Entre as grandes transformações do mercado de jogos, alguns estúdios ainda apostam em manter sua identidade. Enquanto a maioria das desenvolvedoras busca novos caminhos com jogos como serviço, a Housemarque segue com uma proposta distinta — e bastante firme.
Durante o evento de 30 anos do estúdio, realizado na Finlândia, os principais líderes da desenvolvedora compartilharam sua visão de futuro. Mesmo com o apoio da Sony, a equipe não pretende seguir a mesma direção de outras subsidiárias da gigante japonesa. E a decisão não é por acaso.
Em entrevista ao Eurogamer, o chefe de estúdio Ilari Kuittinen foi direto: “Enquanto as pessoas comprarem jogos premium, vamos continuar fazendo isso”. Segundo ele, o objetivo da Housemarque é entregar experiências que marquem uma fase da vida dos jogadores, como filmes ou séries. “Você não precisa passar o resto da sua vida livre jogando nossos jogos”, completou.
Para Kuittinen, essa filosofia permite criar experiências únicas, que impactam o jogador de forma direta e intensa, mas não exigem um envolvimento infinito. A ideia é entregar algo memorável, que não dependa de atualizações constantes, sistemas online persistentes ou monetização recorrente.
Atualmente, a Housemarque está totalmente focada em seu próximo título, Saros, um projeto single player desenvolvido exclusivamente para o PS5. De acordo com o diretor criativo Gregory Louden, o estúdio quer manter o ritmo de inovação iniciado com Returnal, mas sem abrir mão do que acredita: jogabilidade refinada, histórias significativas e experiências completas.


“Estamos totalmente dedicados ao single player e aos jogos premium”, destacou Louden. Para ele, a responsabilidade é grande, principalmente por tudo o que a Housemarque já enfrentou no passado. Mikael Haveri, diretor de marca, reforçou que o estúdio só é tão bom quanto seu jogo mais recente. “Temos consciência dos riscos e das armadilhas, então precisamos continuar fazendo bons jogos”, disse.
Independência criativa em um cenário volátil
Nos últimos meses, a própria Sony diminuiu seu entusiasmo com os projetos live service. Títulos como Fairgames, por exemplo, enfrentaram atrasos significativos, e executivos como Jade Raymond deixaram seus cargos. Nesse cenário, a postura da Housemarque ganha ainda mais relevância, mantendo-se firme em um modelo tradicional que ainda tem público — e valor criativo.
“Temos sorte de estar nessa posição”, concluiu Louden. “Nos sentimos responsáveis por continuar empurrando os limites do meio, mostrar do que somos capazes e continuar crescendo”. Para os próximos 30 anos, o estúdio quer seguir exatamente esse caminho: criando jogos melhores, mais criativos e, acima de tudo, fiéis à própria essência.
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