Análise | My Friend Pedro é insano e divertidamente esquisito

My Friend Pedro consegue ser tão divertido quanto é “estranho“

Apesar de estar abaixo do radar popular, My Friend Pedro conseguiu captar uma certa atenção relativa desde que foi anunciado pela Devolver Digital. O game foi disponibilizado hoje (20), com versões para PC e Nintendo Switch.

Nós do Combo Infinito contamos o que você pode esperar dessa aventura insana e… Talvez confusa?

O jogador, muitas armas, e uma banana falante

A princípio, a trama de My Friend Pedro parece simples. O protagonista acorda desnorteado e, sem mais nem menos, começa a conversar com uma banana. Após um bate papo com seu novo amigo, o personagem já está apto a trilhar uma jornada em busca da verdade. Neste caso, a trama se baseia em descobrir o que ocorreu antes de você ter sido nocauteado e jogado na sarjeta.

Sendo assim, Pedro (a banana) e o protagonista seguem em uma cruzada desenfreada atrás de respostas. Casualmente ambos enfrentam vilões diferentes ao longo do caminho caminho.

A princípio a história é confusa, e poucos fatos realmente fazem sentido. No caso deste game, é mais do que necessário o jogador finaliza-lo para entender tudo que ocorreu durante sua jornada. Infelizmente, em determinados momentos, tudo parece muito confuso. E inclusive, durante boa parte do jogo, é incerto o porque de termos uma banana como guia no meio disso tudo.

O melhor do estilo Matrix

Mas se por um lado a trama pode te deixar confuso, por outro a jogabilidade pode cativa-lo a se manter jogando.

Em suma, My Friend Pedro é um shoot’em up frenético que faz jus á essência de seu estilo. Além de várias armas insanas – e a possibilidade de arremessar skates e partes corporais nos inimigos – o título também contribui positivamente para a experiência através de mecânicas diferentes. Dito isso, o jogador pode liberar sua criatividade na hora de confrontar os inimigos, tendo em vista que as múltiplas formas de execução são o ponto alto do game.

Sendo assim, com o passar do tempo, você se habitua com o cenário e aprende a utiliza-lo da melhor maneira possível – em prol de aniquilar os oponentes.

Outro grande fator que auxilia o combate certamente é a presença do Slow-Mo. Esse efeito também conhecido como Bullet Time permite que o jogador realize acrobacias e desvie do fogo inimigo da maneira mais estilosa possível. No entanto, é preciso tomar um certo cuidado para não exagerar na dose, pois até mesmo uma habilidade como essa, utilizada no momento errado, pode prejudicar o personagem. Contudo, em confrontos acirrados e locais recheados de inimigos, esse é um dos melhores recursos para se ter por perto.

Mas nem tudo se resolve com balas e explosões

Apesar dos tiroteios e ação desenfreada ser o grande forte de My Friend Pedro, o game também necessita de um certo raciocínio lógico em determinados momentos. Em situações onde o número de inimigos é escasso, o próprio cenário se torna seu adversário.

Existem diversos momentos onde ações precisas e movimentos calculados serão muito mais viáveis do que força bruta. E inegavelmente existem situações onde a paciência pode determinar o sucesso ou derrota. Neste conceito, My Friend Pedro exibe um bom equilíbrio entre ação e solução de enigmas ao longo da campanha.

Problemas? O que é isso?

Evidentemente não há como não se perguntar se My Friend Pedro possui defeitos. Em meio a tantos elogios, será que ainda resta espaço para crítica negativa com relação ao título?

Com certeza.

Os problemas de My Friend Pedro existem, mas sinceramente são pouco evidentes e facilmente ignoráveis. Temos como exemplo o fato de não haver uma gama maior de oponentes para enfrentar, e no fim das contas você vê modelos repetidos em todas as áreas. Em determinados momentos, o próprio cenário também pode dificultar a vida do jogador em um confronto. E isso sem mencionar a dificuldade que há em utilizar a mira de forma adequada quando o momento pede por uma abordagem mais estratégica.

Contudo, ressalto que esses são problemas fáceis de se ignorar.

Ambientação louvável e digna de menção

MFP não se trata de um jogo com alto orçamento voltado para o deleite visual, mas possui seu mérito. Em termos de ambientação, cada área é muito bem feita, arremetendo o tema que o cenário transmite.

Por exemplo, em determinado momento enfrentamos nerds raivosos em um esgoto. A trilha sonora é tomada por uma composição que faz alusão a jogos antigos – como fliperamas dos anos 90 – enquanto os oponentes estão bem caracterizados de acordo com o conceito desse nível. Consequentemente, existe uma sintonia entre ambiente, trilha sonora e até mesmo aspecto visual, e tudo isso forma uma engrenagem que funciona muito bem do começo ao fim.

Veredito

My Friend Pedro possui uma trama confusa, e se você desiste da jornada na metade do caminho, ficará sem entender o que realmente estava acontecendo. Fora isso e alguns problemas ocasionais por conta do cenário ou dos comandos, o título é garantia de diversão.

Basicamente MFP se consagra como um dos melhores shoot’em up desta geração, mas é muito mais do que isso. A união entre tiroteio frenético e lógica em situações inusitadas formaram uma experiência bem executada. Sendo assim, o título faz valer o tempo do jogador da melhor maneira possível.