Análise: Tearaway – A arte feita de papel

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Assim como tudo no mundo de Tearaway, os retalhos são feitos de papel, mas fica bastante evidente que não são bem cuidados como todo o resto. Como eles são do mal, seu material é algo como papelão, misturado com jornais. Seus olhos são desiguais, mas demonstram a maldade que eles possuem. O objetivo destas criaturas é impedir que a mensagem seja entregue, e como Atoi e Iota não possuem poderes e são feitos de papel, a sua função como o Você, é aniquilar estes inimigos, usando o touch da tela ou o sensor traseiro do portátil. Passando o dedo (ui…) neste sensor traseiro, seu dedo realmente aparece no jogo (ou a versão digital dele). Claro que isso é possível apenas ema alguns locais do cenário, geralmente com os símbolos dos botões dos consoles da linha Playstation. Através deste recurso, além de matar os retalhos que estão vacilando por ali, você também pode abrir caminho ou mover objetos para que o personagem possa continuar em direção ao seu destino. Além disso, o jogo possui outras formas de jogabilidade baseados nas funções do portátil, como o acelerômetro, microfone, a câmera traseira, frontal, enfim. E acredite, todas elas são muito bem implementadas. A construção dos cenários, o level design, tudo colabora para o bom uso destes recursos. O resultado é excelente e único.

Assim como todo jogo de plataforma, Atoi e Iota devem pular por aí, coletar itens, como presentes vermelhos e azuis – geralmente os azuis precisam de algum critério especial, enquanto que os vermelhos estão escondidos no cenário, além de confetes e os recortes sem cores. Em dados momentos, é solicitado por algum personagem secundário, que você desenhe alguma coisa, e o jogo entra numa ferramenta que possibilita que você realmente crie seus próprios recortes, e estes aparecerão no game, assim como todo o resto do cenário. Uma mecânica incrível que a Media Molecule criou, demonstrando mais uma vez a altíssima interação que o jogo oferece e a capacidade de customização característica dos jogos da empresa.

Mesmo com tudo que o jogo possui em termo de jogabilidade, um dos pontos que Tearaway mais se destaca é no som. Que músicas fantásticas meus amigos, que combinam perfeitamente com todos os ambientes, com tudo que se vê no game. Uma trilha sonora memorável, incrível, perfeita. Outro ponto que também se destaca, é a narrativa. Apesar da história até mesmo ser simples, a forma com a qual ela é contada – totalmente narrada em português brasileiro – cria uma ambientação incrível. Afinal, Iota (ou Atoi) é a mensagem, deve ser entregue, possui seus medos, suas fraquezas, mas seu único objetivo e motivação é ir ao encontro daquela criatura que aparece no sol. Eles nem sabem o porquê, e principalmente o que irá acontecer com eles quando essa mensagem for entregue, aberta e lida. E através de todos os perigos, uma voz feminina e uma masculina surgem do nada, conversando com eles, os motivando, criando frases prontas que se encaixam com o momento. E assim a jornada dos envelopinhos vai seguindo até seu desfecho.

Tearaway é tudo que os donos do PS Vita esperavam há tanto tempo. Um jogo que não pode ser jogado em outra plataforma, apenas nele. Faz jus à compra do portátil, faz inveja para quem não o tem. Um game que utiliza alguns conceitos já conhecidos, insere muitos outros que nunca imaginamos, e nos entrega uma verdadeira obra de arte de papel. Com todos os elementos que Tearaway oferece, a diversão, o replay e tudo que faz um jogo ser bom, alcançam o ápice no portátil da Sony, tornando-o um game obrigatório para você que gosta de jogos, de arte, de imersão, de uma boa narrativa e principalmente, de inventividade. Palmas para você Sony, e acima de tudo, palmas para você Media Molecule.

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