WestWorld: Episódio 1 – Nova série da HBO traz mistérios e conceitos incríveis

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[ALERTA DE SPOILER] – Esse último Domingo (2) estreou no canal HBO, uma das séries mais aguardadas do momento, Westworld. Baseada num filme de ficção científica de 1973 de mesmo nome, escrito e dirigido por Michael Crichton, a série coloca o espectador diante de questões existenciais com o velho oeste como pano de fundo.

Westworld é uma espécie de parque temático, o qual foi criado para que as pessoas interajam com um mundo de ‘mentira’, onde os anfitriões – robôs que possuem uma similaridade absurda com os humanos – povoam e permitem vários tipos de narrativas para os recém chegados – milionários que pagam para desfrutar dessa tecnologia.

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A série intercala entre o parque e a vida real, onde o cientista criador de tudo isso, Robert Ford (Anthony Hopkins), comanda toda essa companhia e começa a ver que sua fábrica de entretenimento começa a trazer resultados duvidosos como o fato dos androides começarem a questionar sua existência.

Brincar de Deus

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O homem, desde os tempos mais primórdios, busca responder os mistérios da vida. Como ela é criada?; Quais são as principais questões a serem respondidas?Deus existe?; Se pudermos, por alguns minutos, entrar dentro da mente do criador do parque temático, pode-se concluir que ele não encara Westworld como apenas um entretenimento, mas sim uma tentativa de criar uma vida que mais se aproxime da humana, gerando assim uma experiência real, de um mundo que poderia, em teoria, ser controlado por ele.

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A série também trata do próprio comportamento humano e como ele age em determinadas situações. Ao adentrar naquele parque temático, os humanos poderão pintar e bordar sem sofrer qualquer tipo de consequência, afinal eles estão pagando por isso.

Algumas das cenas mais interessantes é quando os anfitriões são retirados de seu “habitat” e os colocam em evidência, ora para conserto habitual, ora para tentar entender se realmente há algo de diferente acontecendo com os robôs. Acredito que os androides estão sendo trabalhados pelo cientista com códigos muito avançados a ponto de criar em seus programas, uma espécie de livre arbítrio, e isso pode gerar um motim que trará muitas reviravoltas.

Games – Os jogadores e os NPCs

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Não é a toa que um dos roteiristas, Jonathan Nolan, comparou Westworld a uma mistura de Red Dead Redemption com Bioshock.

No mundo dos games, há um conceito muito conhecido chamado de NPC (Non Person Character), ou seja, personagens dentro do jogo que não são controlados por um jogador, mas que possuem inteligência artificial suficiente para tomar suas próprias decisões. Você pode traçar um paralelo com os anfitriões, os NPC’s, e os convidados humanos, jogadores.

Os paralelos com os games não param por aí. É interessante encontrar em Westworld a ideia do recomeço, como se fosse um checkpoint. Todos os dias você começa a mesma “demo”, e as memórias dos anfitriões são resetadas, porém as escolhas dos personagens e as mudanças de jogadores, diferenciam os acontecimentos daquele universo, onde a história e a narrativa se adaptam de acordo com os elementos variáveis.

A transição entre dois universos

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A ideia do velho Oeste, ambiente muito utilizado em todos os tipos de mídia, traz um charme diferente quando se junta com a ficção científica. Ambos não poderiam ser mais diferentes entre si e essa dualidade nos faz pensar em como essa ponte entre dois assuntos tão distintos é feita. Uma cena em questão, quando uma das protagonistas, a androide Dolores (Evan Rachel Wood), está fora do ambiente velho oeste, um dos funcionários da companhia de entretenimento dá comandos de voz para a robô e um deles pedia para que ela deixasse o sotaque de lado. São essas minúcias que nos fazem transitar de um mundo a outro.

Outro elemento que achei muito interessante é o transporte feito através da música. Em certo momento, ouvimos o piano do Saloon tocar Black Hole Sun (Sound Garden) – em outra ocasião, um assalto ao mesmo local, produzido por ninguém menos que o vilão Hector (Rodrigo Santoro), teve a trilha sonora Paint it black (The Rolling Stones) – ambas tocadas no piano de época. Isso pode nos fazer pensar que as influencias musicais dos criadores podem, quem sabe, atingir os habitantes do parque de alguma maneira.

A revolução das máquinas

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Matrix, Ex Machina, Homem Bicentenário, obras de Asimov em geral e outros títulos que trabalham esse conceito, nos colocam questões importantes para a evolução, como: até onde podemos ir com a tecnologia? Westworld é um mundo criado com robôs que se parecem pessoas, porém os códigos de programação e a tentativa de se chegar a perfeição, podem fazer com que o livre arbítrio seja, de alguma forma, um desejo dessas máquinas. Poderão elas criarem consciência e chegarem num ponto tão absurdo de avanço da programação? Vimos um flerte a esse questionamento quando o suposto pai de Dolores começa a devanear sobre uma vida diferente, a criação e a verdadeira origem de sua existência. É possível também, que a própria Dolores esteja desconfiada de alguma coisa, pois, segundo os funcionários da empresa, ela é a robô mais antiga de todos que estão ali e já “viveu” muita coisa (Mas essa é uma aposta minha, sem explicações concretas).

Um personagem misterioso, vivido por Ed Harris, parece ser uma espécie de Agente Smith, uma anomalia do sistema que planeja desvendar o mistério de sua existência e para isso, ele não medirá esforços para alcançar seus objetivos, deixando um rastro de bruta violência por onde passa.

Destaque positivo para as atuações. Essa série tem um elenco estelar, liderado por Anthony Hopkins, seguido de Ed Harris, James Marsden, Jeffrey Wright e até mesmo nosso querido Rodrigo Santoro, portanto podemos esperar grandes cenas daqui pra frente.

Concluindo, Westworld me conquistou de primeira, misturando dois universos que sou fã de carteirinha, Velho Oeste e Ficção científica, aliado a questões bacanas sobre humanidade e violência respeitável e muitas intrigas. Acredito que a HBO fará um excelente trabalho e Westworld tem o potencial para alcançar as séries mais importantes da atualidade.

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5 respostas

  1. Só uma correção: o personagem do Ed Harris é um dos “clientes” pq ele não pode ser ferido pelo personagem do James Marsden e por ele ter comentado que já gastou muito dinheiro na atração.

    1. E aí cara. Obrigado por participar e nos acompanhar. Sim, talvez eu não tenha sido claro, mas nessa parte do texto tava fazendo comparativos e referenciei o comportamento do personagem. Mas você tem razão, eu dei a entender que ele não era um convidado. My bad

  2. Assisti o primeiro episódio e ele é magnífico um grande trabalho do Jonathan Nolan na direção (que me lembrou mt a direção do Cristopher Nolan), a trilha sonora é genial, não tenho palavras para definir o esplendor dessa série, tomara que mt assistam para que ela não possa ser cancelada.

  3. Assisti nesse final de semana e, sem sombra de dúvidas, Westworld, pelo episódio piloto, parece ser uma das melhores coisas da ficção científica que já apareceram na TV desde Battlestar Galatica e Lost. Trazendo aquilo que de melhor existe na ficção científica, que são as discussões morais, éticas e filosóficas por traz de todo o enredo, essa trama de Nolan/Joy/Abrams tem muito ainda a nos mostrar!!! Simplesmente fantástico!

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