Análise | Devil May Cry V tem tudo que a franquia tem de bom e um pingo de ousadia

Compartilhe

Devil May Cry V parecia um sonho, mas agora é real! Mais de 10 anos depois, uma das maiores franquias do mundo dos games está de volta. Mas claro que essa conta está correta se ignorarmos DMC, o jogo da Ninja Theory em parceria com a Capcom. Ao tentar reiniciar a franquia a Capcom não somente se viu presa em Dante (o do cabelo branco), mas também em toda a história que havia criado até ali. Os filhos de Sparda não seriam o suficiente apenas como pano de fundo de uma nova história, em uma nova era e com novos personagens. Eles precisariam ser os mesmos filhos de Sparda, dando sequência aos eventos que vimos até Devil May Cry 4.

Assim nasceu Devil May Cry V, que se passa vários anos após o quarto game e a chegada de Nero. Já faz tempo que a Capcom pensa em levar a franquia para outros caminhos, e ele foi uma tentativa de criar um novo protagonista. A criação de Nero foi um grande acerto na saga de DMC, ainda mais pelo fato de ele possivelmente ter uma ligação com Vergil. Logo, ao trazer Dante, Nero, V e o recém anunciado Vergil, Devil May Cry V faz uso de tudo que foi criado na franquia até agora, para quem sabe, criar o mais completo dos DMCs até hoje.

Um novo mal em Devil May Cry V

- PUBLICIDADE -

Embora a própria Capcom tenha entregado muitos detalhes da história durante tantos meses de divulgação de Devil May Cry 5, ainda existem muitas surpresas. Mas entenda que tudo parte do seguinte: um novo demônio está acabando com a vida como conhecemos. Se alimentando do sangue das pessoas, ele aumenta o seu poder. Seu nome é Urizen e para pará-lo, V (um novo personagem), contrata Dante. Ao mesmo tempo, Nero e Nico se veem no olho do furacão após um desconhecido arrancar o braço demoníaco de Nero.

Então o jogo nos apresenta seus personagens conforme avançamos na história. Ainda que Nero parecesse ser o grande protagonista, ele divide este fardo com Dante e V. Todos eles possuem interesses diferentes para com o novo demônio Urizen, embora o jogo não esconda que Urizen possa ser algo ainda maior. Assim, a história é contada com diversos flashbacks e flashfowards em uma narrativa curiosa que funciona muito bem. Me vi preso a história em todos os momentos, sempre curioso para saber o que mais a Capcom estava escondendo.

- PUBLICIDADE -

Jogabilidade frenética, Rockeira, REDONDINHA!

Se há algo que sempre deixa os fãs de Devil May Cry contentes é a jogabilidade. Conhecido por seu Hack ‘n’ Slash frenético, a franquia foi uma das propulsoras do gênero, algo como um beat ‘em up com espadas. Com músicas insanas, inimigos perigosos e muito desafio, dominar tudo que o personagem podia fazer leva tempo e dedicação. Saber usar cada golpe em cada inimigo também. E isso se multiplica em Devil May Cry V. Sobretudo agora que temos três personagens distintos, cada um com sua forma de jogar.

Logo, quem vem de longa data acompanhando as aventuras de Dante e posteriormente de Nero, sabe o que esperar. Muitas armas, combos, rankings, efeitos, um show! Contudo, agora o game tem um tom muito mais realista graças a RE Engine, o mesmo motor gráfico de Resident Evil 7 e do Remake do 2. Devil May Cry nunca foi tão bonito, principalmente nos combates. É um primor gráfico. Mas para entender melhor como é a jogabilidade de Devil May Cry 5 temos que falar de cada um dos personagens separadamente.

Nero – O Caçador Infernal

Quem jogou Devil May Cry 4 sabe que Nero tem tudo que gostamos em um personagem de DMC. Cabelos brancos, atitude, sobretudo vermelho, e ainda vinha com um braço demoníaco. O cara até lutou com Dante logo nos primeiros momentos do game. Mas agora ele está bem diferente. Com cabelos curtos, com a cara do protagonista do finado Scalebound, Nero não tem mais seu braço tinhoso. Contudo, ele tem Nico e suas invenções, capazes de criar grandes oportunidades de combate. Cada braço tem uma função diferente, poderes distintos e finalizações nervosas. Então, caberá ao jogador testar cada um deles e sentir qual é melhor para seu estilo de jogo.

Assim, Nero traz grandes variações de combates, usando sua espada, suas armas de fogo e vários combos. Ele é de certa forma parecido com o que víamos em DMC 4, mas com a grande diferença dos braços mecânicos de Nico, uma grande adição ao jogo. É com certeza um personagem bem dinâmico e a jogabilidade com ele é insana. Mas o melhor estava por vir.

Dante – O Lendário Caçador Infernal

Quando o jogo nos permite escolher Dante a coisa muda muito. Embora Nero seja divertido, Dante traz exatamente tudo que conhecemos de DMC de volta. Inclusive várias de suas armas clássicas que farão os fãs chorarem. Enquanto Nero vai ficando cada vez mais rabugento na história, o Filho de Sparda se mantém o alívio cômico, com um texto impecável por parte dos roteiristas. E claro, uma maneira muito única e completa de se jogar.

