Análise | Dragon Ball FighterZ é o jogo que os fãs pediam há anos!

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Não há como negar que Dragon Ball FighterZ se tornou um dos jogos mais aguardados desde seu anúncio na E3 do ano passado. A Bandai Namco pegou todo mundo de surpresa, deixando de lado o seu formato de games baseados em animes, que em sua maioria são desenvolvidos pela Cyberconnect. Desta vez, a publisher japonesa foi atrás de outra parceira, a Arc System Works. A fusão das duas empresas não poderia ter resultado em algo melhor. Dragon Ball FighterZ mostrou desde o começo que poderia se tornar um grande jogo de luta e não somente mais um game baseado no sucesso de algum anime.

Para começar, é um jogo que funciona sozinho, sem depender do lançamento de algo novo na TV. A produção do game pegou todo o sucesso de Dragon Ball e adaptou em um game de luta com muita cara de Marvel vs Capcom. No entanto, mesmo com algumas semelhanças, a experiência da Arc System Works falou mais alto.

Elenco com mais de 8 mil de poder

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Um dos grandes chamativos de Dragon Ball FighterZ é o elenco de personagens. Temos desde os mais queridos, como Goku e Vegeta, até os mais fracos como Kuririn e Yamcha. Personagens da nova fase de Dragon Ball Super também estão presentes, como Beerus, Hit e Goku Black. Os vilões clássicos Freeza e Cell também retornam. O mais interessante é que mesmo que os personagens tenham um formato padrão de serem controlados, todos possuem poderes distintos que permitem combos variados e bem individuais. Não são apenas skins que mudam a aparência, são verdadeiros guerreiros com habilidades únicas. A grande dúvida dos jogadores antes do lançamento do game era como o balanceamento seria feito. Era difícil imaginar como Goku enfrentaria Kuririn ou Yamcha sem destruir os dois pequenos insetos em pedaços. A saída encontrada é explicada na história do game de uma forma bem interessante.

Então, os personagens de menor poder de luta, acabam compensando sua falta de Ki com movimentos diferenciados. Para se ter uma ideia, eu comecei jogando com o Cell por ter gostado de seus combos e artimanhas. Mas logo eu estava treinando com o Yamcha e gostando muito do resultado. Ele (e outros personagens mais fracos) possuem menos dano, mas uma agilidade acima da média. Você precisa bater mais vezes para tirar o mesmo que um Goku ou Vegeta tiraria. Além disso, tem que tomar muito cuidado para não receber muitos danos, pois eles são mais fracos. Mas no final das contas, os prós e os contras dos personagens são bem balanceados. É muito difícil formar um trio de guerreiros sem ficar com dúvida se não deixou de fora personagens de poder elevado.

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Batalhas destruidoras

Estou falando mais da jogabilidade de Dragon Ball FighterZ pois vejo este como um dos pontos mais altos do jogo. É muito difícil você criar algo que seja pertinente com personagens tão famosos e com o legado de uma obra. A Arc System Works conseguiu alcançar uma excelência inacreditável com esse game. Além dos personagens possuírem diversas referências ao anime, como movimentações, cenas e golpes, toda a batalha tem muita cara do anime. Os personagens podem voar, realizar combos no chão, no ar, lançar magias de qualquer parte do cenário, usar teleporte e muito mais. Novamente, a fidelidade é nota 10.

De cara, muita gente julga DB FighterZ como um jogo de luta fácil, ou feito para ser fácil. Isso não é uma mentira, afinal a Bandai Namco e a Arc System Works querem que a maior quantidade de jogadores consiga desfrutar de seu game. Existem por exemplo, Rush Combos (combos feitos com apenas um botão) de forma até exagerada e com danos consideráveis. Este ponto realmente não me agrada. Mas jogando online você percebe que muita gente deixa essa estratégia simplista de lado para criar suas próprias sequências.

Combos fáceis é apenas o começo

Aos poucos e com sua própria evolução, você percebe que Dragon Ball FighterZ é realmente um jogo de luta cheio e nuances. Não há nada de simples e aquilo que parece uma bagunça inicialmente, se torna rapidamente algo fantástico de ver e jogar. É um jogo de luta diferenciado onde o pensamento rápido é importante, mas a estratégia é ainda mais.

