Tainted Grail finalmente chegou aos consoles, em 23 de maio de 2025, trazendo uma experiência que mistura influências de Elder Scrolls com elementos únicos. A produção polonesa, criada pela Awaken Realms e Questline, é descrita como o “Skyrim polonês”. Com base em um universo que nasceu nos jogos de tabuleiro, o game tenta ir além da fórmula convencional.
O título carrega ambições notáveis, especialmente ao se inspirar nas criações da Bethesda. A proposta inicial de criar uma aventura épica em Avalon com um orçamento mais contido poderia parecer ousada demais. Contudo, surpreendentemente, o jogo consegue se sustentar com firmeza e cativa graças à força de sua narrativa.
Avalon ganha vida em uma mistura de mitologia e escolhas
Tainted Grail: The Fall of Avalon parte da lenda do Rei Arthur, ambientada em um mundo assolado por uma praga chamada Czerwony Mor. O protagonista desperta em um asilo sombrio controlado pelos Czerwoni Kapłani, uma seita que planeja ressuscitar Arthur — morto há seis séculos. A partir daí, o jogador passa a carregar fragmentos da alma do antigo rei, que se manifesta esporadicamente, lembrando a dinâmica de Johnny Silverhand em Cyberpunk 2077.
A ambientação é sombria, sangrenta e repleta de personagens bem escritos, com destaque para os diálogos e documentos que ampliam o universo do jogo. O roteiro surpreende com decisões que afetam os rumos das missões e adicionam profundidade ao enredo. A estrutura de mundo aberto, inspirada em Elder Scrolls, permite explorar livremente castelos, florestas, cavernas e ruínas, mantendo viva a sensação de descoberta constante.
Exploração densa e sistema de combate direto
O jogo não esconde suas influências. O combate remete diretamente a Elder Scrolls, com bestiários repletos de mortos-vivos, cavaleiros insanos e criaturas grotescas. A evolução do personagem se dá pelo uso recorrente de habilidades, algo bem similar ao que vimos em Skyrim. O sistema de crafting de alimentos, baseado em receitas aprendidas, também enriquece a sobrevivência.
O jogador pode alternar entre terceira e primeira pessoa, com controles simples. No entanto, o mundo parece vazio em alguns momentos, o que é explicado pelo “Dziw”, uma força maligna que ganha força à noite. A mudança de tempo é rápida demais, algo que já gerava críticas desde o acesso antecipado.
Técnica limitada, mas com alma de RPG
Em termos visuais, Tainted Grail: The Fall of Avalon sofre com texturas de baixa qualidade e resolução limitada (Full HD no PS5). Mesmo assim, o jogo consegue manter uma estética coerente com sua proposta sombria. A performance é estável e a detecção de golpes no combate é precisa, o que garante uma jogabilidade satisfatória.
Embora falte orçamento para rivalizar com produções AAA, a paixão da equipe é evidente. O projeto não tenta reinventar a roda, mas entrega uma aventura envolvente, rica em narrativa e fiel às suas inspirações. É uma carta de amor aos fãs de RPGs ocidentais e uma boa promessa para o futuro do estúdio.
Mas afinal, Tainted Grail: The Fall of Avalon é tudo isso mesmo?
Tainted Grail: Fall of Avalon é uma excelente pedida para os amantes de RPGs, principalmente para os jogadores amantes de RPGs da Bethesda, em especial Skyrim. A dedicação e o empenho deste projeto mostra mais uma vez a Polônia se destacando no mercado de games. Embora com limitações, compreensíveis, o RPG pode ser uma excelente escolha até que um novo The Elder Scrolls 6 chegue ao mercado.
Veredito: Tainted Grail: The Fall of Avalon chega aos consoles trazendo um RPG sombrio inspirado em Skyrim, com ambientação baseada na lenda do Rei Arthur. Mesmo com limitações técnicas, o jogo surpreende pela narrativa rica, escolhas impactantes e atmosfera imersiva. Com combate em primeira ou terceira pessoa, exploração livre e um sistema de progressão envolvente, a experiência se destaca como uma promissora aposta da Awaken Realms para fãs de RPGs ocidentais. – João Antônio
Nós recebemos Tainted Grail: Fall of Avalon gratuitamente para review e agradecemos à Questline e à Awaken Realms pela confiança.
