Análise | Resident Evil 2 Remake é uma carta de TERROR aos fãs da franquia

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Releitura do clássico Resident Evil 2 acerta em cheio em todos os aspectos

É indiscutível a importância de Resident Evil 2 para a franquia da Capcom. Um jogo que respeita tudo que o primeiro game criou, mas amplia o terror para a cidade de Racoon City. Lançado em 1998, RE2 foi corajoso em diversos aspectos. Deixou de lado os protagonistas de Resident Evil 1 e nos apresentou aquele que seria considerado o maior personagem de toda a franquia: Leon S. Kennedy. Mas não somente ele, Claire Redfield também chegava. Ambos criaram suas próprias histórias dentro da cronologia, mas no final das contas os fãs sempre se lembram das aventuras que eles viveram na delegacia de Racoon City, nos esgotos e no laboratório da Umbrella.

Agora, 21 anos depois, somos agraciados com a chegada de Resident Evil 2 Remake. Embora não tenha remake no nome, é uma reimaginação do que poderia ser o game aos moldes de hoje. Vale lembrar que a Capcom passou perto de criar um remake do segundo game em meados de 2002 e 2003. Com o sucesso da releitura do primeiro jogo, lançado para o Game Cube. Contudo, a empresa estava ocupada desenvolvendo Resident Evil 4 e então esta tarefa ficou guardada, saindo do papel agora, em 2019.

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Mas será que Resident Evil 2 Remake consegue fazer jus ao seu legado? E claro, a espera que ele causou nos fãs? Pode apostar que sim.

Meu Deus, que evolução! Nem parece o mesmo lugar

O primeiro grande aspecto de Resident Evil 2 Remake que impressiona os jogadores é seu visual. Não é para menos, afinal estamos falando do remake de um jogo de 21 anos atrás. Porém a qualidade gráfica salta aos olhos em todos os pequenos detalhes. Há um cuidado primoroso em todos os quesitos técnicos deste game. Desde o novo visual dos personagens, como Leon, mais novo e menos experiente. Um garotão, por assim dizer. Até Claire, uma moça de beleza incrível, e durona quando preciso. RE2 Remake não somente recria o visual dos personagens, mas também suas personalidades. Fico pensando como seriam os demais jogos da franquia que eles participaram com estes “novos” personagens.

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Todos os cenários clássicos de RE2 estão aqui, refeitos e de uma maneira inacreditável. Jogadores mais experientes que passaram pelos locais infestados de zumbis no jogo de 1998, vão chorar de nostalgia ao encontrar cada um dos locais recriados com um cuidado absurdo. Dá para sentir que quem trabalhou neste game é tão fã do jogo como você e eu. Chega a ser desleal comparar Resident Evil 2 original com o remake. Além disso, diversos locais foram repensados, o que deixou boa parte dos lugares bem diferentes, mas ao mesmo tempo muito nostálgicos. Como isso é possível? Difícil dizer, só sentir.

Ambientação nota 10!

Embora seja bem diferente e ao mesmo tempo nostálgico em vários aspectos, o que realmente impressiona em RE2 Remake é a ambientação. Ainda que seja o mesmo jogo, os mesmos lugares, parece que tudo é novo. A chuva que cai em Racoon City, as janelas da delegacia, que oferecem perigos a todo momento. Os zumbis, mais perigosos do que nunca. O ambiente amedrontador da Delegacia, o som absurdo, capaz de fazer sua espinha tremer. Os passos do Mr. X e os gritos ensurdecedores dos Lickers. Há tanta coisa boa na atmosfera de Resident Evil 2 que é difícil falar de tudo. É aquele tipo de jogo que palavras não são suficientes para explicar a sensação que é jogar este game.

O mais interessante é que mesmo jogando muitas vezes, você nunca vai se sentir seguro no controle do game. Não é como no original, onde quando você sabe o que tem que fazer, se torna imbatível.