Se você ataca constantemente, vai abrir sua guarda com frequência. Mas é possível usar isso a seu favor fazendo o adversário imaginar que você é um lutador maluco. Ataque, recue, teleporte, veja o adversário abrir a guarda e arrebente a cara dele. Além disso, se seu adversário só se defende, dá para quebrar a defesa dele com apenas um botão. Mas a questão não é o apertar de apenas um botão, é a estratégia de se usar este recurso no momento e local certo. O maior mérito de Dragon Ball FighterZ é conseguir colocar tantos recursos de luta para jogadores avançados e ainda tornar o game chamativo para quem não manja absolutamente nada de fighting games.

O Retorno da Red Ribbon

Os clássicos jogos de Dragon Ball sempre tentaram reproduzir a história do anime de sua própria maneira. Com o advento do modo história nos games de luta tradicionais, seria natural vermos algo semelhante em FighterZ. Mas algumas escolhas não foram lá muito boas. A história é realmente legal, dividida em três arcos bem divertidos de se assistir. Entre uma luta e outra a gente vê diálogos impagáveis, como Tenshinhan falando para Goku que não é para ficar espalhando por aí que Piccolo virou babá da Pan. E aqui também a gente tem a explicação de como os lutadores estão quase nos mesmos níveis. Existe uma onda de energia que tira o poder dos nossos guerreiros. Alguém, como uma alma, toma conta do corpo de Goku. Bulma descobre que essa alma pode se conectar ao corpo de outros guerreiros (por isso trocamos de lutadores durante as batalhas).

Assim, cabe a Goku encontrar seus companheiros e enfrentar um novo mal. Além de Freeza e Cell que foram revividos, a trama traz uma quantidade insana de clones e uma nova personagem. Estamos falando da Androide 21, que traz consigo o Androide 16 e toda a corporação Red Ribbon. Novamente, a história é empolgante, mas a maneira que você percorre ela não é.

Fácil e Repetitivo. O que salva é a história

Existe um mapa onde diversas lutas aparecem para que o jogador escolha seu próximo destino. Você seleciona um local e anda algumas casas. Você tem um certo limite de casas para percorrer em cada mapa. Seu objetivo é chegar no chefão e assim, dar continuidade na história. A ideia é boa, mistura uma espécie de progressão e evolução parecido com jogos de RPG. Você pode até mesmo criar seu trio, escolhendo entre os personagens disponíveis. Cada um deles tem um level de batalha, que influencia na sua força e quantidade de energia. O problema é que para chegar no chefão completando tudo, passamos por até 10 lutas. Até aí tudo bem, o problema é que tudo é muito fácil.

Talvez para tentar agradar todo mundo, deixaram a dificuldade deste modo história muito abaixo do que poderia ser. Estamos enfrentando inimigos como Cell, Freeza e ver eles parados na tela sem reação é decepcionante. Ao menos poderíamos ter a escolha da dificuldade, mas não existe esta opção. Além disso, em todos os mapas existem de 2 até 4 lutas com tutoriais repetidos, que já passamos antes e que estão disponíveis no modo treino.

Então, percorrer a boa história de Dragon Ball FighterZ se torna algo maçante, que a todo momento me fazia pensar que eu estava perdendo um tempo valioso, ao invés de estar jogando online ou o modo arcade – esse sim é difícil e desafiante. Ao menos recebemos uma boa recompensa ao finalizarmos a história. A Androide 21 como uma das personagens selecionáveis.

Muita coisa para fazer

Não somente a Capcom aprendeu com Street Fighter V como o mercado de jogos de luta no geral. Vimos Injustice 2 ser lançado com uma porrada de conteúdo. Em seguida foi a vez de Tekken 7. Por fim, Street Fighter V se redimiu com a versão Arcade Edition. Agora, Dragon Ball FighterZ dá uma aula de conteúdo. Além de ter o modo online (que falaremos a seguir), temos um modo treino completíssimo, com missões e muita coisa que pode lhe tomar bastante tempo. O modo Arcade tem 5 opções diferentes e com dificuldades normais e difícil. Este modo traz também um desafio a mais, de tentar ser um guerreiro quase perfeito e conquistar uma nota alta ao ponto de liberar Goku e Vegeta Super Saiyajin Blue.

