Análise | Hitman 2 é quase uma expansão gigante do 1, mas de muita qualidade

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Hitman 2 continua o legado do reboot com estilo

Hitman retornou aos holofotes em 2016 com um jogo corajoso. A IO Interactive, que já havia produzido outros cinco jogos da franquia, tinha como objetivo resgatar a saga do agente 47. Mesmo que não seja um reboot anunciado, o jogo mostrava mais uma vez nosso querido assassino de tatuagem na nuca sem suas memórias. Por conta disso, ele volta a trabalhar na ICA e em contratos duvidosos. A história do jogo de 2016 não foi lá tão excelente. Contudo, abriu brechas para esta sequência.

Mas antes de qualquer coisa, vale lembrar que tanto Hitman 2 quanto o jogo de 2016 passaram por vários problemas. No primeiro jogo a Square mudou os planos do nada, transformando o projeto em uma nova visão do que seria Hitman, lançando o jogo por episódios. A ideia não deu muito certo e isso custou o abandono da Square e a IO ficou sozinha no mundo. Então a partir daí a WB Games abraçou a ideia da IO Interactive e se tornou Publisher do game. Desta forma, o sucesso de Hitman 2 pode ser crucial para seu futuro. Mas será que o jogo tem conteúdo para isso?

O mesmo formato, com novas formas de se assassinar

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Quem jogou o game de 2016, logo que começa o novo jogo, sente que está exatamente no mesmo game. Essa sensação é estranha. Isso se dá pelo fato de que o modelo do personagem, o estilo gráfico, a jogabilidade e o HUD são idênticos. Mas conforme vamos jogando, aos poucos dá para sentir diferenças no formato do game. Na verdade, adições.

Por conta disso, Hitman 2 pode passar a falsa sensação de que é uma expansão do 1. De certa forma, ele até é. Leve em conta que o plano original era lançar uma segunda temporada da saga e não um segundo jogo completo e terá o resultado dessa sensação de “expansão”. Contudo, mesmo com mecânicas, sistema de mapas, jogabilidade e tudo mais praticamente idênticos, o novo Hitman tem muitos méritos. Os mapas agora são maiores e possuem DIVERSAS possibilidades de se chegar nos objetivos. O jogo de 2016 já era bom neste quesito, mas agora a IO Interactive foi além.

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As Histórias de Hitman 2

A IO Interactive pegou todas as boas ideias do primeiro game e construiu ao redor dele algo muito valioso. Uma maneira de chamar a atenção de quem sabe jogar um título da franquia Hitman e quem não sabe. Afinal, um jogo stealth não é lá tão chamativo quanto um jogo de tiro. O jogador, muitas vezes, tem preguiça de pensar. Então, com as “histórias” do cenário, tudo muda. Há cada nova pista que encontramos, algumas delas podem nos levar para uma sequência de eventos que culminam na morte do seu alvo. Esta mecânica deixa as coisas um pouco mais fáceis, mas não menos trabalhosas. É necessário ter paciência, foco e objetivo. Caso contrário, nada dará certo e você logo é descoberto.

São diversas histórias espalhadas pelo cenário que pegam como base compromissos dos NPCs no cenário, como exemplo, um atendimento médico marcado pelo seu alvo, ou uma reunião que eles precisam ter com determinado personagem. Tudo isso já existia antes, mas em formato de desafios. Agora entram neste formato de história, que são pequenos arcos narrativos. Este estilo de gameplay aumenta consideravelmente o fator replay da franquia, algo que já era enorme no game de 2016. E a sensação de conquista é gigante há cada nova história concluída. É realmente algo valioso dentro da experiência do game.

Não dá para confirmar que este era o plano original do estúdio, mas eleva o valor da produção e deixa a sensação de que estão no caminho certo.

A história também ganhou um upgrade

Não vou dar spoilers do final do primeiro game, uma vez que Hitman 2 até tem a opção de se comprar os episódios do primeiro jogo junto com o segundo. Assim, quem não jogou, poderá ficar ciente do que está acontecendo. Porém, mesmo assim é fácil e convidativo começar Hitman 2 sem ter jogado o 1. Ainda que o game apresente um ligeiro resumo, a única coisa que importa é saber que o agente 47 está em busca de um alvo não identificado. Assim, a história do 2º jogo começa com este objetivo, mas logo tudo vira pelo avesso e grandes reviravoltas acontecem.

Assim, vale a pena frisar que a história de Hitman 2 é boa. Contudo, sofre de um problema: é curta demais. É fácil notar que seria possível a IO Interactive ir além dentro do universo de Hitman e isso só ocorre ao final do game. Claro que para deixar uma grande ponta solta para Hitman 3. Por fim, contamos ainda com cenas bem-feitas, mas sem muitos movimentos. Mas a atuação de voz e os personagens fazem valer esta limitação.

Vem comer esse Muffin envenenado, vem!

Embora Hitman 2 tenha evoluído o estilo de jogo em vários aspectos, temos que notar que a Inteligência Artificial não mudou nada. A propósito, isso vem se tornando um problema em diversos tipos de jogos do gênero. Talvez Dishonored seja um dos games que consegue fazer isto muito bem. É um título implacável com quem não consegue ser Stealth. Já em no novo Hitman temos problemas bem estranhos. Para exemplificar a situação, iremos utilizar muffins.

Há um momento em uma das missões que determinada história indica que nos disfarcemos de imobiliário. Nosso alvo quer comprar uma residência. Então, explorando o cenário (que são enormes e vale muito a pena fazer isso), encontramos o imobiliário. Ele demonstra gostar muito de muffins, então nada melhor do que dar muffins para ele.

Pois bem, me disfarcei de garçom, encontrei ele numa barraca de muffins e lá havia outro garçom. Este, por sua vez, sabia que eu não era parte de sua equipe. Então neste outro garçom ficava uma indicação que eu não poderia ser visto por ele. Então, totalmente sorrateiro, eu roubei um muffin, mas logo percebi que o imobiliário viu minha ação. Eu deixei o muffin na mesa e me escondi. Ele foi até o muffin e o COMEU.

Então eu repeti o processo, mas antes de me esconder do imobiliário e coloquei um veneno no muffin que dá dor de barriga em quem comê-lo. O imobiliário repete o processo e come o muffin mesmo após ter me visto colocando o veneno.

É claro que isso facilitou as coisas. Mas existem diversos momentos que senti que a Inteligência Artificial não foi nada boa. Você acaba entrando em apuros se for visto cometendo um crime ou entrando em áreas proibidas. Mas de resto, dá para brincar com a burrice dos personagens.

No geral, um ótimo jogo

Mesmo com estes problemas de inteligência artificial que surgem durante a aventura, o novo Hitman consegue ser um dos mais variados e divertidos. Ainda não dá para dizer que é melhor que Blood Money por exemplo. Mas demonstra uma evolução marcante. Contudo, ainda é possível notar que a IO Interactive tem muito a melhorar. Os movimentos e modelos dos personagens não condizem com um jogo da nova geração. Talvez a IO não esteja na posição de ser um grande estúdio, mas no caminho para que isso ocorra. Certamente veremos em um provável Hitman 3 uma melhora mais nítida nestes quesitos técnicos. Por enquanto a evolução fica por conta da mecânica e a experiência do jogo. O que com certeza precisa ser notado e elogiado.

*Hitman 2 foi analisado utilizando a versão do Xbox One X rodando em 4K. No console há a opção de jogar em alta qualidade ou altos FPS. Na primeira opção existem ligeiras quedas de FPS. Na segunda há um desempenho satisfatório.

O jogo foi cedido gentilmente pela WB Games Brasil.


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