Análise – Call of Juarez: Gunslinger – O mais “marvado” do Oeste

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O Velho Oeste americano foi um dos temas mais utilizados em Hollywood, e hoje em dia, talvez por falta de ideias já não existem tantas obras assim sobre o tema, principalmente de qualidade. Já nos games, apesar de poucos, a maioria dos jogos concebidos com esta temática sempre nos trazem bons momentos, além de uma experiência acima da média. Dentre estes jogos, podemos citar Gun Smoke (NES, Capcom), The Lone Ranger (NES, Konami), GUN (PS2/Xbox/PC/GCube/X360, Activision), Red Steel (Wii, Ubisoft), além dos ótimos Sunset Riders (SNES/Mega Drive/Arcade), Red Dead Revolver (PS2/Xbox, Rockstar Games) e Red Dead Redemption (PS3/X360, Rockstar Games). Todos são ótimos games, e de uma maneira ou outra, marcaram época.

Call of Juarez é mais uma das séries que possuem o Velho Oeste como tema. É produzido pela Ubisoft e chega ao seu quarto game, chamado Call of Juarez: Gunslinger (Atirador, ou Pistoleiro). O primeiro, lançado em 2007, chama-se Call of Juarez apenas, enquanto que o segundo é Call of Juarez: Bound in Blood e o terceiro é o Call of Juarez: The Cartel. O mais bem recebido dos três primeiros é o Bound in Blood, por sua história e mecânica sólida no que diz respeito a jogabilidade e toda a parte técnica. Já o terceiro é bastante criticado por tentar trazer o clima de Velho Oeste para os dias atuais, resultando em um Call of Duty desajeitado. Mas afinal, como se saiu esta ultima versão, lançada apenas de forma digital, para PSN, Xbox Live e PC?

Gunsliger começa no ano de 1910, com um pistoleiro chegando à cavalo em Abilene, Kansas. Ele dirige-se a um bar e se apresenta aos presentes como Silas Greaves (John Cygan), um caçador de recompensas que busca vingança contra aqueles que mataram sua família, e é facilmente reconhecido por um dos homens sentado em uma das mesas do bar. Silas senta-se com os demais, e logo de cara diz que uma de suas primeiras aventuras se deu ao lado de Billy The Kid, um dos maiores personagens reais do Velho Oeste americano, conhecido por ter assassinado 21 homens em seus 21 anos de vida. Assim, Silas Greaves conta suas aventuras, e o jogador joga tudo o que ele está contando, portanto, na medida em que atira em bandidos de chapéu, Greaves está tomando cerveja e relatando como tudo aconteceu. Quando uma missão é concluída, cenas contadas através desenhos muito bem traçados e dublados, que mesmo sem movimentos (são estáticos em sua maioria), apresentam a história e o bate papo de Greaves, parecido com Metal Gear Solid Peace Walker por exemplo. Nada de computação gráfica aqui.

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 Conheça Silas Greaves

 

Nestes momentos em que Silas está contando a história, ele tem a ajuda de um rapaz que acredita piamente no que ele está dizendo, pois leu boa parte de suas histórias em um livro, além  outros personagens como Ben, que é o dono do Bar e às vezes duvida de Greaves e Jack que não acredita em uma palavra de Silas. Assim a narrativa vai desenrolando de maneira espetacular, pois além de contar suas aventuras, como todo bom contador de histórias, ele as aumenta (ou não). Isso reflete-se diretamente no que está acontecendo no cenário ou até mesmo na quantidade de inimigos que estão na tela. Sem dúvida é um dos pontos fortes do game, além de trazer ótimos momentos de humor e surpresa. Apenas para ter uma ideia, em dado momento do game, Greaves diz que foi cercado por centenas (O.o) de inimigos, e que INEXPLICAVELMENTE ficou sem munição, e você vê os números de sua munição caírem de 60 para 4! Ou seja, pra história ficar mais emocionante, Silas coloca emoção no seu jogo também.

Toda vez que há uma fala ou alguma conversa, o trabalho de dublagem brilha. Além disso, a Ubisoft teve o cuidado de entregar Gunslinger legendado em português do Brasil, e ainda por cima, um português caipira. A todo o momento se lê um “Ocê”, “Num”, Diacho e Marvada!”, apenas para citar alguns exemplos. O melhor de tudo é que nada parece forçado encaixando perfeitamente ao contexto do game e a forma caipira que os personagens falam. O trabalho de som é ótimo no geral, desde as músicas até os efeitos. Andar sorrateiramente faz você ouvir os sons das botas do cowboy rangendo. Mas o som possui um grande defeito: às vezes o bandido fala alguma coisa e é possível ouvir como se ele estivesse a 1 metro de Silas, quando na verdade ele está a uns 100 metros ou mais. Isto atrapalha bastante a exploração.

