Crítica | Atômica traz aventura explosiva, cheia de ação e porrada aos cinemas

Charlize Theron, vencedora do Oscar, protagoniza o filme Atômica interpretando a agente Lorraine Broughton, uma espiã que precisa ir até Berlim em busca de um documento de altíssimo valor que poderia aumentar ainda mais o tempo que a Guerra Fria viesse a durar, mas ela também tem um envolvimento pessoal com a missão que pode alterar a maneira com a qual ela interpreta e lida com toda a situação. Atômica é um jogo de gato e rato que possui um ritmo diferente dos filmes que estamos habituados a ver, com muita ação, mas também momentos em que as cenas sem nenhum diálogo podem representar muito para a narrativa.

Vale lembrar que Atômica é um filme baseado no livro lançado em 2012 do autor Antony Johnston e Sam Hart, chamado “The Coldest City“. O livro será lançado no Brasil com uma versão especial chamado Atômica: A Cidade Mais Fria, no começo de setembro, muito por influência do filme que deu vida a história do livro no cinema.

Ação, lutas, tudo que a gente gosta

Atômica tem muitas coisas que chamam a atenção do público geral, que gosta de filmes explosivos, cheios de ação e luta, mas consegue fazer tudo com uma qualidade muito ampla. Com uma trilha sonora incrível, que vai desde Queen, Goerge Michael, Duran Duran, Led Zeppelin e tantos outros nomes de peso, Atômica cria um clima de suspense e desconfiança que uma das falas iniciais, que diz “não confie em ninguém”, ecoa durante todas as quase 2 horas de filme. Lorraine – Loira Atômica – é nervosa, destemida, cheia de recursos e usa absolutamente tudo que há ao redor dela para conseguir derrubar qualquer um que apareça em seu caminho. O clima de Atômica se assemelha com a franquia Bourne, 007 e com tantos outros filmes de espionagem, mas traz elementos próprios o suficiente para ser visto como algo quase que totalmente novo, mesmo que não seja tão profundo e dramático como os citados acima.

A missão que ela tem é praticamente impossível, e para isso ela conta com um comparsa que há muito tempo vive em Berlim, e é aí que entra a figura de James McAvoy. Juntos eles devem encontrar uma maneira de alcançar o objetivo e encontrar o valioso documento ou proteger quem o possui. Basicamente, a história que existe no filme serve de plano de fundo para criar cenas icônicas e sensacionais, de muita ação, porrada e sangue. Espere também por traições, sexo e todo o clima noturno de Berlim, com muita Vodka e gelo.

Visual incrível

Um dos detalhes mais importantes de Atômica é a fotografia que o filme traz, aproveitando muito bem a beleza de Charlize Theron, que com seus 42 anos simplesmente arrebenta no papel da calculista Lorraine. Com closes em seu rosto, nos inimigos, no cenário, com o uso da fumaça do cigarro que os personagens tanto consomem durante o filme, mas que aqui serve de recurso para criar um clima denso, tudo funciona perfeitamente e ajuda a manter o espectador grudado no que está por vir.

Nas lutas também temos ângulos de câmeras que ajudam a deixar tudo mais verdadeiro, os gritos de Lorraine e dos pobres coitados que aparecem em sua frente também convencem e é impossível não se empolgar com a coreografia dos combates – o que me fez acreditar ainda mais que Os Defensores da Netflix errou feio e rude neste quesito. A porrada realmente come solta e é o grande chamativo do filme.

Realmente é quase impossível não gostar de Atômica. O clima denso, personagens interessantes, roteiro cheio de boas ideias e reviravoltas entregam um daqueles filmes que criam uma sensação boa no espectador, de que valeu a pena. O universo de Atômica é ótimo e a personagem é mais ainda, o que pode render mais filmes no futuro. Sem dúvida alguma um filme mais do que recomendado!