Análise | Q.U.B.E. 2 sacia nossa falta de jogos de puzzles com respeito

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Lembro da minha primeira experiência com jogos de puzzle. A primeira vez que joguei Portal, era tão diferente, divertido e inovador sair de ambientes esquisitos e misteriosos lotados de quebra-cabeças. Depois do lançamento de Portal 2, não tivemos nada do mesmo gênero que fosse possível transmitir o mesmo sentimento. Neste caso, cabe as produções independentes trazerem e aproveitarem esse momento em que falta novos games de puzzles. Q.U.B.E. 2 é o nome do título que nos salva nesta geração. A franquia teve sua estreia em 2014 e chamou a atenção do público com suas semelhanças ao game da Valve. Cenários modernos e misteriosos com puzzles altamente desafiadores e mecânicas únicas, logo mais atraiu os olhares dos fãs do gênero. Para nossa alegria, o game foi um sucesso e sua sequência foi finalmente lançada.

Q.U.B.E. 2 não deixou seu legado para trás e trouxe seu diferencial. A mecânica de interação de objetos do cenário (em outras palavras, blocos) com base em sua cor. Enquanto no jogo da Valve, tínhamos a Portal Gun, aqui deveremos resolver os quebra-cabeças utilizando os diferentes blocos no cenário, onde cada um possui uma utilidade. Será que Q.U.B.E. conseguiu evoluir o suficiente para garantir o mesmo sucesso do primeiro game? Confira a resposta na análise completa abaixo!

Mantendo a originalidade

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Se tem algo que me deixou feliz em Q.U.B.E. 2, foi o fato da Toxic Games não ter deixado os aspectos originais do seu jogo de lado. Assim como muitos títulos que acabam se perdendo na moda e deixando um “legado” para trás. As luvas manipuladoras de cenário retornam, mas com alguns ajustes e mudanças. Desta vez, além de manipular o cenário, ela é capaz de atribuir cores a locais determinados. Cada cor realiza uma ação, sendo no total “quatro” cores:

  • Vermelho: Blocos em vermelho permitem que você o puxe. Podendo utilizar para empurrar, segurar e levar determinados elementos.
  • Azul: Qualquer objeto (ou o protagonista) que entrar em contato com a superfície, será lançado a uma longa distância.
  • Verde: Faz ‘respawnar’ um cubo do local cuja cor foi aplicada. Uma das cores mais utilizadas na realização dos quebra-cabeças.
  • Amarelo: Apesar de ser referenciado como cor amarela, você não a manipula ativamente pela luva. Se trata de uma função passiva que passará a te permitir utilizar as cores (vermelho, verde e azul) em diversos locais simultaneamente.

No primeiro game, os locais interativos já possuíam a cor definida, ou seja, um bloco vermelho tinha que ser vermelho, você não podia alterar a cor daquele respectivo bloco. Contudo, o segundo game trouxe mais desafio, porque nenhum dos locais que você pode interagir possui uma cor definida, quem define ela é você! Isso aumenta relativamente a dificuldade para o jogador, já que ele precisa “estruturar” e “raciocinar” onde cada cor deve ficar.

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Novos elementos de puzzle

Q.U.B.E. 2

O game possui diversos outros elementos que serão implementados a longo prazo para deixar tudo mais complexo. Entre eles, o imã, que é possível segurar um cubo ou lançá-lo para uma média ou longa distância (a velocidade em que o cubo entra em contato com a superfície define a distância a ser lançado). Existe também um fluído preto que faz com que cubos se tornem escorregadios e flamejantes, caso entre em contato com fogo (também é outro elemento de puzzle).

Clássicos elementos de quebra cabeças do gênero também estão presentes, como por exemplo: plataformas de pressão, paredes móveis, barreiras entre muitos outros. Contudo, até o fim, você estará no ápice de dificuldade de gameplay, onde tudo que foi apresentado, será utilizado contra você durante a realização dos quebra-cabeças.

Um bom começo…

Q.U.B.E. 2

Em Q.U.B.E. 2 temos uma história que ajuda a justificar tudo que está acontecendo no game. Desde o local onde estamos, até o motivo pelo qual estamos resolvendo os quebra-cabeças. Infelizmente a história não é marcante com personagens carismáticos que irão te fazer ficar sentindo falta ao concluir o jogo – assim como temos a GLaDOS em Portal. A protagonista por outro lado possui voz e encontraremos mais dois personagens ao longo da trama. Você acaba ficando mais interessado pela experiência de gameplay do que com o fim da trama. A história possui também dois finais que será determinado nos minutos que encerram o jogo.

No game você assume o papel da Amelia Cross, uma arqueóloga que misteriosamente desperta entre ruínas de um antigo mundo alienígena. Com a ajuda distante de um outro sobrevivente, a Comandante Emma Sutcliffe, você deve atravessar e manipular a estrutura deste mundo esquecido para encontrar um caminho de volta para casa.

A evolução na história foi boa – se comparar com o que tivemos no primeiro game. Mas faltou um pouco mais de esforço e tempero para que tudo ficasse mais interessante.

Desafios

Q.U.B.E. 2

Assim como em todo game do gênero, em determinados puzzle, você acaba com uma bela “tela azul” na sua mente com o tempo. Os desafios propostos em Q.U.B.E. 2 na sua maior parte são relativamente fáceis. Alguns jogadores podem não sentir qualquer dificuldades na solução dos quebra-cabeças. Muitas práticas e lógicas são recicladas ao decorrer dos níveis, se tornando previsível o que se deve fazer em certos momentos. Em pouco tempo de gameplay – se você for uma pessoa atenta – acaba decorando a lógica que o game apresenta nos enigmas.

Tudo fica mais interessante a partir do meio do jogo para o fim, onde dezenas de mecânicas são implantadas na experiência tornando as coisas um pouco mais complicadas. A verticalidade e física passa a ser bem utilizada nestes trechos do jogo, mas ainda assim não será nada desafiador a ponto de você ficar horas tentando resolver um puzzle. No primeiro game da franquia, esse problema não existia, devido a quantidade de variedades de práticas e lógicas nos puzzles. Cada quebra-cabeça era único e desafiador, algo que não vemos na sequência.

Gráficos deslumbrantes

Q.U.B.E. 2

Desenvolvido na Unreal Engine 4, o jogo apresenta belíssimos gráficos. Cada ambiente e zona que você passa, você se deslumbra com as paredes blocadas com reflexos de luzes por todos os lados. No início do game, você estará dentro de locais onde a cor branca predomina. Após esse trecho inicial, você é levado a um local dominado pela natureza. Flores, grama e arvores coloridas criam um belo contraste entre os dois ambientes. A iluminação é o seu forte, os raios do sol visíveis ao jogador e os reflexos nas paredes e em elementos metálicos, são de altíssima qualidade. Q.U.B.E. 2 não deve nada em relação a parte visual e direção de arte, ele cumpre seu objetivo de título da atual geração.

Conclusão

Q.U.B.E. 2 é um jogo que pode nos levar a nostalgia de jogos puzzles na época de Portal da Valve. Apesar da história não ter o mesmo carisma, ele consegue te prender com mecânicas únicas e diferenciadas em meio de dezenas de desafios. Os gráficos representam bem a atual geração, se tornando um game referência no gênero até o momento. A Toxic Games ainda olhou para o Brasil, trazendo seu título totalmente legendado em nosso idioma. A campanha possui uma duração média de 7 horas de gameplay, mas pode variar muito dependendo da sua dificuldade com os quebra-cabeças.

O game está disponível para PC, Playstation 4 e Xbox One.

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