O visual de Call of Juarez: Gunslinger é muito bom. Se você jogou Far Cry 3 verá muita semelhança entre os dois games, apenas perceberá que Gunslinger não conta com um mundo aberto, mas conta com muitos animais reproduzidos no cenário, sendo possível até mesmo atirar em alguns deles, como algumas aves, e isto lhe dá alguns pontos. Mas os gráficos possuem alguns glitches nervosos, que tiram a atenção da qualidade geral encontrada no título, como água que reflete uma imagem verde, ou inimigos que ficam presos em parte dos cenários gerando algumas cenas  bizarras. Mas nada que atrapalhe a experiência.

A jogabilidade é bastante recompensadora, trazendo um sistema de pontos de experiência para cada demonstração de habilidade que o jogador dá. Se acertar um tiro na cabeça, 100 pontos de experiência, mas se acertar de longe, ganha 150 pontos. Assim, cada ação pode lhe apresentar uma pontuação diferente, e quando estes pontos são somados é possível adquirir novas habilidades ou melhorias como: ver o mundo mais lentamente ao mirar, ou maior capacidade de carregar balas para determinadas armas. Cada habilidade está agrupada em um tipo de jogabilidade sendo tiro a distância, tiro a curto alcance e combate corpo a corpo e coronhadas. Cada tiro acertado no inimigo gera um efeito bem caricato de sangue jorrando, dando uma sensação de que você fez um belo estrago, além da quantidade de pontos sendo descrita diretamente na posição do inimigo.

Existe também uma visão idêntica a que encontramos em Red Dead Redemption, quando ao apertar R2/RT o mundo fica em câmera lenta, os inimigos ficam evidentes na tela em vermelho e fica mais fácil acertá-los. Este modo acontece ao encher um ícone de uma arma no canto esquerdo da tela, que vai diminuindo a cada vez que se usa a função. Algo semelhante acontece quando Silas está quase morrendo e o inimigo dá o último tiro, a tela foca no inimigo e Greaves consegue ver o movimento da bala, podendo desviar para a direita ou esquerda e continuar com sua aventura. É um elemento que deixa o game mais fácil, mas é muito interessante ver acontecendo.

Gunslinger é um game totalmente linear. Apesar de existir alguns locais que é possível chegar, ou o pulo de Greaves é muito curto ou ele morre se sair do curso, além de o próprio jogo lhe dizer que você está saindo da história. Portanto, mesmo com um mundo muito bonito ao seu redor, você deverá manter-se dentro do que o personagem estiver dizendo. Além disso, os inimigos aparecem em locais pré-definidos, e em nenhuma situação vão atrás do jogador, sempre ficam esperando atrás de alguma coisa, e volta e meia saem da cobertura para tentar acertar Greaves. Com isso, o jogador precisa manter-se escondido até conseguir uma boa visão para o inimigo, e quando o mal feitor sai de sua cobertura, temos a chance de acertá-lo. É tudo uma questão de tentativa e erro, paciência e mira.

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A cada encontro com grandes nomes desta época de ouro do Velho Oeste, como o já citado Billy The Kid, Butch Cassidy, Jesse James ou Newman Haynes Clanton, um duelo acontece. A jogabilidade muda completamente e o jogador deve manter o foco e a velocidade (dois medidores na tela) sempre no alto, além de realizar o saque da arma, após o primeiro movimento do inimigo, para ganhar o duelo com honra. É possível saber mais sobre cada um dos foras da lei através de segredos chamados de Pepitas da verdade, encontradas durante o jogo, que apresentam uma ficha praticamente completa com vida e morte de cada um. Algumas armas e locais históricos recebem o mesmo tratamento, com detalhes e informações.

Após concluir Gunsliger o jogador pode escolher entre outros dois modos de jogo. O primeiro deles é o Arcade, que coloca o jogador em áreas cheias de bandidos e é necessário fazer a maior quantidade de pontos possíveis, e o modo Duelo, que o jogador recebe 5 vidas e vê até onde consegue chegar com elas durante os duelos. É possível também jogar a campanha em uma dificuldade mais alta, mantendo tudo que conquistou durante o game e todos os modos possuem um placar de líderes enquanto está conectado a internet, PSN ou Live.

Call of Juarez: Gunsliger é um belíssimo game, com seu ponto alto totalmente na diversão, com personagens fortes e uma ótima narrativa. Como tudo que a Ubisoft toca ultimamente este é mais um game que, se não é imperdível, ao menos é altamente recomendável pra quem procura por mais jogo de faroeste ou mesmo um novo FPS com uma cara mais Arcade. Silas Greaves ficará marcado como um ótimo personagem, um herói ou um mentiroso, e quem sabe ele retorne num próximo Call of Juarez para novas e exageradas histórias. Tomara!

Seja o mais rápido do Oeste e deixe suas impressões sobre o game ou o que espera dele!

 

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