Não há um ser humano na Terra que não tenha ficado empolgado com o trailer de Thor Ragnarok. A aparição do Hulk, a briga de Thor com o verdão, a semelhança com Planeta Hulk. Na verdade tudo acabava girando ao redor do fato do personagem de Mark Rufallo estar presente no filme. Mas conforme novos detalhes foram surgindo, como a aparição de Hela e a destruição do Mjolnir, a sensação que ficava era que finalmente a Marvel estaria acertando em cheio com um filme do herói asgardiano.
Nós fomos convidados pela Disney e Marvel para assistir Thor Ragnarok bem antes do lançamento. Chegou finalmente a hora em que podemos falar tudo que achamos do filme. Mas adianto: o trailer fez muito bem o seu papel de chamar a atenção.
Guardiões da Galáxia?


Os dois primeiros filmes não foram tão fieis ao que os quadrinhos da Marvel nos apresenta, mas foram o suficiente para inserir o personagem nos Vingadores. Toda a mitologia Nórdica, os poderes de Odin e os perigos de Loki estavam lá. No entanto, a postura de um deus e as falas de efeito que Thor possui nas HQs foram deixados de lado. Não é uma escolha ruim, mas tirou um pouco do potencial que o personagem poderia ter. Em Thor Ragnarok não é diferente e continuamos seguindo a mesma linha. Mesmo com toda a ideia de destruição de Asgard por parte de Hela, Ragnarok talvez seja o filme mais “felizão” de Thor até agora.
Fica claro que a Marvel tentou encaixar o estilo artístico e ritmo deste terceiro filme do filho de Odin em algo próximo ao que vemos em Guardiões da Galáxia. Trilha sonora muito boa, piadas pra todos os lados. Existem tantas piadas que chega um momento que começamos a tentar adivinhar qual será a próxima cena “a lá” Trapalhões que vai ocorrer. O filme é engraçado, tem grandes momentos, mas exagera tanto na dose que não se leva a sério. E olha que quem lê os quadrinhos do herói sabe que tudo ao redor de Thor é melancolia. Um ser tão poderoso que não consegue evitar tantas tragédias. Se a Marvel não leva Thor a sério, quem levará?
E não estou reclamando dos filmes da Marvel serem mais “alegres”, longe disso. Guardiões da Galáxia faz isso com maestria e se destaca justamente pela comédia praticamente perfeita. Mas em Ragnarok perderam o freio.
HULK ESMAGA! Mas pode esmagar mesmo?


O artigo continua abaixo
Outro detalhe interessante é a mudança visual de Hulk, que desta vez é Mark Rufallo verde e gigante, tamanha a semelhança com o ator. Ele ficou mais natural com essas mudanças, mas perdeu um pouco de sua aparência violenta. Ele parece agora aquele amigo gigantão da escola que é desajeitado e esbarra em tudo. O personagem tem grande importância na história e no ritmo do filme. Porém, ao entrar no universo do Thor, ele come palhacitos e fica tão engraçado quanto os demais. Há novamente, grandes momentos de diversão com essa mudança repentina de personalidade do Hulk. Mas há um exagero tremendo e desnecessário. Isso até me fez pensar estar assistindo a um filme da Marvel em um universo paralelo ao dos Vingadores e aquele Hulk desenfreado do primeiro filme.
Fãs da Marvel querem ver Hulk esmagando, sem pensar. O Verde Esmeralda é assim, meio maluco e acha que pode com todo mundo e o que vemos em Thor Ragnarok é bem distante do que poderíamos ter imaginado. Novamente não é totalmente ruim, mas tinha um potencial tão grande ter Hulk no universo de Thor, que ele fica meio de escanteio e isso decepciona. Ao menos a batalha previamente mostrada nos trailers entre dois heróis é muito boa, ao ponto de ser memorável.
Hela, a deusa da Morte


Os novos personagens de Thor Ragnarok fazem bonito. Hela é destaque do início ao fim de sua participação no filme e Cate Blanchett caiu como uma luva para o papel. A atriz está soberba, linda, cheia de postura e domina a cena sempre que aparece. Sabe o que acaba estragando as vezes em suas falas? As piadas. Até Hela pega o microfone do stand up e vez ou outra solta uma piadinha infame. Mesmo assim, a deusa da Morte mostra que realmente é perigosa e não tem como não ficar impressionado com seu poder.
Temos outros personagens bem legais, desde a participação de Doutor Estranho até o sempre impecável Antony Hopkins. Tessa Thompson também tem um papel importante no filme, e ela carrega fácil a responsa nas costas. Tom Hiddleston sempre muito bem de Loki retorna ao papel, mesmo que toda vez a Marvel tente fazer dele um sidekick do Thor. O personagem é muito mais importante que isso e já se foram 3 filmes e nada dele realmente incarnar a malevolência. Definitivamente Loki não ser tão legal quanto poderia não é culpa do ator, é da direção que a produção dos filmes vem dando às histórias dos asgardianos.
Conclusão


Não é nada fácil trabalhar com um filme onde existem super heróis, Hulk e entidades mega poderosas no espaço. Mas o Universo Cinematográfico da Marvel já alcançou um nível onde isso deveria ser tirado de letra. Hoje há um estigma de que os filmes baseados em quadrinhos precisam ser engraçadões e isso vem cansando. Thor Ragnarok trata de um momento extremamente delicado na história do filho de Odin e ainda assim não há drama e profundidade. É mais um filme do Thor, que assim como os dois primeiros, fica abaixo de toda a expectativa e dos demais longas produzidos pela Marvel.
Chega a ser um desperdício, uma vez que o universo de Thor é muito rico e com personagens excelentes. Mas não entenda errado, Thor Ragnarok não é um filme ruim. Ele só não está a altura da expectativa que criou e das demais obras do universo que o rodeia. A comparação não é apenas com os quadrinhos, mas com tudo que a casa das ideias vem fazendo no cinema. Após tantos filmes, será que é a hora de tomar alguma direção diferente? Vocês podem me dizer nos comentários.
O artigo continua abaixo