[ALERTA DE SPOILERS] – Nos dois episódios anteriores vimos o mundo fantástico que é o parque temático de Westworld. Soubemos um pouco dos conceitos das criaturas e dos criadores, de como eles interagem e os fazem responder aos comandos e principalmente, qual é o verdadeiro papel dos robôs (anfitriões) e dos convidados humanos que chegam ao local.
Confira aqui as críticas do Episódio 1 e Episódio 2 de Westworld
Em Westworld, os mistérios estão espalhados por todos os lugares. Intrigas entre os funcionários, comportamento duvidoso de alguns robôs e alguns eventos que pareciam coincidências desconexas, parecem fazer parte de algo maior.
Defeito ou consciência?
Uma das coisas que mais chama a atenção desde o início da série, são algumas atitudes dos robôs que não parecem estar no script. A princípio elas pareciam um problema simples de uma atualização, mas com o tempo, o comportamento dos envolvidos com os bastidores nos levam a crer que algo os está os estimulando a agir dessa maneira.
Um dos principais engenheiros que cuida dos programas dos robôs, Bernard (Jeffrey Wright), mantém encontros suspeitos e secretos com a “mocinha” da narrativa, Dolores (Evan Rachel Wood). A cada conversa, percebemos que o engenheiro pretende algo incomum com aquele androide e não sabemos se está bem ou mal intencionado.
Um dos fundadores do parque, Robert Ford (Anthony Hopkins) também começa a ter atitudes estranhas, ao questionar um dos principais personagens das narrativas do parque, Teddy (James Marsden), pedindo para que ele se prepare para sua nova ideia, que ainda permanece desconhecida para a maioria dos funcionários, assim como para nós espectadores. Porém o que nos chama a atenção é uma das falas de Ford, o qual revela que ele quer que a verdade seja mais presente.
Eventos que, até então, pareciam isolados, mostram que muitos robôs podem estar acessando as memórias de “vidas passadas”, ou seja, seus personagens anteriores ao velho oeste. Como no Saloon, onde um anfitrião mata alguns outros de sua espécie e “coincidentemente” são robôs que, em histórias passadas, eram seus inimigos.
As mudanças no País das Maravilhas
Um dos pontos cruciais desse episódio, foi a leitura que Bernard fez para Dolores de um trecho de Alice no País das Maravilhas. É interessante você pensar que alguns pontos entre a história do autor Lewis Carrol e de WestWorld se entrelaçam, principalmente para nós espectadores. A história de Alice não se trata apenas da aventura da garota, mas sim de grandes conceitos envolvendo a realidade, moral e valores.
Se pudermos perceber, a distinção da realidade fica distorcida para muitas das pessoas que vão ao parque e que, sem dúvida nenhuma, afetam aos funcionários. Ainda na cena em que Bernard conversa com Dolores, uma questão levantada pelo engenheiro nos faz pensar e, na minha opinião, será a diretriz dos próximos episódios e guiará a personagem, a qual indaga a personagem se ela gostaria de questionar as coisas que estão a sua volta ou seguir seu papel linearmente. Após essa cena, vemos um comportamento completamente distinto, fazendo com que a personagem desvie de seu caminho habitual e comece a agir por conta própria.
Mais perguntas do que respostas
Que Westworld é super interessante, isso não há dúvida, mas se tem algo que eu tenho receio são os milhões de mistérios soltos, correndo o risco de não significarem algo plausível. Em certos momentos da série, você, eu, o espectador no geral, se sente perdido, mas não se engane, esse sentimento é muito bacana, pois você sabe que será recompensado em algum momento.
De qualquer maneira, enigmas e mistérios são adicionados a cada capítulo, mas nada ainda está dedicado a explicar qualquer um d eles. Vimos o comportamento diferenciados de certos androides, a nova ideia de Ford para uma narrativa envolvendo os índios apresentados no episódio anterior, a citação da ideia da consciência da máquina, androides desenhando constelações, heróis, vilões, aventuras – tudo isso precisará fechar algumas pontas em breve, portanto aguardaremos ansiosos pelo próximo capítulo.