Além de podermos escolher os estilos de jogo com Dante, que vão desde uma defesa insana, uso mais aguçado de espadas, de armas de fogo ou esquiva, ele também traz a maior quantidade de armas de curto alcance do game. É impossível jogar apenas de um jeito com Dante. Sobretudo pelo fato de que ele vai evoluindo constantemente. Não demora para o game deixar mais poder na mão do jogador. Dante é responsável pelo novo, pela nostalgia e serve de pilar para Devil May Cry V. Misturar os combos de sua espada com seu estilo de luta chamado “Balrog” (fazendo uso de golpes corpo a corpo), com sua moto maluca demoníaca e outras armas surpresas, é algo extremamente divertido e agradável. Logo uma coisa fica clara: os inimigos são perigos, mas Dante é muito mais.

V – O Misterioso

Além de ser o maior mistério dentro da história de Devil May Cry V, V também traz um estilo de jogabilidade muito diferente. Como mencionamos em nosso preview, ele é capaz de adicionar um estilo de luta inédito em um Hack ‘N Slash, o de ataque a distância. Como seu corpo é frágil, V faz uso de demônios para atacar os inimigos. Embora eles estejam ali para ajudar o jogador a avançar na história, a existência deles tem uma ligação muito forte com o passado da franquia e com Dante. E o melhor: o jogo trata de evidenciar tudo isso.

Sombra, Griffon e Pesadelo são responsáveis por atacar os inimigos, enquanto que com V o jogador precisa tomar cuidado para não ser atingido. Sua mobilidade não é das melhores e definitivamente V não nasceu para ser um protagonista de um DMC. Ele vai de encontro com tudo que sabemos deste gênero. Mas a Capcom conseguiu fazer isso funcionar de um jeito muito especial.

O combate com V vira uma loucura na tela, com muitos raios, explosões e afins. Até chega uma hora que dá uma cansada jogar com ele, pois não há tanta variação. A não ser que o jogador esteja MUITO concentrado. Mas no final das contas ele só vai ser um “smashing button” se o jogador não quiser tentar nada mais avançado com a jogabilidade de V.

Os cenários de Devil May Cry 5

O novo Devil May Cry nos mostra cenários que variam de urbanos até o submundo. No urbano temos um cuidado incrível com os detalhes. Já no submundo isso varia bastante. Temos cenários realmente amedrontadores, o que me faz crer que se o submundo for da maneira que DMC V nos mostra, certamente eu não iria querer estar lá.

Mas o problema é que estes cenários começam a se repetir demais, mudando apenas alguns tons de cores. Quando você menos percebe, vê que, se o jogo tivesse um pouco mais de variação nos cenários, poderia ter um resultado final quase perfeito. Mas há outra coisa que me incomodou um pouco. Já são 10 anos desde DMC 4 e Devil May Cry V segue exatamente a mesma ideia no que diz respeito a progressão dos cenários. Não há muita liberdade, você acaba tendo que ir só para frente, com cenários no formato de corredor. Vejo um potencial desperdiçado ao não termos mais cenários abertos, como a luta contra o Golias no começo da campanha de Nero, a mesma que figurou nas demonstrações do game.

Embora estes problemas tenham me incomodado, não são nada graves diante da qualidade do game. A Capcom fez uma escolha de não tentar reinventar a roda, mas sim fazer com que ela continue girando. Não é um game para mostrar para onde Devil May Cry vai agora em termos de mecânica. A ousadia ficou por parte de V e da história, não do resto. Não é algo passivo de punição, mas sim de crítica construtiva para o futuro da franquia.

Um jogo que já faz história

Devil May Cry V não é apenas um jogo novo. Ele é o retorno de uma franquia adorada, que tem fãs que choram com um novo trailer. A sua história coloca um ponto final na guerra dos Filhos de Sparda e reascende a chama da agência Devil May Cry para que mais possa ser feito no futuro. Nero se firma como um personagem importantíssimo da saga e o futuro parece brilhante com a RE Engine, capaz de criar praticamente qualquer jogo com um primor técnico fora de série.

Não há como jogar Devil May Cry V e não ficar empolgado. Não querer fazer os rankings S, SS ou SSS. O fator replay é altíssimo, uma vez que o jogo não te deixa largar dele mesmo depois que você fecha a história pela primeira vez.

Definitivamente é o melhor Devil May Cry para mim, e tenho certeza que muita gente vai concordar comigo. É realmente IMPERDÍVEL! A nova Capcom não somente mostra atitude, como já tem de volta e com força duas de suas maiores franquias em altíssimo nível.

Novamente, o futuro parece BRILHANTE.

 

Compartilhe

LIVES

TODOS OS DIAS

O melhor conteúdo do mundos dos Games para você! São LIVES diárias com os melhores jogos de luta, Últimos Lançamentos, Notícias, Temporadas da “Guerra das Torres (Mortal Kombat)” e da “Guerra das Ruas (Street Fighter)” com os melhores players do momento e muito mais! É só colar e mandar aquele “Salve”