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Análise | Distortions é uma incrível jornada em meio aos monstros de nossa memória

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Distortions é um jogo brasileiro ganhador de diversos prêmios antes de seu lançamento. E cada um deles foi merecido. O jogo te leva para uma incrível jornada através de memórias e o quanto elas podem te enganar.

Distortions e a garota com a capa de chuva amarela

Uma mulher acorda em um mundo estranho com diversas cores e ambientes distorcidos. Ela está vestida com uma capa de chuva amarela e com poucas memórias de quem é. Pouco tempo depois ela encontra um violino e usa sua música para moldar o mundo ao seu redor. Ela tem o objetivo de despertar um monstro gigante, pois acha que com isso conseguirá se libertar deste mundo.

Liberdade é uma palavra-chave em Distortions. A protagonista busca superar uma lembrança muito forte do fim de um relacionamento. Lembranças podem ser dolorosas, e o jogo entende isso. Os criadores mostram através de uma grande metáfora o quão difícil é deixar o passado para trás e seguir em frente. Sombras a todo lado te lembram dos lugares escuros que já estivemos em nossas vidas.

Esses medos são simbolizados por criaturas feitas de trevas que vestem máscaras de madeira. Elas permeiam as diversas dungeons do jogo. Esses calabouços compõem o desafio do game e todos eles apresentam grande momentos de tensão. Todos os obstáculos são muito variáveis e brincam com a capacidade de improviso dos jogadores. É um jogo que a primeira vista, parece ser composto por puzzles, mas logo se mostra dinâmico e cheio de ação.

Ao longo da aventura vamos descobrindo pouco a pouco a história da garota, e vamos criando empatia. Muitos seres humanos adultos já passaram por diversas situações desagradáveis ou, até mesmo, traumáticas. O jogo reconhece isso e mostra através de sua história que essas lembranças podem ser superadas. Despertar e enfrentar os “monstros” de nossas mentes fazem parte deste processo.

O mundo de Distortions é uma obra de arte

A arte escolhida para compor os cenários do game saltam aos olhos. Cheio de cores quentes no mundo fora das cavernas. Os ambientes são distorcidos e desafiam as leis da física. O sol permanece fixo, como se o tempo estivesse parado no local. As dungeons contrastam muito com esse ambiente. Cores como azul, preto, verde e roxo são predominantes nesses ambientes fechados. Isso aumenta a sensação de claustrofobia e a necessidade de sair logo desses lugares.

Para aumentar o sentimento de urgência, as criaturas que podem te matar ficam apenas nesses ambientes. Isso deixa os jogadores ainda mais cautelosos ao explorar esses locais. Mesmo com toda a carga negativa, um detalhe interessante sobre as dungeons é que sempre há um ponto onde entra alguma luz. Sempre vemos em algum momento, no fundo das trevas dessas cavernas, uma luz no fim do túnel. Isso gera um sentimento de esperança, de que as sombras estão acabando e que estamos quase voltando para fora. Assim como quando tentamos superar memórias ruins.

Música molda a realidade

A música é o elemento-chave para explorar o mundo de Distortions. A garota usa um violino para criar barreiras, luz e pontes para alcançar seus objetivos. E mesmo com as notas do violino, a trilha sonora do jogo brilha o tempo todo. Sons de violão e músicas compostas exclusivamente para o game são agradáveis aos ouvidos. Os momentos de tensão também possuem sua trilha acelerada que te faz correr ainda mais. O trabalho realizado com a sonoplastia e a composição do game é fantástico e imersivo.

Em vários momentos, principalmente no derradeiro final, a trilha sonora de Distortions deixa tudo ainda mais épico.

Algumas notas desafinadas

Os controles do jogo são um pouco imprecisos e travados. Muitas vezes a protagonista precisa correr em uma direção diagonal e os comandos acabam atrapalhando o percurso. Por diversas ocasiões é possível morrer devido uma câmera defeituosa ou algum defeito com o ambiente.

O jogo ainda precisa ser bem polido e apresenta alguns problemas de otimização. Desde o seu lançamento tem recebido pequenas atualizações constantemente. Mas mesmo assim problemas acabam surgindo, até mesmo obrigando o jogador à fechar o game e abrí-lo novamente.

Uma orquestra prazerosa de sons e experiências

Distortions pode ter seus defeitos na parte mecânica, mas apresenta uma experiência única. Explorar os medos e os aspectos mais trevosos da vida adulta acaba por ser algo arriscado. Os resultados podem ser estereotipados ou exagerados, mas aqui a Among Giants consegue fazer tudo de maneira meticulosa. Distortions conquista os jogadores através de sua simplicidade e por sua maneira de mostrar a superação de uma lembrança ruim.

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Felipe Theophilo

Aparenta ser um jornalista comum, mas foi picado por um livro de RPG quando criança e desde então nunca mais foi o mesmo. Procura passar o tempo livre torturando seus jogadores na mesa ou explorando algum jogo na biblioteca.

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