Análise: Novo Need For Speed traz ótimo visual, mas não cumpre o prometido

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Tudo que uma empresa que desenvolve games ou filmes busca em seu trabalho, é criar franquias que possam ser duradouras, que conquistem os corações de muitos fãs ao ponto deles aguardarem ansiosamente pela próxima versão do produto. No mundo dos games temos diversos modelos de negócios como esses, exemplos de jogos que duram anos não nos faltam. E também não há como negar que muitas dessas franquias um dia cansam. Aí meu amigo, o efeito é totalmente o contrário, a ansiedade se torna frustração.

A EA Games vem há anos tentando resgatar a série Need For Speed, seja renovando o formato para algo mais simulação ou alguma novidade, e até mesmo pegando mais pro lado da série Hot Persuit, que traz os policiais como grande destaque. Confesso que sou apaixonado pelo primeiro Most Wanted, talvez porque ali a EA tenha acertado em cheio: trouxe muitas mudanças em um jogo lotado de conteúdo, qualidade e tudo isso veio logo depois do estrondoso sucesso da linha Underground, talvez o ápice de Need For Speed.

MUITAS TENTATIVAS E DECEPÇÕES

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Need For Speed Carbon, que veio logo depois de Most Wanted, ainda conseguia mesclar o que havia de bom em Underground e Most Wanted, mas a franquia começava a demonstrar que precisaria de muitas mudanças. Então, o jogo foi pras mãos da Criterion (de Burnout), mas mesmo assim carecia de mais novidades para voltar aos trilhos.

Então, veio o estúdio sueco Ghost Games com Need For Speed Rivals em 2013, com um jogo que surpreendeu num momento em que muita gente não esperava mais nada da franquia. Mesmo assim, a EA Games decidiu tirar Need For Speed do ciclo anual de lançamentos e marcou para 2015 o reboot da série, indo buscar inspiração no momento mais alto da franquia: Need For Speed Underground.

E DEU CERTO MENINO?

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Essa é uma pergunta difícil, já lhe adianto. Vou mostrar através dos fatos o que você pode esperar do novo Need For Speed, mas uma coisa é certa: o jogo está muito longe do que era Need For Speed Underground e muito menos do que o estúdio prometia.

Apesar de trazer muitos elementos que nos remetem aquela época, como as opções de tunning, devemos nos atentar que isso já não é mais uma novidade e existe em praticamente todo jogo que traz o estilo arcade de volta aos jogos de corrida. Mas claro que os méritos são todos da EA, que um dia criou este formato. Mas é complicado esperar que ela reinvente a roda de repente. Então, apesar de nos lembrar como era legal modificar os carros na época de Need For Speed Underground, é fácil atrelar isso ao fato de que, na época, isso era algo muito novo e hoje já é algo habitual e sem novidades.

OPA, TÁ DE NOITE, É UNDERGROUND??

Luzes, neon, pinturas metálicas, chuva e muitas ruas escuras são os tons de Need For Speed, que traz gráficos incríveis utilizando o poder da Frostbite, a engine proprietária da EA para jogos de corrida e ação – Battlefield e Star Wars usam a mesma engine, por exemplo. É inegável que, no visual, o novo jogo acerte em cheio, trazendo muitos efeitos lindos de se ver nos dois consoles da nova geração e PC.

Mas como você já deve ter percebido pelo tom desta análise, nem tudo é perfeito, mesmo no visual. Os percursos do jogo são bem parecidos uns com os outros, o que cria uma sensação de repetição com muita facilidade. Em poucas horas você vai pensar que já viu tudo que o game tem a oferecer.

Há também uma opção gráfica um pouco estranha, pois apesar de ser um jogo de corrida de rachas noturnos, em algumas corridas você se vê em meio ao nascer do sol e fica aguardando pra ver a mudança gráfica que vai ocorrer com as luzes naturais substituindo as luzes artificiais. Mas não, o jogo parece que tem o seguinte ciclo: Noite, madrugada, quase nascer do sol e noite novamente, do nada. É um pormenor, é verdade, mas na hora que você está jogando causa certa estranheza.

DURÃDUDUM, DURÃ DURÃ DUMDUM

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Aposto que se você jogou Underground, ao ver o nome daquele Need For Speed, automaticamente vem a sua mente as músicas que compunham a lendária e inesquecível trilha sonora do jogo. Era incrível como as músicas eram boas e grudentas, já que depois de jogar você poderia muito bem ficar assoviando ou cantarolando cada uma delas.

Isso não acontece com Need For Speed. Apesar de possuir músicas muito boas, como a do próprio clipe criado pelo Tropkillaz, um projeto de DJs brasileiros, que desenvolveram um videoclipe para o jogo. A Ghost Games não conseguiu encaixar uma trilha sonora lendária, como era a do jogo em que busca inspiração. As músicas lhe ajudam enquanto está correndo, mas logo desaparecem de sua mente. Assim como toda a apresentação do jogo, que não é boa.