A mudança da câmera para os ombros fez um bem danado para o jogo. É claro que não é algo novo, mas aqui é diferente de Resident Evil 4, 5 e 6. Enquanto a câmera nestes jogos era pensada para os tiros, dando um visual amplo para o jogador, em Resident Evil 2 é uma mistura de boa para tiro e boa para sustos. Ao virar um corredor, você acaba dando de frente com perigos e sua reação pode te salvar ou te matar. A RE Engine traz um visual excelente, que permitiu aos produtores criar cenários lindos e ao mesmo tempo tenebrosos. Qualquer sala é tenebrosa, qualquer corredor é amedrontador. Adoraria ver mais jogos de Resident Evil nessa atmosfera.

Velhos inimigos, mas não pense que eles são os mesmos…

Assim como os protagonistas, toda a leva de personagens humanos foram repensados e os inimigos também. No passado, com as câmeras fixas, era fácil desviar de zumbis em corredores apertados. Mas isso acabou. Os zumbis são mais inteligentes, parecem querer te prender, do nada andam mais rápido e são realmente perigosos. Nos testes anteriores, a ideia principal era atirar na perna, para ao invés de matar, atrasar seus movimentos, guardando bala. Mas agora, tiros certeiros na cabeça podem salvar sua pele. Contudo, acerte todos os tiros, pois eles são duros na queda.

Mas nada se compara aos Lickers e ao Mr. X, que estão REALMENTE mais perigosos. Se em RE2 de 1998 a gente conseguia desviar dos Lickers e ir embora num corredor, pois eles não nos alcançavam, isso mudou. Eles são mais rápidos do que nós, fazem uso do cenário de forma impressionante, pulando nas paredes, teto, no que for preciso para nos caçar. Mesmo cegos, eles percebem o menor ruído, e partem em nossa direção. Seus ataques são viscerais e mortais. Com Claire temos mais chances de sobrevivência, por conta de suas armas. Com Leon todo cuidado é pouco.

Já o misterioso Mr. X, a arma mortal da Umbrella, é o responsável por todo o clima de perseguição do jogo. Uma ótima adição, uma vez que no game original não tínhamos essa sensação. Ele aparecia, nós corríamos e boa. Agora ele te persegue a todo momento. Se você faz barulho, Mr. X estará lá. O cara é incansável e a única coisa que ele quer é finalizar sua missão de acabar com todos os sobreviventes. Uma pena que o jogo não contextualize direito o motivo dele estar ali. Mr. X apenas surge do nada e cabe a nós imaginarmos como ele foi parar lá.

A velha jogabilidade ainda funciona muito bem

Resident Evil é uma franquia que serviu de exemplo para vários outros jogos. Os games da Capcom pegavam cenários amplos, com várias salas claustrofóbicas, e deixava o jogador descobrir como abrir cada canto do mapa. O mesmo estilo de jogo poderia ser velho para os padrões de hoje, mas não, definitivamente não é. E o melhor, mesmo quem já jogou o game original, não saberá onde estão os itens e o gameplay parecerá algo realmente novo. Embora os itens e objetivos sejam os mesmos de sempre, como os medalhões que devemos inserir na estátua na delegacia. O redesign dos locais colabora para que tudo fique ainda mais divertido. Assim o jogador terá que revisitar várias vezes as mesmas salas, mas com objetivos e desafios diferentes. O ritmo nunca cai em Resident Evil 2.

Outro ponto muito positivo é que o layout do mapa permite que passemos por pontos já explorados abrindo novas portas que antes eram fechadas. Desta forma, é fácil ir e voltar sem enjoar da jogatina. Quanto mais jogamos, mais entenderemos o que pode ser aberto no mapa e tudo flui mais legal a cada campanha. Com a nova câmera o jogador aproveita cada canto do cenário, algo que no original era travado pela câmera fixa.

Cenários A e B, B e A existem, mas de forma diferente

Este é um ponto do jogo que não devo me aprofundar muito, para não dar spoilers para quem não jogou. Embora seja baseado no game original de 1998, a história de Resident Evil 2 Remake guarda algumas surpresas. Para entender tudo, é preciso jogar com Claire ou Leon a primeira vez, e então escolher a opção “Novo jogo: 2ª Jornada” para ver o final verdadeiro. Caso vá novamente para a opção de “Novo” jogo comum, irá presenciar uma campanha semelhante à do personagem anterior, com a diferença de que eventos da história são distintos para ambos, como o encontro de Claire com Sherry e de Leon com Ada. Já na segunda jornada a maneira com a qual o personagem entra na delegacia muda um pouco. A partir daí os eventos são semelhantes, com pequenas e sutis diferenças na narrativa.

