Motivo de grande honra, o Brasil é o primeiro país da América Latina a receber a Exposição: O Mundo de Tim Burton. Esse acervo está exposto no Museu Da Imagem e Som – MIS – localizado da Avenida Europa ,158, Jardim Europa, São Paulo.
Organizada pela curadora independente, Jenny He, em parceria com a Tim Burton Productions, a exposição, até a segunda ordem, fica disponível até o dia 15 de Maio de 2016, podendo ser visitado por pessoas de todas as idades. Para mais informações acesse o site do local aqui.
Quem foi/é Tim Burton?
Timothy Walter Burton ou “Tim” Burton, nasceu em Burbank, Estados Unidos, dia 25 de agosto de 1958. Burton, desde criança, já exercitava seu lado obscuro. Tinha como ídolos Edgar Allan Poe (Escritor de livros cuja temática prezava pelo mistério e sombrio), cineastas de filmes de terror de baixo orçamento como Edward D. Wood e um dos que mais influenciou sua carreira, Vincent Price. Burton estudou animação e artes chegando a trabalhar em animações na Disney e depois seguiu seus próprios passos dirigindo, atuando, escrevendo filmes e livros e fotografando – um verdadeiro artista (só falta cantar e dançar, mas não duvido que ele já tenha feito isso).
Dentre seus principais trabalhos estão os filmes Beetlejuice (Os Fantasmas se Divertem), Edward Mãos de Tesoura, Batman/Batman o Retorno, O Estranho Mundo de Jack (Longa animado) e os oscarizados Sweeney Todd, O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet (Oscar de Melhor direção de arte) e Alice no País das Maravilhas (Oscar de Melhor figurino e Direção de arte).
Always look on the Dark side of life
“Always look on the Dark side of life” é o lema de vida desse cara. Sendo influenciado por grandes nomes do terror e mistério, esse maluco externaliza para suas obras, toda a obscuridade e bizarrice que tem dentro de sua mente. Então vem a grande questão: O que tem dentro de sua mente? Essa resposta é o maior motivo dessa exposição existir.
O artista é conhecido como o Mestre do Macabro não por acaso. Ao adentrar a exposição, você está claramente visitando um pouquinho da vida, arte e conceito que Burton emprega. O local está dividido em fases diferentes, não necessariamente em ordem cronológica, mas é como se aquilo que você está vendo seria o estado de espírito que o cineasta estava naquele momento.
Terror e Humor – é o local que mostra perfeitamente como foi trabalhada essa dicotomia e como ele brilhantemente administrava em seus desenhos e obras.
Felicidade – era onde Burton trazia seus momentos mais leves, mais livres e mais calmos, como é o caso do filme Peixe Grande.
Polaroides – Local onde o também fotógrafo expõe alguns de seus projetos pessoais. Neles estão cópias de fotos superdimensionadas de algumas de suas obras, principalmente O Estranho Mundo de Jack.
Angustia/Melancolia – Local que reflete grande parte das obras do artista. Burton revela nesse lugar em específico, como enxerga o mundo e como a sociedade influencia nas suas obras.
Rei Macabro – Tudo em que ele toca vira arte
Aqueles que vão à exposição em busca de conhecer profundamente a filmografia Hollywoodiana de Burton não encontrarão exatamente isso, o que na minha opinião foi a melhor decisão ao montar o acervo, porque enriquece ainda mais a exposição, mostrando o profundo, íntimo e desconhecido. Digo isso porque encontramos desde pedaços de guardanapos (Alguns sujos, mas desenhados), como exemplo um do Caesar Palace (Um Cassino chique de Las Vegas), até maquetes bem elaboradas para representar alguma ideia interessante que o cara tinha. Provavelmente Burton não guardou tudo o que está exposto já com a ideia de mostrar isso no futuro, mas provavelmente se trata de um cara que é tão apaixonado por suas próprias ideias que não consegue se desfazer de nada.
Desde desenhos aleatórios, projetos que foram pra frente, ou até mesmo projetos cancelados, mostram a versatilidade e grande criatividade do diretor. Quando falamos da mente do Mestre do Macabro, uma coisa precisa ficar clara – até o desenho mais simples que ele produziu, tem a característica tenebrosa das trevas, o que significa que, se você vir um casal sentado a uma mesa com uma aparência comum desconfie, pois eles podem estar escondendo sua verdadeira identidade de monstros das trevas com dentes e garras bizarras.
Os filmes dele estão representados lá sim, mas nem de longe é o foco, muito menos conseguem mostrar 10% do que Burton tem dentro de si. A ideia é trabalhar a intimidade artística do diretor.
Por que você deve ir?
Adentrar a uma mente de uma pessoa desconhecida é sempre interessante, principalmente quando se trata de alguém especial que tem ideias tão diferentes e as compartilha com o mundo fazendo trabalhos incríveis.
Conhecer um artista com essa profundidade que “O Mundo de Tim Burton” nos proporciona é uma oportunidade fora do comum. O fato é que dessa vez Tim Burton se despe de toda a sua timidez e abre seu coração negro para que todos possamos saber quais são suas ideias, seus medos, suas ideologias, suas referências e, óbvio, seu talento.
“Quem gosta de arte, vai curtir. Quem gosta do lado negro da força, vai aplaudir. Quem acha que está sozinho no mundo, vai se identificar. Quem gosta de Tim Burton, Vai Pirar.“
*Não é Permitido tirar fotos dentro da esposição
**Imagens de dentro da exposição foram cedidas pela organização do evento
