Crítica | A Maldição da Floresta é terror que mistura The Last of Us e Guillermo Del Toro

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Cordyceps é uma palavra que poucos entendem o que quer dizer e seu conceito quase não foi usado em nenhum tipo de mídia, ao ponto de cair no conhecimento das pessoas no geral. Exceto àqueles que jogaram The Last of Us, um dos melhores jogos dos consoles da geração passada.

Mas calma meu amigo, você não entrou no artigo errado, você está sim na crítica de “A Maldição da Floresta” e mesmo que o diretor e roteirista Corin Hardy, em sua estreia no cinema, diga que vem escrevendo seu filme desde 2007, é impossível não comparar as duas obras, que giram em torno de um fungo real na natureza (chamado Cordyceps), que ataca em sua maioria as formigas, transformando-as em verdadeiras zumbis. The Last of Us e A Maldição da Floresta resolveram mostrar como seria se os humanos fossem infectados por este mal e o resultado no jogo é excepcional, enquanto que no filme alguns conceitos a mais foram misturados, resultando em um bom filme, que muitas vezes quer ser algo além do que pode.

De Londres para a Irlanda

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Aposto que você não ouviu falar ainda do Folclore Irlandês, que conta com fadas, duendes e muitas coisas bizarras e surreais. Corin Hardy em seu papel de roteirista e diretor do filme, pegou muito da parte sombria deste folclore e misturou com os conceitos do Cordyceps. O resultado é um filme que traz referências à contos de fadas, filmes de terror e suspense, conceitos vampíricos, criaturas estranhas e zumbis. Mas acredite, há muito mais neste filme do que você pode imaginar.

Quando Adam Hitchens resolve mudar com sua esposa e filho recém nascido, de Londres para uma pacata cidade irlandesa no meio do mato, ele se vê num universo que tanto ama, que são as árvores (somos nozes). Imediatamente um vizinho corre para alertá-lo e ao mesmo tempo amedrontá-lo sobre um terrível perigo que ele pode causar àquele lugar, ao mexer em terras sagradas como a floresta que há ao redor de sua casa. Obviamente que, como todo bom personagem curioso, Adam não ouve seu vizinho e encontra algo medonho em meio ao estranho lugar, que dá início A Maldição da Floresta.

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Muitos conceitos misturados

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Daí pra frente o filme entra numa sequência tensa de emoções e dúvidas, sempre deixando o espectador com a pulga atrás da orelha. Diversos momentos são guiados pelo mistério, por barulhos que se ouve fora da casa e pela dúvida se o que há lá fora é humano ou inumano. O filme demora pra definir para gente o que realmente há com aquele lugar, o que é ótimo para o clima sobrenatural e que cria aquele medo do desconhecido, que A Maldição da Floresta propõe e temos grandes cenas que marcam realmente. Em outras, há uma espécie de ingenuidade muito grande dos personagens, que tira bastante da imersão e te faz pensar: “não é possível que ele ou ela não pensou nisso!”.

Basicamente, o roteiro é bom e consegue unir muita coisa que você já viu em outros filmes numa única película e apesar de não soar original, acaba funcionando. As reviravoltas são boas, passam mais dúvidas ainda pra cabeça do espectador, mesmo que muitas dessas reviravoltas mexam com assuntos difíceis de engolir num primeiro momento, mas que aos poucos o filme consegue contextualizar e fazer virar algo crível. O problema é o impacto negativo que algumas ideias trazem num primeiro momento e até que finalmente o filme te pegue pela mão novamente, demora um pouco mais do que deveria.

Elenco de Gelo e Fogo

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Foi muito bacana ver que em a Maldição da Floresta temos bons atores de Game of Thrones, que merecem inclusive mais chances na telona. O primeiro deles é o próprio Adam, interpretado por Joseph Mawle, que vai do “ok” ao muito bom dentro da trama do filme. Temos também Michael McElhatton como Colm Donnelly, que faz o vizinho de Adam. Ele tem uma cena que achei muito corajosa por parte do diretor, que poderia ter caído facilmente no clichê, mas que obviamente não vou contar pra vocês.

O filme ainda conta com a belíssima Bojana Novakovic como Clare Hitchens, a esposa de Adam. Todos eles seguram a onda muito bem o filme todo, mas não há nenhum momento de ápice, nada memorável – além da cena com McElhatton que citei acima.

Um bom filme que poderia ter sido ótimo

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A Maldição da Floresta tem muito mais méritos do que problemas. É um filme com um bom ritmo, que não demora a emplacar, com uma boa trama, daquelas que te deixam grudado na poltrona a espera de algo surreal. No entanto, os momentos ruins influenciam muito na imersão do longa.

Talvez eu tenha gostado mais do filme pela construção do roteiro em torno do Cordyceps, que automaticamente me levou para The Last of Us, porém mesmo que você não tenha ideia do que seja esse jogo e nunca tenha jogado o game da Naughty Dog um dia, A Maldição da Floresta pega emprestado muitos conceitos que você já conhece e será divertido também tentar identificar todos eles em meio a cenas intensas.

Gosta de filmes de Guillermo Del Toro e suas criaturas bizarras e sombrias? Gosta de passar medo com o desconhecido? A Maldição da Floresta é o seu filme e será lançado no dia 6 de outubro. Nos Estados Unidos o filme é chamado de The Hallow e foi lançado no final do ano passado.


Trailer

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