com James. Eu gosto dessa opção, por mais que eu queira ver mais destes dois personagens e suas formas bizarras de ser e de resolver as coisas.

Se não continuar, valeu a pena

Mas até agora foi ótimo ver James aprender a dançar e a amar por conta do jeito maluco e intenso de Alyssa. Ela tirou uma dúvida enorme da cabeça ao encontrar o pai. Todo o perigo que James representava para ela agora é algo completamente diferente. Mas assim como Romeu e Julieta não acaba nada bem, a história de James e Alyssa parece ter um rumo semelhante. Tudo graças a loucura que a vida representou para ambos até o fatídico momento em que eles disseram “Oi”.

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Uma resposta

  1. O Último episódio foi muito triste,lembrou um pouco da morte do Cabeleira no filme brasileiro:Cidade de Deus.

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