FighterZ lhe oferece missões de tempo em tempo para conquistar mais Zeni, o dinheiro do jogo. Tudo é comprado com Zeni e nada pode ser adquirido com dinheiro real. Ou seja, nada de lootbox arrancador de dinheiro. Basta se esforçar para conseguir itens cosméticos, como cores de lutadores e títulos. Se vier algo duplicado, você ganha um Premium Z, que pode ser usado para comprar coisas mais legais. Então todos os modos de jogo lhe rendem alguma coisa.

Modo Online precisa de atenção

Eu não sei se a Bandai Namco não estava preparada para o sucesso de Dragon Ball FighterZ ou se há algo de errado no modo online do game. Fato é que até a data que escrevo essa análise, os servidores não estavam 100%. É demorado para encontrar partidas e muitas vezes quando encontra, a conexão cai. Como a estrutura do modo online está legal, dividida entre partidas de ranking e partidas casuais, imagino que seja questão de tempo até a Bandai Namco arrumar este problema de servidor. Porém, até lá, o jogador passa por muitas frustrações. Algo que ocorre com frequência é você habilitar a opção de busca de partidas online e ir jogar o modo arcade ou treino enquanto espera. A busca fica ativada, mas se cair, você vai precisar sair do modo que estava jogando caso queira ir online novamente. Poderiam ter adicionado a opção de uma nova busca nos menus do modo arcade e do treino.

Mas passado trauma, quando você consegue encontrar partidas sequenciais em Dragon Ball FighterZ a diversão é mais do que garantida. As lutas são sensacionais, emocionantes, algo muito diferente dos games que estamos acostumados a ver. É um jogo de luta feito para o “contra”, pois incentiva os jogadores a aprender como o adversário joga. Caso contrário não haverá tempo para recuperação. Se piscar, é derrota. E essa jogabilidade frenética é muito única. Mesmo Marvel vs Capcom é mais cadenciado. Os dois são grandes jogos, mas vejo até que se posicionam de forma diferente. Se parecem antes de jogarmos, mas depois são muito distintos. E vencer uma partida online de ranking é uma sensação fantástica.

Um jogo fantástico com pequenos defeitos

Dragon Ball FighterZ é realmente tudo aquilo que esperávamos. Um jogo fiel ao anime e extremamente chamativo para quem “apenas” gosta de um bom game de luta. Com muitos modos de jogo, opções variadas no modo online e uma história competente (que eu gostaria de ver no anime), tudo é encantador. Os efeitos de luz e toda a parte gráfica é incrível, elevando ainda mais a experiência com o título. Quem vê o anime vai se sentir em casa ouvindo Goku gritando Kamehameha com a voz fina. É um exímio exemplo de como devem adaptar um material que possui tantos fãs pelo mundo todo. Mesmo com seus pequenos defeitos, nada apaga o brilho de Dragon Ball FighterZ, um jogo de luta obrigatório.


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3 respostas

  1. Jogo incrível, com um modo história digno de fazer parte do anime ou um filme, fidelidade nos golpes e especiais, só não concordo com a baixa quantidade de lutadores disponíveis. Mesmo com as dlc vai faltar muitos personagem da saga! ( raditz, zarbon, dodoria, androides 19 e 20, dabura, as formas iniciais de freeza e cell, personagens do arco do torneio do poder de Dragon ball super, etc)

    1. Concordo com vc em relação a quantidade de personagens, mas ao mesmo tempo, com o que tem, dá para fazer inúmeras combinações e até se consegue combos diferentes. Fora isso, o jogo é realmente incrível!

  2. Muito bom, mas com poucos personagens e que provavelmente o resto saíra como DLC, como eu odeio isso!!!

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