Em 2020, com o lançamento do PlayStation 5, o console surpreendeu ao incluir um jogo pré-instalado — algo raro nos dias de hoje, mas comum na era dos consoles de 8 e 16 bits. Astro’s Playroom tinha um objetivo claro: demonstrar as funcionalidades do DualSense e explicar o funcionamento interno do PlayStation 5.
Esse objetivo foi plenamente alcançado, mas, no processo, algo inesperado aconteceu: Astro Bot, o personagem principal, e seu universo de robôs carismáticos conquistaram os corações dos jogadores. A Sony e a equipe da Asobi Studio logo perceberam a oportunidade de transformar o que começou como uma tech demo em um jogo completo, e assim nasceu Astro Bot.
Vale lembrar também de Astro Bot Rescue Mission, um jogo para o PlayStation VR, que teve como propósito inicial mostrar as capacidades da nova tecnologia, reforçando ainda mais o potencial de Astro, que já tinha um começo de carreira promissor, mesmo sem um jogo completo.
Agora, com o lançamento de Astro Bot no dia 6 de setembro de 2024, podemos finalmente dizer neste review se o jogo é realmente tudo o que promete. Spoiler: o título do review já sugere que estamos diante de algo, no mínimo, raro.
Sinopse
Astro Bot começa com o protagonista voando pelas galáxias, acompanhado por outros bots a bordo da Nave Mãe, que, na verdade, é um PlayStation 5 transformado em uma nave interplanetária. No meio da viagem, um alienígena colossal aparece, destrói a nave (ou seja, destrói o PS5), e diversos robôs são lançados para diferentes partes da galáxia.
A nave acaba caindo em um planeta deserto, e Astro Bot percebe a presença de um possível aliado que pode indicar uma solução, já que a Nave Mãe foi totalmente destruída. A partir daí, a aventura começa, com Astro Bot e seu DualSense explorando uma galáxia recém-descoberta em busca das peças da Nave Mãe.
Embora Astro Bot não tenha uma história complexa, o enredo serve como uma justificativa para explorar uma grande variedade de cenários.
Gráfico, som e desempenho
O visual de Astro Bot é simplesmente incrível, lembrando muito o estilo de Ratchet & Clank, com suas cores vibrantes e mundos deslumbrantes. O trabalho artístico é um dos grandes destaques do jogo: tudo é carismático, com animações fluidas e de alta qualidade. A sensação é de estar jogando algo que poderia facilmente ser um filme da Disney ou Pixar. Mesmo com personagens robóticos, há muita vida nas interações e no design.
E, além dos gráficos, o desempenho é impecável, com o jogo rodando de forma suave no modo performance a estáveis 60 FPS.
O som colabora demais para toda a experiência, com trilhas sonoras arrepiantes, agradáveis e que jamais vão passar despercebidas. Um trabalho técnico impecável do time do estúdio Asobi.
DualSense é a sua ferramenta, mas não é o ator principal
Se em Astro’s Playroom o DualSense era o ponto central da experiência, praticamente uma aula da Sony mostrando aos estúdios como explorar o potencial do controle, Astro Bot eleva ainda mais o uso dessas funcionalidades. Todas as fases do jogo utilizam algo do controle, e em quase todos os momentos o DualSense desempenha um papel importante. No entanto, ao contrário de Playroom, Astro Bot não parece construído ao redor do controle; o foco principal é o universo da PlayStation como um todo, com o DualSense funcionando como uma ferramenta para nos guiar através de diversas experiências.
Ainda assim, é crucial destacar como Astro Bot recompensa o jogador em cada momento em que faz uso das funcionalidades do DualSense. O feedback háptico é impressionante em todos os cenários, e praticamente tudo que você pode imaginar envolvendo o controle está presente aqui. A única função que não aparece é o uso do sopro no microfone, mas fora isso, todas as demais funcionalidades são exploradas de maneiras criativas e envolventes.
