Análise | Call of Cthulhu é um jogo sombrio e entrega o que promete

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Call of Cthulhu foi lançado para PlayStation 4, Xbox One, Nintendo Switch e PC neste dia 30 de outubro. O jogo adapta um RPG de mesmo nome baseado nas obras de H.P. Lovecraft. Somos levados à um mistério mergulhado em misticismo e insanidade, onde não podemos confiar em nada do que vemos. Fazendo jus às obras originais, Call of Cthulhu entrega um grande suspense, onde encontrar a verdade pode nos custar muito caro.

Call of Cthulhu tem uma história digna de Lovecraft

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Antes de mais nada, é bom deixar claro para os fãs de Lovecraft que as obras do autor são muito respeitadas. Muito d’O Mito é explorado ao longo do jogo e vemos elementos peculiares das obras “Lovecraftianas“. Desde como a insanidade é tratada, até como a história se desenrola, nos sentimos dentro de um livro do autor.

Embora não seja completamente perfeito a obra encanta muito em seu enredo. Claro, digo “encanta” muito levianamente. Tudo na história é sombrio, feio e distorcido. Não vemos em nenhum momento uma ponta de esperança ou de felicidade. Mesmo quando conseguimos descobrir um pouco mais do mistério, permanecemos em cenários depressivos e visualmente opressores.

Jogamos sob a perspectiva de um detetive particular (Pierce) que aceita o caso da filha de um grande empresário. A mulher, que é pintora, teria morrido em um incêndio com seu marido e filho. A polícia a considerava mentalmente instável e muitos acreditavam que ela causou a morte da família. Pierce parte para a misteriosa ilha de Darkwater para investigar o caso.

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Um vasto elenco de coadjuvantes

Durante sua investigação, Pierce conhece os diversos moradores da ilha, descendentes de baleeiros. A história do local é envolta de casos curiosos, alguns deles até milagrosos. Entretanto, a ilha sempre parece opressora e pobre. Vamos prédios e barcos extremamente mal cuidados, lugares sujos e habitantes hostis.

Nas ruas temos várias luminárias verdes, que acabam aumentando a sensação de que algo não está certo com a cidade de Darkwater. Vamos conhecendo aos poucos os moradores de lá, como o oficial Bailey ou Cat, uma contrabandista de bebidas. Cada um deles tem seus próprios objetivos, agendas e suas escolhas vão definir se essas pessoas vão te ajudar ou atrapalhar.

Uma coisa curiosa é que seus supostos aliados vão se alternando de acordo com o que o jogador escolhe. Nos vários encontros possíveis durante o game, são as interações passadas que vão definir a atitude desses personagens para com o jogador. Inclusive, as decisões são o ponto mais importante do título.

A ‘Verdade’ custa caro

Um dos questionamentos que Call of Cthulhu faz à você é se vale a pena descobrir a verdade. A cada nova pista, novos desenvolvimentos da trama, o jogador se depara com alguma força além de sua compreensão. Cada um desses encontros acaba por ter seu preço no psicológico do personagem.

Quanto mais ele aceitar o que ele vê como “verdade”, mas a insanidade vai tomando conta dele. Vemos coisas que não estão ali, eventos que nunca aconteceram, e mesmo assim nos perguntamos se aquilo era real. Pessoas morrem e, de repente, aparecem como se nada tivesse acontecido. Esses eventos bizarros pintam o enredo do jogo e fazem o jogador questionar tudo que vê pela frente.

Todos esses acontecimentos são frutos das escolhas de abordagem do jogador. Claro, existem alguns pontos chave da história que são imutáveis, mas os mais interessantes podem ser alterados. Dependendo da escolha que for feita, novos aliados podem surgir, assim como novos antagonistas. Isso tudo gera uma dinâmica interessante, onde todas as decisões do jogador venham a pesar no final da trama.

As animações de alguns personagens são capazes de te levar à insanidade

Infelizmente, o jogo não é tão próximo da perfeição. Mesmo que alguns visuais impressionem, os modelos do personagem podem arrancar muito da ambientação da história. Em vários momentos todos parecem mecânicos demais, com bocas que mal se mexem e braços extremamente robóticos.

Em suma, para ter como referência, se lembram de como os Power Rangers mexem os braços quando estão falando dentro de seu uniformes? Parece que os residentes de Darkwater amam fazer o mesmo. Constantemente você vai conversar com alguém e a boca mal se mexe com as falas. Além disso, a pessoa com quem está falando parece cercada por mosquitos invisíveis e fica como se constantemente tentando afastar os insetos. Os braços não param e isso incomoda muito.

Definitivamente é uma coisa muito estranha e quebra o clima em momentos tensos. Não foi só uma vez em que uma cena série está acontecendo e as animações ruins me fizeram rir. Quando um jogo depende de sua história e atmosfera, essa é uma falha ainda mais grave.

Afinal, o mistério vale a pena?

Call of Cthulhu traz uma experiência única dentro de um gênero já explorado anteriormente. As temáticas e mecânicas da história criam a atmosfera e a tensão necessária para o sucesso de um título como esse. Se ainda não conhece o universo de Lovecraft e as criaturas extra planares que habitam O Mito, essa é uma excelente porta de entrada. Entretanto, lembrem-se, a verdade custa caro e a insanidade está logo ali a espreita.

“Cthulhu ah ph’nglui fhtagn n’ghftnahh”.

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