Análise: Resident Evil VII – o retorno triunfal da série

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Uma das séries mais consagradas da história dos games ganha um sétimo jogo completamente diferente, ao mesmo tempo que respeitando e fornecendo ao jogador o que sempre foi pedido.

Da Evolução, para Involução, para Revolução

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Resident Evil foi um grande marco na industria dos videogames por trazer uma temática, até então, diferente e uma atmosfera aterrorizante. Aliado a boas ideias, as quais misturavam ameaças biológicas, soldados super treinados, e monstros bizarros, Resident Evil foi um dos grandes responsáveis pela proliferação do gênero Survival Horror.

Ao longo dos anos, RE foi se transformando e acompanhando o crescimento e evolução do estilo de jogo, sendo responsável por obras primas. Acontece que, verdade seja dita, a Capcom perdeu a mão com a sua criação (algo muito comum em séries consagradas) fazendo jogos que, na minha opinião, não eram ruins, mas fugiam do verdadeiro significado do Survival Horror e não conseguiam mais trazer a essência que tanto conquistou os jogadores – até mesmo quando buscou retornar às origens, não deu certo, ou seja, aquela fórmula estava desgastada – foi então que medidas drásticas foram tomadas.

O anúncio na E3 de 2016 deixou as pessoas um pouco consternadas e receosas pelas grandes mudanças que a empresa estava implementando. A Capcom sabia que seria um choque para os fãs, pois modificar a perspectiva do personagem, (antes em 3ª e agora em 1ª pessoa) é algo que traz o jogador para diferentes ideias, conceitos e sentimentos ao se relacionar com um jogo, e, para muitos, Resident Evil não combinava com esse novo aspecto. Para o jogador, modificar algo que era uma característica tão forte da série era construir exatamente o contrário do que era pedido e assim se distanciar ainda mais do clássico.

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Também havia o fato de que o terror em primeira pessoa estava sendo bastante utilizado por grandes jogos, algo que podia significar que, ao invés de criar tendências, como Resident sempre fez, estavam seguindo a tendência, deixando de lado a tentativa da originalidade. Pois bem meus caros, quem diria que fazer essa mudança foi o tiro mais certeiro que Resident Evil deu em anos.

Resident Evil VII é mais Resident Evil que muitos Resident Evil’s

O tempo foi passando e a estratégia da empresa foi liberar trailers e demos rápidas, que dessem uma vaga ideia da abordagem que o jogo faria. A aceitação foi crescendo gradativamente e, com grande competência, foi constatado que esse era um verdadeiro Resident Evil.

Por mais que alterar a visão do personagem seja uma forte mudança na mecânica, a essência é muito mais do que isso. A atmosfera tensa, a escassez de recursos, criaturas horripilantes, puzzles característicos, os famigerados sustos e a sensação claustrofóbica são as notáveis características que fizeram dessa série grandiosa, e Resident Evil 7 trouxe tudo isso, com novas ideias. A Capcom parece ter tirado de cada título coisas que se destacaram, seja um simples giro de 180º para ajudar na fuga, o stealth, sensação de impotência e headshots para explodir a cabeça do bicho.

Fazia tempo que não sentia aquela velha sensação de estarmos sendo perseguidos, ou que seremos alcançados por um bicho letal e sermos surpreendidos com aparições dramáticas, e, acima de tudo, explorar todos os mínimos cantinhos em busca de sequer uma erva ou uma bala de revólver.

Aonde encaixa esse quebra-cabeça

Uma das grandes caraterísticas da série são os puzzles (quebra cabeças) espalhados pelos cenários, os quais servem tanto para abrir portas e cofres, como para descobrir novos segredos. Esse elemento veio em peso nesse jogo, onde, em certos momentos, você só precisa colocar a sua mente para funcionar, para que possa sair ileso.

Chaves específicas para portas especiais, posição de quadros, objetos alinhados à sombra e dicas de bilhetes secretos são presentes e nos mostram que sim, a arma é eficiente, mas em certos momentos, ela não vai te ajudar em nada. Uma ideia bastante interessante, foi trazer vídeos cassetes mostrando alguns flashbacks para, ou entender a história, ou saber como prosseguir em determinadas situações – algo que já tinha sido demonstrado na Demo, mas foi potencializado e muito bem colocado no jogo.

Resident Evil VII: Bio Hazard

Ao adentrar no universo de Resident Evil 7, você consegue detectar os pontos que são referentes aos jogos clássicos, mas esse título se passa no universo criado pela Capcom? A resposta é animadora, sim. Por mais que há momentos em que você parece completamente desconectado dos jogos anteriores, a narrativa culmina em pontos válidos e elementos que te colocam para dentro do universo, ou seja, você está sim, dentro da saga.

A Capcom reservou uma surpresa interessante para os que acompanham a série desde o começo e entendem um pouco de como tudo começou e para onde as coisas vão.

Uma nova ERA

O objetivo de retomar a essência da série foi atingido com sucesso, mas o êxito de RE VII não para por aí. O jogo é simplesmente redondo. Nos aspectos técnicos não há como apontar erros, pois conseguem alcançar o jogar em todos os momentos. Os gráficos, apesar de não serem estonteantes, são de alta qualidade, o gameplay funciona, tanto na parte de sobrevivência (fugas e escapadas) como na parte do combate (tiro, porrada e bomba). Destaque para a trilha e efeitos sonoros que não só te ambientam perfeitamente naquele universo, como te imergem na atmosfera pesada e cheia de horror.

A história foi algo que ainda não tínhamos tido contato na franquia, pois pela primeira vez vemos personagens não militares assumindo o comando da narrativa. Esse é o caso de Ethan, rapaz que vai em busca de sua namorada Mia, que havia desaparecido deixando apenas um vestígio, um vídeo pedindo que o rapaz não a procurasse. Por tempos estávamos preocupados pela não existência dos personagens medalhões da série como Chris Redfield, Leon Kennedy, Jill Valentine entre outros, mas Ethan mostrou-se carismático na hora em que precisou e corajoso quando nós, do outro lado da tela, não conseguíamos ser. Outro fator interessante é que justamente pelo fato de não ser um super soldado, a identificação é imediata, pois o personagem é jogado naquele mundo da mesma maneira que nós, portanto, grande parte do comportamento dele, condiz com o que faríamos em determinadas situações.

Concluindo, a Capcom conseguiu acertar em todos os aspectos, sendo corajosa ao trazer uma mudança tão forte para um jogo tradicional, ao passo que, magistralmente, consegue voltar às origens atendendo aos pedidos dos fãs e impondo novidades e ideias muito boas e que funcionaram muito bem. Personagens carismáticos, história bacana, atmosfera aterrorizante, ótima trilha sonora, combates frenéticos e sanguinolentos fazem de Resident Evil VII um dos melhores do gênero e um game imprescindível para quem nunca jogou um RE sequer e recompensador para aqueles que são fãs da série.

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