Esta foi uma forma que o time de produção encontrou para “respeitar” esta funcionalidade muito conhecida de Resident Evil 2 original. Assim, acaba atendendo a vontade do público. Além de, ao mesmo tempo, adicionar um fator replay maior ao game. Então, aconselho que você escolha um dos personagens, jogue sua campanha e então parta para a segunda jornada. Depois volte a jogar desde o começo com o mesmo personagem que jogou a segunda jornada. Eu fiz:

– Leon jornada 1 | Claire Jornada 2

– Claire Jornada 1 | Leon Jornada 2

Erros de continuidade?

Embora tenha uma história muito boa, RE2 original deixava o jogador confuso com algumas coisas. Afinal, o que era verdade ou não? Como realmente os eventos se desenrolavam? Após algum tempo,Claire A e Leon B parecia ser o caminho canônico. Além dos eventos que vimos acontecendo em outros jogos da franquia que vieram posteriormente. Contudo, Resident Evil 2 Remake parecia ser o jogo que iria, definitivamente, mostrar ao mundo como é a história de RE2 sem confusão. Mas não é assim que funciona.

Ainda que tenhamos as jornadas, alguns eventos diferentes com cada personagem em campanhas distintas, o que vemos é a repetição de acontecimentos com os dois. Ou seja, se você joga a Jornada 1 com Leon e parte para a jornada 2 com Claire, ambos enfrentam chefes nos mesmos lugares. O que acaba mudando é o chefe final das campanhas. Assim, fica a sensação de que o remake poderia ter produzido novos momentos para explicar, por exemplo, onde estava Claire e o que ela estava enfrentando, enquanto Leon dava de frente com William Bunkin em determinado cenário. Ao invés disso, o remake nos coloca mais uma vez diante de Burkin no mesmo lugar, com as mesmas cenas, mudando apenas o personagem em questão.

Outro ponto é que dentro da delegacia, se você está numa segunda jornada, Claire nunca deveria depender dos mesmos itens que Leon, uma vez que ele já teria usado todos em sua jornada. Ou seja, o jogo dá uma ignorada no que seria uma sequência concisa dos eventos, em prol de manter a mesma experiência do game original. Faltou um pouco mais de coragem para REALMENTE mudar alguns eventos e dar mais sentido para a história e encontros do jogo. Definitivamente não é algo que influencia diretamente na diversão, mas afeta um pouco a experiência.

O melhor Resident Evil de todos?

Como uma franquia que possui muitos fãs, Resident Evil tem também diversos games preferidos entre a galera. Mas após tantos anos, ver a Capcom conseguindo reerguer a série é algo fantástico. Embora existam diversos games de muita qualidade na saga, Resident Evil 2 é, sem dúvida alguma, um dos melhores. A experiência é muito rica, cheia de diversão, medos, segredos, gráficos ultrarrealistas e um som tenebroso! Como um game de terror seria algo único. Como um Resident Evil é tudo que os jogadores tanto pediam. Todas as mudanças, como a câmera e a forma de se jogar, foram 100% benéficas para a experiência, tornando este o meu Resident Evil favorito, desbancando para mim, RE3. Mas por muito pouco e por pouco tempo, uma vez que tudo indica que a Capcom pode estar trabalhando no remake do terceiro game também.

Assim, Resident Evil 2 é um remake de respeito, uma releitura de um game clássico, que deve servir de exemplo para a indústria. Existe muito esmero em tudo e é fácil perceber. Tecnicamente impecável, ele peca somente em deixar muita coisa aberta sobre como realmente as coisas aconteceram em Resident Evil 2. Ao se apegar ao original em todos os aspectos, deixou de lado a oportunidade de realmente trazer algo novo. Assim, a experiência como um todo é muito nova, mas aos jogadores que são de longa data da franquia, principalmente do segundo jogo, vão sentir que faltou algo. Assim, no geral é o Resident Evil 2 que a gente conhece, mais organizado e mais bonito. Muito mais bonito. É o suficiente para velhos e novos jogadores caírem de cabeça na história de Leon, Claire e Racoon City.

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