Gameplay e Level Design
Astro Bot é jogado como qualquer jogo de plataforma. Você pode coorer, pular, atacar ou ousar os lasers que ficam no pé do Bot. É a mesma forma de gameplay que há em Astro’s Playroon, mas de uma forma amplificada por conta do level design. Inclusive, a construção das missões é baseado completamente no que o personagem pode fazer de uma forma muito inteligente, ainda mais quando estamos usando as novas habilidades.
Assim, se você pegar algum poder novo, a missão é construída completamente ao redor daquele poder, se tornando algo totalmente único. Quando não há habilidades diferentes, o level design é bom o suficiente para manter tudo num ritmo extremamente empolgante.
No entanto. é fato que Astro Bot brilha quando estamos jogando de uma forma diferente, com habilidades como o Cachorro Bot que permite derrubar paredes, ou o ratinho que deixa o robozinho do tamanho de um brinquedo. Assim, toda vez que eu pegava um poder novo, já sorria à toa. Simplesmente mágico.
Segredos não tão bem guardados assim
Astro Bot possui missões que o time da Sony não quis mostrar demais em seus vídeos de marketing, mas que teriam aumentado muito o hype dos jogadores para Astro Bot. Toda galáxia possui uma missão específica de franquias famosas da Playstation, onde nos transformamos em personagens queridos. Ou seja, o gameplay muda totalmente para algo próximo do que são esses grandes jogos. O Bot se veste como eles, e se comporta como eles. Não só isso, mas o som ambiente fica parecido, e as músicas são as mesmas (mas com toques de Astro Bot). Uma pintura!
Contudo, eu acho que essa parte foi tão boa no game que poderia ter mais. Parece que o estúdio fez alguns testes ou não pôde ir além. As escolhas das franquias homenageadas foram incríveis, mas poderíamos ver mais. Se isso acontecer, espero ver mais em jogos futuros jogos ou, quem sabe, em jogos específicos de Astro Bot dentro de determinadas franquias da Playstation.
Dificuldade
Astro Bot é um jogo voltado para crianças? Não exatamente. Embora uma criança possa conseguir completar a maioria das missões principais, ela pode encontrar dificuldades em missões mais avançadas e contra chefes. No entanto, no geral, não considerei o jogo difícil, com exceção de algumas poucas missões extras.
O que falta em termos de desafio não compromete a diversão. No entanto, a experiência pode ser um pouco menos satisfatória para jogadores mais habilidosos ou experientes em jogos de plataforma, devido à falta de chefes ou inimigos mais desafiadores.
Minha campanha principal durou cerca de 14 horas, e para completar todo o conteúdo restante, devo levar mais umas 10 horas. Ou seja, é um jogo com um bom tempo de duração, mas com um pouco mais de dificuldade, poderia ter sido ainda mais envolvente.
E o Sackboy? É parecido ou é melhor?
Eu gosto bastante do Sackboy, mas não sinto a mesma sensação de jogar-o que sinto com o Astro Bot. O novo jogo tem mais alma, carisma e cuidado. Parece ter sido produzido por pessoas que realmente conhecem o PlayStation e suas franquias, e que também são apaixonadas pelo que estavam fazendo.
Enquanto Sackboy é um bom jogo, Astro Bot é um jogo imperdível. Tão bem feito e carismático que chega a lembrar um jogo da Nintendo.
Conclusão
Astro Bot é obrigatório para todos os jogadores de videogame. Quem aprecia a magia que os jogos nos oferecem vai encontrar no Astro Bot diversas horas de diversão de qualidade, com um cuidado notável em todos os aspectos. É um jogo feito com o coração, repleto de conteúdo e homenagens que farão qualquer fã de videogame sorrir.
É exatamente o que eu busco em um jogo: criatividade e um senso de frescor a cada nova missão. Espero sinceramente que a Sony invista mais nesta franquia e no estúdio Asobi. Eles merecem, e os jogadores também.
Astro Bot: Astro Bot é essencial para qualquer amante de videogames, oferecendo diversão de qualidade e cuidado em cada detalhe. Feito com paixão, o jogo é uma celebração da magia dos jogos, com criatividade e frescor em cada missão. Espero que a Sony continue investindo na franquia e no estúdio Asobi, pois eles merecem e os jogadores também. – M@xpay