MAPA, MODOS DE CORRIDAS

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Ao menos, em meio a tantos probleminhas que incomodam muita gente, há coisas boas em Need For Speed. A começar pelo mapa, que é bem organizado e permite uma navegabilidade rápida, usando teleporte diretamente até o objetivo que você precisa, ou traçando uma rota até lá. Cada ponto de destaque no mapa possui uma atividade, desde corridas da campanha até pequenas missões extras, como tirar fotos em determinados pontos do mapa. O mapa é grande, mas não é tanto quanto The Crew por exemplo.

As corridas se dividem em alguns estilos, mas os mais chamativos são contra o tempo, apesar de ser meio chato correr sozinho; O Sprint que traz a corrida habitual e o sempre divertido Drift, que marca presença em abundância no novo Need. Mas há problemas aqui também, pois nos outros jogos, principalmente em Underground 2 que trouxe muito do Drift, era necessário fazer tudo com muito cuidado pra entrar na curva derrapando e manter o controle e velocidade para uma boa pontuação, muitas vezes deixando o carro sob alguma linha tracejada, que demonstrava que você estava fazendo do jeito mais certo possível.

No novo Need For Speed você pode entrar do jeito que quiser na curva, derrapar, bater e tudo vai contar ponto. Isso faz o jogo ficar meio fácil e poderia aumentar mais a diversão e desafio se tivesse sido executado exatamente como era em Underground. Outro ponto que atrapalha bastante é a inconsistência do freio, que funciona bem demais na maioria das vezes e lhe atrapalha a ter uma noção de onde o carro pode começar a derrapar. Depois de um tempo você se acostuma com isso, o que não quer dizer que seja bom, e acaba esquecendo. Se você desligar as assistências, as coisas ficam mais difíceis, mas em um jogo de simulação eu entendo haver essas opções, mas num jogo de arcade não. Normalmente é a falta de realidade que nos faz encontrar a diversão em jogos como Need For Speed, mas aqui o freio totalmente irreal atrapalha bastante.

AS CINCO MANEIRAS DE JOGAR E O ONLINE

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Need For Speed tem cinco formas de medir as suas habilidades, sendo Velocidade, Estilo, Construção, Equipe e Fora da Lei. Somados, cada um dos estilos recebem uma nota no final das corridas que levam para a sua experiência e level total. Tudo se parece bastante com The Crew, principalmente pela obrigatoriedade de se manter online a todo momento. Enquanto estamos correndo, encontramos outros jogadores no mapa e vira e mexe alguém entra e sai do seu jogo. É possível chamar alguém pro pau a qualquer hora no mapa, o que torna tudo bem dinâmico e divertido.

Apesar das falhas, como o freio, é essa divisão de habilidades, o mundo online e a jogabilidade que mantém o interesse do jogador em Need For Speed. Se tudo não fosse tão repetitivo, seria um sucesso imediato.

OLHA, TÁ PASSANDO UM FILME!

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Houve uma época em que os videogames foram buscar no FMV, cenas com pessoas de verdade, sua maneira de contar histórias. Temos o resgate desta técnica em Need For Speed de uma maneira muito interessante, já que durante estas cenas nós estamos na perspectiva do personagem, como se estivéssemos olhando através de seus olhos. Isso gera momentos curiosos, como quando o personagem toma alguma coisa e o copo fica na tela, na visão dele.

Os outros personagens, que são os que vão lhe dar missões durante a jogatina, aparecem nestes filmes. Cada um deles possui um estilo e deixam muito evidente durante as conversas o que você vai encontrar ao segui-los. No começo é fácil perceber que os atores estavam um pouco perdidos, mas depois há uma melhora significativa no que cada um faz e fala, e olha que eles falam até demais.

Enquanto você está no mapa, do nada você recebe uma ligação que lhe direciona para alguma corrida, e você pode atender ao apertar L1/LB. Ao não atender, o personagem que tentou te ligar lhe manda uma mensagem. Isso acontece direto e eles parecem pentelhos de tanto que ligam pra gente a fim de marcar uma corrida ou falar bobagens. Mas o jogo não cria nenhuma limitação pra isso e você recebe ligações até mesmo dentro das corridas. Assim como na vida real, você não espera parar de dirigir pra ver o que eles querem dizer e acaba aceitando a ligação, o que tira a atenção da corrida. O ideal era que as ligações surgissem somente quando você está fora das corridas.

NÃO FOI DESTA VEZ

O novo Need For Speed foi anunciado com muita esperança de que seria o resgate da franquia, mas passa longe disso. A Ghost Games parece ter buscado inspiração em Underground, mas é como se o desenvolvimento fosse guiado por alguém que ouviu falar como o jogo antigo era, mas não jogou realmente pra saber o carisma que tinha. Need For Speed tem ótimos gráficos, algumas falhas cruciais na execução, mas o principal: faltou alma, carisma e magia.


 Galeria de imagens: Need For Speed

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3 respostas

  1. Que pena! Sou tb apaixonado pelo Most Wanted do PS2 e, após ele, nada mais me agradou. O MW que fizeram para PS3 comprei e achei chato. Deixei de lado bem rápido. Ainda não foi desta vez realmente…

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