Análise | Sword Art Online: Fatal Bullet – RPG com mecânicas de tiro que quase deu certo

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Sword Art Online Fatal Bullet, da Bandai Namco, veio com uma proposta inovadora, ou ao menos com esta intenção. O desafio começa no período escolhido para ambientar o game, que é na terceira temporada do anime. Os protagonistas lutam em um jogo totalmente diferente dos anteriores. Agora o foco está na utilização de armas e os combates são basicamente a longa distância. Pensando nisso, o desafio seria naturalmente trazer uma boa jogabilidade para um jogo de tiro. Além de boas mecânicas para lembrá-lo que apesar disso, você ainda está jogando um RPG. Será que eles conseguiram completar esse desafio?

Carinha de anjo com voz de macho

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Você começa em uma tela de criação de personagens que à primeira vista parece bem completa. No entanto, depois nota-se que faltam opções de caracterização. Uma observação curiosa é que em nível de criação de personagem, o jogo te dá mais opções, como cabelos, e tipos de rostos para o gênero feminino. Reconheço que os traços da obra trazem alguns personagens bem andrógenos. Porém, mesmo enquanto jogamos, encontramos personagens com cara de mulher e, de repente, quando ela finalmente abre a boca, a voz que sai é grave e firme. Bem estranho.

Mesmo encontrando Kirito, Asuna e seus amigos logo de cara, você é o protagonista deste arco. Logo em sua primeira missão, sua ‘’sorte de principiante’’ dá as caras. Você entra no game após o que os personagens chamam de ‘’A grande atualização’’. Este evento inseriu itens ultra raros que são inteligências artificiais (ArFA-sys X), uma pessoa que te segue e te auxilia o tempo todo nas suas tarefas, inclusive nas lutas. Literalmente um ajudante particular (com aparência totalmente configurável). Logo na sua primeira missão, esse item acaba ‘’caindo’’ para você, o que te torna uma espécie de celebridade nos servidores. Isso acaba chamando a atenção de novatos e veteranos.

RPG com tiro que dá certo!

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O gameplay mostra recursos que o torna bem fiel à série. A ambientação, a trilha sonora e até mesmo o círculo que mostra a área de tiro no seu alvo, a linha vermelha que precede o tiro de seus rivais, para que você tenha algum tempo, mesmo que mínimo de reação para se esquivar, e o encontro com personagens já conhecidos, tornam a experiência ainda mais imersiva e divertida. Esse sistema de tiro pode parecer bem estranho para quem não conhece a obra original. Mas nós sabemos que esses jogos normalmente são bem focados na fanbase, o que é nitidamente o caso.

Você pode correr, pular, rolar, usar habilidades, atirar com as duas mãos e utilizar uma arma especial de gancho. Essa arma te ajuda a subir em alguns locais de difícil acesso. A jogabilidade dessa arma pode ser bem complicada de início e exige adaptação. Todos esses recursos funcionam muito bem e é possível dizer que em termos de jogabilidade, Sword Art Online: Fatal Bullet é um jogo que atende às expectativas.

A base das missões está em enfrentar chefes poderosos, em alguns momentos MUITO mais poderosos que o seu personagem, o obrigando a treinar continuamente para evoluir e poder enfrentá-los. Isso é interessante pois é mais um artifício que ajuda nos pontos positivos do jogo. A atmosfera da série consiste na mecânica de encontros com chefes, e isso também deixa o jogo mais fiel e divertido.

Algumas falhas na Matrix

Graficamente, o jogo não surpreende. Mesmo estando no formato anime que já conhecemos e sabemos que é mais difícil de reproduzir e surpreender. Temos atualmente jogos semelhantes, inclusive produzidos pela Bandai, com qualidade gráfica superior.

O início do jogo é agoniante até mesmo para um fã da série como eu, são caminhões de diálogos que não levam a nada. A tentativa foi inserir um daqueles tutoriais interativos onde você aprende a mecânica já participando da história. Porém essa missão foi uma falha total. Os diálogos são vazios e não fazem a história evoluir em nada, e são excessivos mesmo para os padrões de um JRPG.

Para contextualizar essa afirmação imagine a seguinte situação. Você fala com Kirito, vocês conversam sobre o quanto é interessante você ser um cara de tanta sorte, minutos de diálogos depois ele cita que existem lojas de armas muito boas na cidade. A missão seguinte é ‘’Encontre Kirito na cidade’. Então uma tela de carregamento enorme aparece para que você o encontre. E assim você entra em mais um diálogo gigante. Esse padrão acontece por muito tempo de início. Acredite, muito mesmo. Esse problema continua te irritando durante todo o gameplay, pois mesmo quando o jogo se torna mais fluido e com menos diálogos existem telas de carregamento para tudo.

Para manter o game com artifícios de um JRPG, administrar seus itens, peso, roupas e armas é imprescindível. Porém diferente de um jogo de tiro comum, é necessário gerenciar até mesmo as balas que você usa em cada uma das armas. Isso é algo que se torna chato com o tempo, ainda mais levando em consideração que cada vez que for fazer isso, é necessário passar por mais uma tela de carregamento enorme. Você carrega para ir à missão, carrega para casa quando volta, carrega para ir para a cidade comprar balas, e carrega para ir ao lobby de missões. Por fim, carrega para ir para a missão escolhida.

Conclusão

Sword Art Online: Fatal Bullet  infelizmente não consegue executar com maestria a sua proposta. Ele é ousado em termos, mostrando um híbrido de jogo de tiro com um JRPG de uma obra com uma fanbase gigantesca. No entanto é fraco tecnicamente. Sua história não prende e não motiva e seus gráficos poderiam ser melhores. O game definitivamente é o mais corajoso e com mais potencial em toda a série. Mas parece sofrer com falta de investimento, o que o fez cair no velho cliché dos jogos de animes.

Um jogo que você vai se divertir um tempo, porém não vai entrar para a história, não vai ser memorável, como merece uma obra dessa magnitude. Os fãs merecem e a o legado de Sword Art Online mais ainda. É até um paradoxo levando em conta que Sword Art Online mostra o futuro máximo dos games. Mas sua interação online e seus jogos ainda se mostram tão limitados.

Sobre o modo online, ele é praticamente inexistente dentro do que se espera para um jogo do gênero. O game não permite a exploração livre com amigos e nem mesmo um server lotado de players.

Tenho esperança real de que Sword Art Online: Fatal Bullet se adapte e se torne mais divertido. Como consumidor assíduo da obra, devo dizer que o jogo se limita aos verdadeiros fãs que como citado acima. E eles merecem muito mais do que foi entregue.

 


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